quinta-feira, outubro 29, 2009

Porque é que o povo que sai à rua não dá um saltinho às secções de voto?

• Ferreira Fernandes, Ciência mata mais uma ilusão:
    A convicção de que uma manifestação é enorme nasce porque há sempre alguém esganiçando-se ao microfone: "Se isto não é povo, onde é que está o povo?" E os jornais do dia seguinte confirmam: "Meio milhão nas ruas!" Era assim, é assim, mas há que rever essas orgias de números - porque, agora, há tecnologia que apanha mais depressa uma manifestação do que um coxo. As notícias chegam de Espanha, de uma manifestação (por acaso de direita, mas com a esquerda seria o mesmo) contra o aborto. Estimaram os organizadores: 2 milhões. A Comunidad de Madrid (do PP, próxima dos organizadores): 1,2 milhões. A polícia: 250 mil. Extraordinária diferença! Mas ainda não viram nada. A empresa Lynce, especialista do assunto, pôs um zepelim no ar, com quatro câmaras de alta resolução e dois vídeos de alta definição. E não estimaram, contaram: 55 316 cabeças!

4 comentários :

Luís disse...

"Porque é que o povo que sai à rua não dá um saltinho às secções de voto?"

Está a contrapor duas formas de exercer a cidadania? Olhe que normalmente quem sai à rua não deixa de votar.

Anónimo disse...

Se entendi o Abrantes ele está a dizer que são muito menos manifestantes do que é dito nos jornais ...

Anónimo disse...

À falta de zepelim - mas há reportagens - proponho o seguinte exercício, para a resolução do qual nem é necessário Magalhães. Com a ajuda de um mapa, o Google é óptimo, calcule-se a área da avenida da Liberdade. Junte-se a Rotunda. Pode mesmo juntar-se uns metros quadrados para incluir quem se tenha atrasado a beber uma ginjinha... Calculando em 0,8 metros quadrados a área mínima que cada manifestante ocupa quando em movimento sem arriscar chegar ao fim com os tornozelos em sarrabulho (e aqui as imagens podem acalmar quem queira contestar este cálculo, e já agora para verificar se as vias e passeios laterais foram utilizados...), quantos professores, familiares, amigos e militantes do PC e da CGTP caberiam no local quando das tão badaladas manifestações anti-ministra?
No fim do cálculo, revejam as reportagens da TV, e avaliem o grau da manipulação...
Mas cá não houve Lynces para contestar.

Anónimo disse...

muito bom.