sexta-feira, junho 05, 2009

Escrever direito por linhas tortas (e um nadinha atrasadas)

A menos que Paulo Pinto de Albuquerque, juiz de direito em pousio, tenha vendido acções da SLN no dia 17 de Novembro de 2003, não sei como ele pode afiançar que o “valor da venda foi o praticado em muitas outras transacções de acções da SLN naquela data.” Mas não é isso que agora interessa, nem sequer a argumentação a que recorre, que não parece resultar de um momento de grande inspiração.

Foi apenas o último parágrafo do artigo de Paulo Pinto de Albuquerque que me prendeu a atenção:
    “(...) a realidade mostra que chegou a hora de repensar os limites da liberdade de expressão, porque os limites esfumam-se quando se trata de sindicar a vida dos políticos. É imperioso repor as coisas no seu lugar próprio, o que se consegue com a devida contenção e bom senso. É necessário relembrar esta verdade lapalissiana de que não há democracia sem políticos e sem partidos políticos. E que os políticos têm tanto direito à honra como tem o cidadão comum. O escrutínio da vida dos políticos pela imprensa e pelo cidadão comum não pode ser um meio instrumental para maltratar e denegrir infundadamente pessoas com funções políticas, que são gente de carne e osso como todos nós, cidadãos comuns. E que, como nós, também se sentem quando alguém injustamente lhes atira à cara insinuações e suspeitas.”
Espantoso. Depois de uma campanha como não se conhece outra contra um primeiro-ministro, uma mera alusão ao facto de Cavaco Silva ter acções de uma sociedade que é responsável por um “buraco financeiro” monumental (de que também se não conhece outro igual) suscita de imediato pedidos imperiosos de “contenção e bom senso”.

Por onde tem andado esta gente nos últimos meses?

7 comentários :

Anónimo disse...

o facto de estar em «pousio» não deixa de desqualificar, de imediato, o opinante. Nem vale a pena ler, quanto mais citar.
Pfff! Enfim.

ex fascista disse...

Mais um intelectual da treta. O mal do atraso deste Pais está nestes senhores cheios de ideias elitistas e muito fascistoides, quando alega que é necessario repensar os limites da liberdade. Quando se toca num deles é assim a reacção.....

Anónimo disse...

O Doutor (por extenso) da Católica oficiou mais um frete.

james disse...

É mais difícil fazer um despacho saneador do que perorar sobre a SLN, Cavaco, esposa, "dever" de correcção, etc, etc.

j disse...

Para este juiz que está no defeso todos são iguais, mas uns são mais iguais do que outros, seguindo aquela máxima que não se pode dar tratamento igual àquilo que é diferente...

Anónimo disse...

Para informação:
O Dr. Paulo Pinto de Albuqueruqe é um Sr. Juiz que escereu, entre outras coisas, uma obra sobre direito penal que é considerado e citado por tudo quanto é jurista puro e verdadeiro.

Anónimo disse...

Juiz uma vez, juiz toda a vida? Serão ungidos?