sexta-feira, novembro 13, 2009

A palavra aos leitores

De e-mail de Paulo R., através do qual se mostra que a Dr.ª Manuela continua convencida de que é o programa do PSD que deve ser aplicado na presente legislatura:
    'O PSD, enquanto a Dr.ª Manuela ausculta as conversas dos portugueses nos cafés e nos autocarros para saber o Estado do país — afinal, o gabinete de estudos parece ter passado a gabinete de experiências etnográficas — , lá se lembrou que deve ser oposição responsável com um cardápio de dez medidas “anti-crise”.

    É isso mesmo, o PSD reconhece que o tal “abalozinho” é, afinal, uma “crise”, pelo que se impõem medidas urgentes para acabar com ela. O Dr. Miguel Frasquilho fez o favor de nos elencar uma por uma (
    uma a uma), a que se soma a entrega de um projecto que pretende revogar as taxas moderadoras no internamento e na cirurgia.
    Assim, o PSD propõe:

      - "reduzir em dois pontos percentuais a taxa social única suportada pelos empregadores em 2010";
      - "estender em seis meses, até ao final de 2010, o período de concessão do subsídio de desemprego";
      - "extinguir o pagamento especial por conta";
      - "alterar o regime de reembolso do IVA";
      - "garantir o pagamento das dívidas do Estado às empresas";
      - "criar uma conta corrente entre o Estado e as empresas";
      - "rever a generalidade dos processos de licenciamento";
      - "concentrar num único portal de informação os apoios do Estado";
      - "garantir que as compras públicas sejam mais transparentes, mais simples e tenham mais valor acrescentado bruto nacional";
      - "garantir a participação das pequenas e médias empresas (PME) na contratação pública".

    No âmbito da saúde, o PSD entregou ainda um projecto que pretende “revogar as taxas moderadoras no internamento e na cirurgia".

    Mas onde é que nós já ouvimos isto? Para quem criticou o Governo por ter apresentado na Assembleia da República um documento em quase tudo idêntico ao seu programa eleitoral (quando, dizem, PS não conseguiu ter a maioria absoluta), o PSD não vê qualquer problema em apresentar um pacote “anti-crise” decalcado do seu próprio programa eleitoral.

    Assim, na página 8 do famoso “Compromisso de Insinuações Verdade” (
    Compromisso de Insinuações Verdade), encontramos a referência a sete das 11 propostas — alterar o regime de reembolso do IVA; garantir o pagamento atempado das dívidas do Estado às empresas; criar uma conta corrente entre o Estado e as empresas; rever a generalidade dos processos de licenciamento; concentrar num único portal de informação os apoios do Estado; garantir que as compras públicas sejam mais transparentes, mais simples e tenham mais valor acrescentado bruto nacional; e garantir a participação das pequenas e médias empresas (PME) na contratação pública —, na página 9 mais três — reduzir em dois pontos percentuais a taxa social única suportada pelos empregadores em 2010; estender o período de concessão do subsídio de desemprego; e extinguir o pagamento especial por conta" —, e na página 17 lá está a proposta da abolição das taxas moderadoras no internamento e cirurgia. Quase ipsis verbis.

    Já sabemos — vão dizer que é um compromisso que tinham assumido com eleitorado (já o partido que ganhou as eleições não tinha, segundo o labiríntico raciocínio da Dr.ª Manuela, que cumprir compromisso nenhum). Alguém vai ter de lembrar mais uma vez ao PSD qual foi o programa e o partido que receberam mais votos para lhe mostrar qual é o compromisso que conta.
    '

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