Tratando-se de uma organização internacional normalmente respeitada, esperava-se um artigo de fundo, uma investigação, alguns dados concretos.
Nada. Aquele título da capa remete para um superficial artigo de opinião de Rui Costa Pinto, um daqueles jornalistas que se considera ungido por uma sabedoria paranormal, agindo em conformidade: só ele tem razão, a Verdade (em caixa alta) começa e acaba nele.
O povo deu maioria absoluta ao PS para governar? Pois fez mal. Rui Costa Pinto não gosta de Sócrates - o que, em si, é respeitável -, e, novamente, age em conformidade. Ainda o Governo não tinha começado a governar e já ele adivinhava a repressão, a mordaça, o lápis azul, o diabo a sete.
Eis, então, os dois primeiros parágrafos do artigo que tanto comoveu a Amnistia Internacional:
Ao colocar na capa, da forma como o fez, a opinião de uma pessoa (ainda para mais, conhecida que é a sua independência...), a Amnistia Internacional acaba por subscrever essa mesma opinião. E cobre-se de ridículo. Mas isso, hoje, já é coisa perfeitamente banal.Trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, o
medo regressou à sociedade portuguesa.
O medo dos cidadãos em participar na
vida do país e dos jornalistas em exercer
o direito constitucional de informar. É
preciso dizê-lo, repeti-lo, as vezes que forem
necessárias, sobretudo quando existe
uma ofensiva sem precedentes contra
a liberdade de imprensa e as liberdades
individuais.
Já ninguém se surpreende com um
processo disciplinar por delito de opinião,
com a suspeita de favorecimento de um
empresário ou com um discurso desabrido
de José Sócrates em relação à Comunicação
Social.
13 comentários :
Uma vergonha! Mas faz parte dessa guerrilha contra o PS e contra quem o apoia. As manifestações de meia dúzia de pessoas a insultarem o Primeiro-Ministro, com a televisão por perto, ou as insinuações cobardes sobre quem o defenda, fazem parte do mesmo guião. É triste ver um PS a acantonar-se, a ceder, e, por último, a esconder-se.
Medo? Medo de quem? Das alarvidades irresponsáveis do Marcelo Rebelo de Sousa? Do censor Cintra-Torres? Do inquisidor-mor Pacheco P? Do paladino da liberdade José Manuel Fernandes? De todos os filhos da puta que dão palpites xenófabos nas caixas de comentários do Público?
Um fascista encoberto pelo manto da amnestia.
É destes gajos que temos que estar em alerta, para qe as liberdades e a democracia não sejam atiradas para dentro do alguedar.
uma vergonha !!!
Opinar é um direito que os estados democráticos devem garantir. A amnistia internacional tem zelado, por esse mundo fora, por esse direito. Denuncia, quando é caso disso, e os seus relatórios merecem toda a nossa atenção.
Vergonha, se a houver, está nos casos que a amnistia revela.
fernando guimaraes
associado da amnistia internacional
Este não é o célebre queixinhas do "Portugal está todo em chamas e o Governo amordaça a RTP"?
Com luminárias destas nem sei como é que o Governo ainda se aguenta...
Por sorte, está visto, só por sorte...
Não nos bastavam os pintos da costa, ainda temos que aturar os costas do pinto.
É uma chatice quando as organizaçõs internacionais bem cotadas colocam o dedo na nossa ferida.
Remédio, essa organização passa imediatamente para um vulgar organização controlada por interesses escuros.
Lamentável...
Espero que a AI continue por muitos anos a manter todo o trabalho que tem feito...
o associado fernando guimarães poder ser efectivamente associado mas de outra coisa qualquer........ a amnistia tem membros e não associados tal como deveria poder ler no seu cartão de "associado" se fosse efectivamente da organização....... os fins nao justificam os meios!
fernanda guimaraes
Ao contrário de fernando guimarães, eu não sou associado da amnistia internacional, mas sou membro da Secção Portuguesa da Amnistia Internacional, também designada por AI – Portugal.
Se o fernando guimarães fosse, como eu, membro da AI – Portugal teria todos os motivos para me acompanhar na desilusão e traição que sinto devido à publicação deste “artigo de opinião” . É que sempre foi apanágio da AI que as suas causas fossem justas e crediveis, garantindo uma prévia e isenta investigação para certificar a veracidade dos factos que sustentam as denúncias a que dá voz
Ora a AI – Portugal não fez desta vez o seu “trabalho de casa” e, ao dar voz na sua revista a este artigo de opinião trauliteiro e insultuoso, comprometeu seriamente os princípios pelos quais deveria sempre nortear a sua acção.
Já que a direcção da AI – Portugal ainda não o fez, eu, enquanto membro e activista pelos Direitos Humanos, não posso deixar de pedir publicamente desculpas ao eng. José Sócrates e aos membros dos dos Órgãos de Soberania deste pais que, sem o mínimo de sustentação, são violentamente enxovalhados nesse "artigo de opinião" que a Revista da AI-Portugal publicou.
Esse gajo é do PSD,está a por a AI ao serviço da manela, ela que hoje vam à carga com o mesmo slogan, da falta de liberdade, e pazme-se,antecamera de um novo fascismo. É obra, esta mulher deve estar louca.
Subscrevo tudo o que o Qerubim escreve. A publicação deste artigo é uma nódoa que mancha a Amnistia Internacional.
Matosinhos
ok. sou sócio mesmo!!!
«associado» foi a pressa da escrita!
Merece um email de protesto para a secção portuguesa da Amnistia Internacional - e se calhar com conhecimento para a sede da organização, em Londres. Era o que faltava, o trabalho a AI a ser usado para veicular as opiniões políticas seja de quem for!
Inês Meneses
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