terça-feira, junho 21, 2011

Equívoco simbólico

Há várias horas que dirigentes do PSD e comentadores (desculpem a redundância) insistem na ideia de que a rejeição do nome de Fernando Nobre para a presidência da Assembleia da República foi uma reacção corporativa dos políticos profissionais contra os independentes.
Obviamente, trata-se de uma falácia: os deputados rejeitaram aquele deputado, sendo que o facto de ser um "independente" nada tem a ver com o assunto.
Algum dos repetidores laranja que inundam o espaço mediático poderá explicar qual seria o valor acrescentado de termos um "independente" na presidência da AR? Mesmo como mero simbolismo?

11 comentários :

Anónimo disse...

Auto aconvencimento: repetindo-se algo até à exaustão , acaba por se tornar 'verdade'. Além disso, o auto convencimento aumenta a auto estima. Depois do falhanço de hoje, a auto estima dos PSD's deve estar a precisar de alimento.

Olimpico disse...

O Parlamento funcionou democráticamente, desvalorizar esta atitude, não é saudável, e pouco democrático...

Mas foi triste no fim da votação, olhar para a "fotografia" do PM e aluns Ministros indigitados, em circulo e em pé, "combinando" o passo a seguir.....Tanto desnorte, para um assunto, que não deveria ter chegado a este fim....
Temo que os 2 anos que o Prof. Marcelo prognostíca, para o governo Psd/Cds, esteja muito dilatado....

N.B. A comissão Europeia, faz hoje grande elogio ao GOverno Português, pelos numeros alcançados.....É só para lembrar.....´

Anónimo disse...

A minha mulher define um independente como um forreta que não quer pagar as quotas do partido.
Digam-me lá que raio de imdependencia tem um tipo que faz uma campanha apelando ao voto num partido?
Ou um tipo que é ministro de um governo com um programa partidário como todos os governos em todo o mundo democrático são?
Porque não dependem do partido? Mas quantos e quantos membros partidários não dependem a ponta dum corno do partido a que pagam as quotas?
Eu pago as quotas, e vem um gajo armado em importante dizer que tem "mais cidadania" que eu porque poupa uns dinheiritos.
Proponho uma petição, só pode pertencer a um governo quem tiver cartão partidário há mais de 4 anos e com as quotas em dia.
Estou a falar a sério.
E não quero saber se o "independente" se chama Nuno Crato, Bagão Felix ou Teixeira dos Santos.
Será que o Benfica deixa algum tipo que não seja sócio ir para a direcção?
É o deixas!

Anónimo disse...

O Caso Nobre

Daqui a cem anos talvez apareça um tragediógrafo faça do caso Nobre uma peça que iguale as que se escreveram na Antiguidade.
Nobre conseguiu alcandorar-se ao Olimpo do herói trágico, imolando-se duas vezes seguidas num altar de votação que os Deuses quiseram negar-lhe ser favorável.
Só, pensativo, sentado naquele renque de cadeiras vazias, qual Job fustigado pela ira vingativa de uma votação anunciada, Nobre atrai sobre ele o opróbrio da sua superlativa soberba, prova definitiva da sua imensa pequenez moral.
Nobre tirou, deste modo, prova de que a Política não compensa os que, contra ela, levantam ostensivamente o facho da Independência, como se ela fosse a pedra angular da Democracia.
A Democracia falou, com voz clara, decidida e valente.

Farense disse...

Estes jovens do PPD não se andaram na escola da democracia, aprenderam pouco.
Nem se respeitam. nem se dão ao respeito. O futuro trará saudades do Socrates!

Sousa Mendes disse...

É, de facto, uma redundância e uma inutilidade prática distinguir comentadores arrebanhados, de dirigentes do PSD. Penso até que a única diferença entre ambos é cronológica. Uns já lá estão os outros estão a trabalhar para lá chegar! E, claro, não são boys! Mas são o quê, concretamente? Engraxadores? Candidatos a tachos? A propósito, é desta que o Crespo consegue ir para Washington? O Plano inclinado já está no Governo! É um bom começo!

Partidinho da treta disse...

Que sirva de lição a todos os babosos do Reyno. O PSD deveria era chamar-se o PIPI: Partido de Independentes e de Parolos Imberbes.

Anónimo disse...

"Um independente é um forreta que não quer pagar as quotas de um partido" Portanto, alguém que não se revê em nenhum partido é apenas forreta. Brilhante!...

Von

Anónimo disse...

Este assunto, do Nobre, é uma politiquice. E dar-lhe mais importância que isso, revela o nível do comentário político em Portugal: baixinho, baixinho...

Von

ps: aliás, todos os comentários que já li em outros blogs, acerca do destino seja em Paris ou outro lado qualquer de Sócrates, encaixa no que disse: politiquices e beras.

Sérgio Gordinho disse...

Von: e tu, então por que não voas?

Anónimo disse...

O Dossier Nobre

Desengane-se quem pensa que o triste espectáculo de ontem no parlamento foi uma derrota para o PSD e mais particularmente para Passos Coelho. Na verdade tratou-se de um fuzilamento em directo, por parte do PSD/CDS com a conivência de todos os partidos.
Depois de PPC ter utilizado o truque de Nobre para cativar algum eleitorado à esquerda, prometendo ao ambicioso aspirante a politico o que já sabia não poder oferecer, só lhe restava livrar-se do homem com requintes de maquiavelismo.
Portas mantém-se intransigente e não perde a face, a oposição vota contra e pensa que obteve uma vitória, Cavaco livra-se do incomodo de ter como nº 2, alguém que foi tão critico do seu consulado, Passos aparece como um magnânime homem de palavra, tão diferente de Sócrates, não se importando com uma primeira derrota num parlamento ainda no primeiro dia, em nome da seriedade e da palavra dada. A chusma de comentadores tratou de amplificar esta ideia, devidamente orquestrada pelo incansável Relvas.
Nobre, com o ego engordado a milho pelo aparelho do partido, deu o corpo às balas e foi nada mais do quem um idiota útil, sozinho a olhar para o telemóvel enquanto as maquiavélicas personagens em circulo, contam os dias para que desista do mandato, fazendo entrar o militante que se segue.
Daqui a seis meses já ninguém se vai lembrar…