- ‘Quem se recorda da segurança com que Passos Coelho falou da redução da taxa social única e assiste, hoje, à total indefinição do Governo sobre o assunto, a ponto de ser admoestado pela troika, não pode deixar de se surpreender. Tal como sucedeu com outras matérias, o que parecia uma opção firme e estudada tanto que foi avançado um valor de quatro por cento para essa redução, era, afinal, somente uma opinião seguidista em relação à referida troika.
Mas o que mais espanta em todo este processo é o absurdo da opção em que os técnicos da UE e do FMI fazem finca-pé. Em tese, a diminuição da contribuição social das empresas melhora a sua saúde financeira e favorece a criação de emprego. Na prática, ninguém sabe quantos empregos serão criados, suspeitando-se que, provavelmente, nenhum. Sabe-se, isso sim, que essa medida provocará um rombo gigantesco na Segurança Social e, de duas uma: ou o buraco não é compensado e acelera-se a ruína da Segurança Social ou os milhões que as empresas deixam de pagar têm de ser sacados em impostos que, por sua vez, diminuirão o consumo, aprofundando ainda mais a depressão económica. Sendo o Governo tão bom aluno da troika, talvez possa perguntar-lhe se veio para ajudar, ou para afundar o que resta da economia portuguesa.’
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