- ‘Fico-me por dois exemplos elucidativos que põem em causa até a neutralidade do Sr. Presidente da República. Primeiro exemplo: todos os partidos, com excepção do PSD, pronunciaram-se pela realização, em datas distintas, das eleições legislativas e autárquicas. Cavaco Silva, fora do País, fala aos jornalistas de sondagens que asseguram que os portugueses preferem a simultaneidade dos actos eleitorais (ninguém conhece a sondagem).
Segundo exemplo: a PT começa a discutir com a Prisa eventuais possibilidades de adquirir uma posição minoritária na TVI (que todos concordam ser vantajoso para as duas partes) e Cavaco Silva, sem falar com o primeiro-ministro (que desconhece o que está a acontecer, como afirmou o insuspeito Henrique Granadeiro, porque 'não deu conhecimento a nenhum membro do Governo das conversas preliminares e secretas que ocorrem entre a PT e a Prisa'), exulta/critica a PT a dizer o que se passa, falando de transparência, e insurge-se com a hipotética demissão de Moniz (inventada pela central de intoxicação que o PSD tem ao seu serviço).
Dir-se-á que a intervenção do Presidente da República é inoportuna, nervosa, apressada e não es-tá escorada em informação credível e verdadeira. Moniz já veio dizer que o negócio era do interesse da TVI. Zeinal Bava foi à RTP garantir que há conversas mas não há negócio. A Prisa já explicou que de Moniz nem se falou. Como se distingue a intervenção do Presidente da República da de qualquer político no calor do combate partidário, com demagogias e suspeições? Como se separa o discurso do Presidente da República do discurso de Manuela Ferreira Leite? Há aqui qualquer coisa de errado...’
- ‘Mário Soares, que nunca deixou de fazer política, cumpria uma regra enquanto Presidente: a seis meses de eleições, recatava-se.
A três meses de eleições, Cavaco fala, fala, fala. (…)
Ninguém tem dúvidas de a quem favorece o frenesim Cavaco.’
2 comentários :
Está a tratar da carreira académica.
Qual será o custo benefício de uma viagem à Capadócia? Será que também está abrangida pela lei dos cônjuges?
Enviar um comentário