sexta-feira, janeiro 21, 2011

É irrelevante a eleição presidencial? De modo algum!

• António Vitorino, Falar para a História:
    Significa isto que é irrelevante a eleição presidencial? De modo algum! No nosso sistema político, o chefe do Estado tem uma função simbólica (que passa pela empatia pessoal que gera com os portugueses em termos transversais na sociedade) e poderes efectivos relevantes, sobre cujo exercício, infelizmente, os candidatos não nos traçaram nem um perfil nem um rumo!

    Esses poderes correspondem a uma função moderadora que pode e deve propiciar as convergências e os entendimentos na sociedade e na esfera política, de modo inclusivo e reforçando a unidade nacional. E, no limite, tem um poder decisivo de ultrapassagem de impasses e de resolução de crises políticas, que é o poder de dissolução do Parlamento e de devolver a palavra ao povo.

    Quanto a estes poderes, os candidatos ou foram omissos ou erráticos. Com especial responsabilidade para o actual Presidente, que se reapresenta a sufrágio. Com efeito, compreende-se que, por razões eleitorais, um candidato que, no seu primeiro mandato, não logrou (ao contrário dos seus antecessores) ampliar significativamente a sua base de apoio para além do seu campo político de partida (o centro-direita) tenha de gerir o tema da dissolução em linha com os desejos e aspirações dos partidos que o apoiam explicitamente. Mais censurável é deixar na penumbra se a sua intenção é a de ser ele o agente de uma crise ou se, pelo contrário, o poder de dissolução constitui uma última linha de superação de uma crise criada por outros.

1 comentário :

o Rabino disse...

Faço este comentário,para Vitorino não ficar a escrever para o boneco...Acho que o PS deu mais a Vitorino,do que aquilo que dele recebeu...Foi uma golpada,mas gostei que fosse Durão Barroso a ficar-lhe com o lugar na UE para o qualVitorino estava disponivel,quando anteriormente esteve indisponivel para o partido que deu visibilidade ao seu talento.