- ‘Há um manual não escrito para a acção política em Portugal. O primeiro mandamento desse manual tem sido sobejamente posto em prática e reza assim: "Se quiseres marcar a agenda e não tiveres nenhuma outra forma de o fazer, propõe uma revisão constitucional". Passos Coelho, na esteira de Luís Filipe Menezes, foi o último a sacar a revisão constitucional da cartola. (…) A proposta de Passos Coelho aparenta ser, por isso, uma cortina de fumo para evitar explicitar propostas políticas que, não colidindo com o texto fundamental, chocam, contudo, com a vontade popular. Uma agenda privatizadora na saúde e na educação, colocada em termos programáticos revela um apelo que rapidamente se desvaneceria se traduzida em compromissos políticos concretos. É por isso que a revisão constitucional de Passos Coelho, tendo a virtude de trazer consigo um subtexto que clarificará ideologicamente o espectro partidário português, não passa de um truque para esconder uma agenda política.’
sexta-feira, abril 16, 2010
Leituras [3]
• Pedro Adão e Silva, A cortina de fumo constitucional:
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