sexta-feira, novembro 13, 2009

Leituras

• Fernanda Câncio, Gente muuuuuuito distraída:
    (…) há gente muito distraída. Que alega agora, pós-eleições, "falta de debate". Gente tão tão distraída quanto o CDS/PP, que defende um referendo, ou a líder do PSD, que o "admite" (enquanto o líder da sua bancada se afirma contra, como Marcelo Rebelo de Sousa), mas se esqueceu de colocar essa proposta à consideração dos portugueses durante a campanha eleitoral. Gente distraída da noção de democracia, até. Afinal, defender um referendo sobre esta matéria um mês e meio após um sufrágio não é só desconsiderar-lhe o resultado; é dizer que se crê que o CPMS [casamento de pessoas do mesmo sexo] não foi relevante no sentido de voto dos portugueses, que estes não se ralaram com a questão o suficiente para decidirem o seu voto por causa dela. O que é admitir que um referendo não faz - duplamente - sentido (sim, também se distraem muito na lógica).
• Paul Krugman, A paranóia ataca em força:
    O que isto revela é que o Partido Republicano foi tomado pelas pessoas que costumava explorar.

    (…)

    Embora o estilo paranóico não seja novo, o seu papel no Partido Republicano é.

    (…)

    No partido, o poder real reside de facto em pessoas como Rush Limbaugh, Glenn Beck e Sarah Palin (que, actualmente, é mais uma figura mediática que uma política convencional). Uma vez que estas pessoas não estão interessadas em governar, alimentam o frenesim das bases em vez de tentarem acalmá-las ou canalizar as suas energias. Assim, toda a antiga moderação desapareceu.
• Pedro Adão e Silva, O dia em que o "Correio da Manhã" venceu:
    Infelizmente, chegou o dia em que o consenso que nos permitia resistir à fúria justicialista foi posto em causa. Manuela Ferreira Leite, no Parlamento, não resistiu a afirmar que "as dúvidas políticas não se resolvem adiando investigações e destruindo provas", para logo depois dizer que o primeiro-ministro devia esclarecimentos ao país sobre este caso. Eu não sei, nem quero saber, que "provas" são essas de que Ferreira Leite fala. Desde logo porque, num país civilizado, as escutas deveriam ser o último recurso para a investigação, em situação alguma deveriam ser passadas aos media e todos devíamos ter a consciência de que a maior exigência nas escutas aos órgãos de soberania visa proteger não quem ocupa transitoriamente os cargos mas, sim, a segurança do Estado, da governação e, custa-me dizê-lo, hoje em dia, também a autonomia da política face à justiça.

1 comentário :

Anónimo disse...

Bom, agora que o Freeport caminha para o fim em Portugal, tornava-se importante encontrar outro assunto para lançar lama, manter o primeiro-ministro no lume brando de uma qualquer suspeita. Pronto! As escutas das conversas privadas entre o chefe do governo e um amigo(que até pode ser um corrupto, sem que a pessoa que com ele fala o seja igualmente, como é bom de ver. Porque aqueles que se sentam ao lado do Preto, que o escolheram para deputado do PSD, não merecem tb cair na mesma categoria da qual o homem é suspeito)permitem a manutenção de uma outra campanha de intoxicação. E logo vinda de onde vêm! Vamos ter mais uns dados avulsos lidos por uma qualquer Ana Leal, garantindo isto e aquilo. Passado uns meses vamos verificar, novamente, que foi tudo fumaça. Gostava de saber quem nos protege de certos jornalistas e de certos elementos que trabalham na justiça portuguesa - representantes de uma certa forma pulha de estar na vida. Dito isto, aguardo que Vara e Penedos e todos os outros eventuais corruptos, se culpados, que sejam condenados. Portugal precisa de ficar mais limpo. Nesse aspecto e também na Justiça e na Comunicação Social.