‘A partir de domingo, quando as autárquicas estiverem resolvidas e o pudor que qualquer campanha eleitoral impõe se dissipar, é natural o PSD volte a exibir, com abundância de pormenores, aquilo em que há muito se transformou: uma agremiação de luminárias sem estofo, capazes de se trucidar mutuamente, em nome de míseros interesses pessoais. A balbúrdia que se avizinha transformou-se, infelizmente, na imagem de marca do PSD.’
‘O que Cavaco não podia ignorar era que a dúvida lançada por Belém acerca da liberdade de movimentos dos seus assessores e o silêncio que se lhe seguiu favoreciam objectivamente o PSD na campanha.’
‘Deixei Portugal num estado de grande perplexidade, como eu próprio fiquei, a seguir ao discurso (incompreensível) do Senhor Presidente da República. Iríamos entrar num conflito institucional insolúvel, à saída de um acto eleitoral, claro e limpo, que deu ao PS uma vitória confortável, embora sem maioria absoluta, e num momento nacional de crise aguda, que importa, acima de tudo, ultrapassar? E, para mais, à entrada de eleições autárquicas de grande importância? Saí muito preocupado, confesso, temendo o pior.’
‘Ainda que no caso irlandês haja um conjunto de idiossincrasias que explicam o não inicial (desde logo o receio de que com o tratado de Lisboa a Irlanda perdesse o peso relativamente excessivo que detinha na Comissão e, não menos importante, que a influência europeia obrigasse à despenalização do aborto), colocar a Europa a votos é hoje um risco que nenhum governo quer ou pode assumir.’
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