E agora é chegada a vez de Paulo Rangel, que está exilado lá em Bruxelas, também malhar no Governo, especificamente na política externa, que parece andar aos baldões sob a capa de uma autoproclamada eficácia. Eis um excerto do seu artigo na edição de hoje no Público:
- ‘É preciso fazer política e saber fazer política nesse novo contexto. A economia há-de ser um instrumento, mas não conseguirá nem poderá nunca ser mais do que um mero instrumento. Dar a primazia à diplomacia económica significa que não se percebeu ainda o que nos aconteceu. Vejo com apreensão que, nestes últimos dez anos, Portugal nada fez para desenvolver alianças estratégicas e preferenciais dentro do universo dos 27. Portugal relaciona-se "monoliticamente" com as instituições europeias e fala, de quando em vez, com os países "grandes". Mas renunciou a fazer diplomacia em rede dentro da União, estabelecendo alianças de geometria variável, organizadas em função de assuntos e interesses comuns, alicerçadas num diálogo sustentado no tempo: ora com os países do Sul (que vão de Chipre à Espanha), ora com os países de média dimensão (tão díspares como a Hungria ou a Suécia), ora com os periféricos (que podem ir da Estónia à Irlanda). E os exemplos podem multiplicar-se à exaustão. A crise das dívidas mostra bem que os estados mais debilitados - com muitos problemas comuns - não foram sequer capazes de estabelecer um diálogo permanente.
A este propósito, há um bom exemplo - ainda que menor - da nossa política externa recente: o encerramento das embaixadas em quatro países da União Europeia (Estónia, Letónia, Lituânia e Malta). Num momento em que precisamos de todos os votos nas instituições europeias, em particular no Conselho, em que carecemos de todos os lobbies e de todas as boas vontades, resolvemos ignorar e desprezar o papel dos pequenos estados na União. Pode ser economicamente vantajoso (e, mesmo isso, não é claro), mas pode ser politicamente muito prejudicial. E sem solução política europeia, não haverá economia portuguesa que aguente...’
2 comentários :
Ha grande Portas. Já tenho "saúdade" das suas idas às televisões, reclamando SEGURANÇA...
Muitas vezes, ainda o assaltante estava a ser perseguido, e já esta "figurinha" aparecia nas TVS.
reclamando do Governo SEGURANÇA!!!
Hoje, os casos públicos de assaltos, verificam-se à "velocidade da luz" mas Portas está APAGADO!!!....Pois...
NB: Sempre especialistas, ou gestores de fortunas ou Offshores...Hoje soubemos que além de Carlos Moedas (especialista em mercados financeiros) existe outro, advogado especialista em offshores!!!! Secretário de Estado de quê ???
"A denuncia" feita no parlamento, é grave se é verdadeira.... Não se pode estar com "DEUS E O DIABO"....
Atenção, dou alguns "tiros" mas este do "Há Portas"....Ah grande Portas!!! assim é que é...não é verdade (?!) O Portas sabe que é verdade a minha constatação....
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