terça-feira, fevereiro 02, 2010

Crespologia (“muita mudança”)

A propósito deste post de Emídio Fernando, lembrei-me de umas palavras de Eduardo Cintra Torres sobre Mário Crespo, nas quais fazia questão de lembrar que Roma não paga a traidores. Lá fui ao arquivo do João Gonçalves, que guarda estas pérolas como se fossem sonetos de Petrarca. Eis como eles se vêem uns aos outros:
    «Mário Crespo andou um tempão a servir a agenda do governo no seu programa Jornal das 9. A cadeira dos convidados parecia a cadeira do poder, de tanto que nela se sentaram os ministros Silva Pereira e Santos Silva. No auge desta opção editorial, o jornalista afirmou em entrevista ao Semanário Económico (15.01.09) que nas próximas eleições “provavelmente” votará (ou votaria) Sócrates; e noutra entrevista, ao CM (12.01.09), disse que “provavelmente” irá (ou iria) em breve para Washington por grandes temporadas (por coincidência, foi anunciado esta semana pelo Diário da República que o próximo conselheiro de imprensa em Washington será Carneiro Jacinto, ligado ao PS). Entretanto, a linha editorial de Crespo mudou, e de que maneira, quer no seu programa, quer nos seus artigos de opinião no Jornal de Notícias. Passou a criticar abertamente o poder PS; os ministros políticos do governo já não aquecem a cadeira do Jornal das 9. Crespo não explicou a sua radical mudança editorial entre Janeiro e Março, explicação que seria não só normal como desejável. Mudar de opinião não é crime, nem para um lado nem para o outro, mas 180 graus é muita mudança.»
É mesmo “muita mudança”, é, até se pode ser tomado pelas alucinações.

1 comentário :

Anónimo disse...

Como Medina, é outro ressentido. É um "sem-tacho"


@G_L