quinta-feira, julho 21, 2011

Estar contra as golden shares é uma coisa, oferecê-las sem contrapartidas é outra

• José Pacheco Pereira, O que está a ser mal feito, mas mesmo muito mal feito: dar de oferta milhões de euros aos accionistas da PT, da Galp, etc. [hoje na Sábado]:
    ‘A oferta das golden shares sem qualquer contrapartida para o Estado é o mesmo que dar de mão beijada vários milhões de euros a vários fundos de pensões, bancos, seguradoras, accionistas individuais, grupos económicos, etc. O ministro justificou essa oferta argumentando que nas empresas a privatizar isso melhoraria também o valor da parte do Estado, logo não se perdia tudo. Pode-se aceitar em parte este argumento. Mas naquelas que foram privatizadas a preço mais baixo, exactamente porque havia a golden share? E naquelas que já estavam todas privatizadas menos a golden share? O caso da Portugal Telecom é o mais significativo. O Estado ofereceu aos accionistas uma valorização real do seu património de muitos milhões de euros, sem qualquer contrapartida. Se não fossem as circunstâncias especiais em que tudo isto se passou, que apontam para uma mistura de pressa e preconceitos ideológicos (estar contra as golden shares é uma coisa, oferecê-las sem contrapartidas é outra), seria um caso que alertaria para uma investigação ou de negligência no interesse público ou de corrupção.’

5 comentários :

Anónimo disse...

Pois é, mas ninguém se incomoda. Se fosse no tempo de Sócrates, cairia o Carmo e a Trindade.Como é a nossa 'transparente' direita, vale tudo.

Anónimo disse...

mas não se consegue fazer cair o carmo e a trindade?
eu acho que se conseguia se se quisesse. Ou não?

Luís Lavoura disse...

Até agora não observei valorização nenhuma das ações da GALP, PT e EDP, desde que o governo anunciou o fim das golden shares.

Como poderia o governo tributar uma valorização inexistente ou apenas presumível?

ORANG, O TANGO disse...

A queda do Carmo e da Trindade é assim como os movimentos tectónicos: muito lentos, mas imparáveis e sempre irreversíveis.


"Quem viver vêrá, qui num foi em vão (eu quero é muito amor no couração...)"!

Anónimo disse...

Não há atenuantes. Há muito que se falava da necessidade de haver contrapartidas para o Estado. É um acto intencional de favorecimento. Tinham pessoas competentes para estudar e propor valores. Não o quiseram fazer...e isso tem nome e rostos!!!