segunda-feira, maio 10, 2010

Alteração radical das circunstâncias

Aqueles que defendem que as condições se alteraram profundamente e que, por isso, não há condições para levar a cabo os grandes investimentos em obras públicas são os mesmos que fingem não saber que o esforço adicional que é agora exigido ao país não pode ser atingido apenas pelo lado da despesa.

Veja-se o que diz Vital Moreira:
    É evidente que não era necessário subir impostos para alcançar uma redução do défice orçamental para 8,3% no corrente ano, como estava previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento. Provavelmente, até era possível ir um pouco além dessa meta.

    Todavia, quando a situação de ataque ao Euro e à dívida pública portuguesa exige de Portugal metas mais ambiciosas para a redução do défice orçamental -- menos 1% este ano e menos 1,5% em 2011 --, então é óbvio que isso não pode ser alcançado somente com cortes adicionais na despesa (incluindo investimentos públicos), implicando também um aumento da receita orçamental, incluindo previsivelmente aumento de impostos.

    Por isso, só pode considerar-se desonesta a tentativa da comunicação social para sublinhar uma aparente contradição entre anteriores declarações oficiais sobre a desnecessidade de subida de impostos (quando a meta do défice era 8,3%) e as novas declarações admitindo uma subida de impostos, quando a meta passou a ser 7,3%, o que custa cerca de 1600 milhões de euros. Não existe portanto nenhuma contradição: quando se tem de ir mais rápido, a viagem fica mais cara...

3 comentários :

burns disse...

não ter um pingo de vergonha na cara e já nem se importarem de serem tidos como vigaristas e aldrabões facilita muito estas explicações

Lara disse...

Não é por nada, mas já perceberam que foi por estas e por outras que o Vital foi feito em "mousse" nas europeias e levou uns safanões na Almirante Reis de uns ex camaradas de Partido menos pacientes?

Continuem assim, citem-no, narcotizem-se com as suas propostas estratégicas e, já agora, candidatem-no à Presidência da República porque o Manuel Alegre parece um sem abrigo do Martim Moniz depois do último enxovalho do Secretariado do PS.

Zé dos Montes disse...

"Mudar de rumo nesta altura é dar um mau sinal aos mercados..."