- ‘O drama está aqui. Com o PIB a decrescer e a inflação a seguir o mesmo caminho, a aplicação do modelo levaria à redução dos valores. Tomemos, por exemplo, uma pensão de 3.000,00 euros com uma inflação de -2%: actualizada, esta pensão cairia para 2.917,50 euros (-2,75%). Mas não vai ser assim. Logo que se apercebeu deste fenómeno conjuntural, o Governo assumiu publicamente um compromisso que o seu sucessor não deixará de respeitar: não haverá decréscimo nominal das pensões.
Foi por saber de tudo isto que fiquei banzado com as últimas "exigências" de Paulo Portas. Ele "exige" que o Governo faça aquilo que já disse que faria! Mas eu percebo. Tratando-se de uma classe fragilizada, que tem dificuldade em lidar com números, Portas quis parecer a seus olhos como o arauto da justiça, o guardião dos pobres, o defensor dos oprimidos. Portas: o santinho das pensões. Demagogia pura a céu aberto.’
- ‘Até aqui tudo normal - milagre será o dia em que "autoridades religiosas" assistam com serenidade a opiniões diferentes das suas e que crentes mais tresloucados não apelem à guerra santa, seja sob a forma de pena de morte, como sucedeu com Rushdie, ou de "desnacionalização", como ocorreu a um eurodeputado de nome David.’
- ‘(…) um primeiro passo para diminuir a indigência cultural entre nós seria fazer um 'upgrade' do sistema público de gestão cultural no sentido de o dotar de rigor e transparência. De contrário, continuaremos a gerar uma dupla miséria. A dos criadores, que não têm um quadro de actuação claro, ficando sujeitos a todo o tipo de incerteza, exploração e dependência, e a da própria criatividade, que perde dinamismo, incapacidade de se renovar e efectiva inovação.’
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