- ‘Porque é que o Governo negociou uma transferência tão superior ao necessário? A resposta parece estar nas contrapartidas anormais que o Governo terá acordado com os bancos e que diferenciam claramente esta operação de todas as outras do mesmo género feitas no passado. Sobre isto o Governo tem ainda muitas explicações para dar.
O que não tem explicação possível é a decisão absurda de cortar 50% no subsídio de Natal deste ano. É preciso recordar que o imposto "sobre o 13º mês" - também ele uma receita extraordinária - foi apresentado pelo primeiro-ministro como uma medida indispensável para cumprir as metas do défice e para a qual não havia alternativa. Está provado que isso não era verdade: bastaria a transferência dos fundos de pensões para cumprir e até ultrapassar a meta do défice!
Sendo desnecessária, a decisão de cortar no 13º mês é mais do que uma decisão absurda: é um monumento impensável ao absurdo político, porque impõe aos portugueses sacrifícios adicionais completamente dispensáveis e porque agrava perigosamente a recessão, num contexto que já é de abrandamento acentuado da economia internacional.
A pergunta que se impõe é esta: se o Governo tinha ao seu dispor a possibilidade de recorrer a este exagero de receitas extraordinárias para cumprir o défice, por que carga de água foi tirar aos trabalhadores e aos pensionistas parte do rendimento que tanto lhes custou a ganhar, prejudicando ainda mais a economia? É claro, não seria fácil ao primeiro-ministro responder com a verdade: "Sou novo nisto, precipitei-me.
Desculpem lá qualquer coisinha". Em vez disso, o primeiro-ministro preferiu tirar da cartola uma explicação criativa, que até aqui se tinha esquecido de dar: afinal, a troika - essa malvada - é que só deixou recorrer aos fundos de pensões da banca na condição de haver também um imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal!
Sucede que esta história, novinha em folha, não bate certo. A verdade é que o primeiro-ministro anunciou o corte no 13º mês logo no dia em que apresentou no Parlamento o Programa do Governo, a 30 de Junho. Nessa altura, garantiu até que tinha tomado a decisão de véspera, depois de conhecer os números do INE do 1º trimestre. E não fez nenhuma referência a ter consultado de urgência a troika, nem sobre essa medida, nem sobre quaisquer alternativas. O que disse foi outra coisa: "Tomamos hoje essa medida para que o País não seja sujeito, como foi em anos anteriores, à necessidade de chegar ao fim do ano adoptando medidas extraordinárias (...), e é isso que não acontecerá este ano". Ou seja: o corte no 13º mês não foi uma contrapartida para o recurso aos fundos de pensões, foi, isso sim, a escolha de um Governo que em Junho nem sequer queria recorrer aos fundos de pensões (medida que só foi decidida no final de Agosto, no Documento de Estratégia Orçamental). Por aqui se vê que as duas medidas nunca andaram ligadas. A ligação foi arranjada agora à pressa, para tentar justificar uma decisão precipitada e que se revelou manifestamente absurda. Porque o facto é este: não havia necessidade.’
10 comentários :
O corte do subsidio é uma medida puramente ideológica.É preciso travar o consumo, nada melhor do que roubar uma parte do rendimento disponivel das familias para elas acalmarem logo com o pendor despesista. Despesistas são, claro, aqueles que ganham 600 euros. Como não recebem o suficiente para pagar as contas mais elementares andam claramente a viver acima das possibilidades. Esses malandros!Se não têm dinheiro para o pão, não comam !
"Ou seja: o corte no 13º mês não foi uma contrapartida para o recurso aos fundos de pensões, foi, isso sim, a escolha de um Governo que em Junho nem sequer queria recorrer aos fundos de pensões (medida que só foi decidida no final de Agosto, no Documento de Estratégia Orçamental)"
Jura?!
É claro que em Junho o governo não queria recorrer aos fundos de pensões, porque achava que a sobretaxa seria suficiente para compensar a previsão do desvio do 1º semestre (o tal que os socratistas diziam não existir).
O problema foi quando se verificou que o desvio do 1º semestre era mesmo colossal e que a sobretaxa era suficiente.
Enfim, mais uma crónica vergonhosa de um dos coveiros de Portugal
Défice
PS disponível para "rever" travão constitucional
por João Pedro Henriques Hoje, DN
Se esta notícia for verdadeira, isto é uma pouca-vergonha. Não dou mais de seis meses a António José Seguro à frente do PS.
Défice
PS disponível para "rever" travão constitucional
por João Pedro Henriques Hoje, DN
Se esta notícia for verdadeira, isto é uma pouca-vergonha. Não dou mais de seis meses a António José Seguro à frente do PS.
Como é possivel que um dos principais responsáveis pela situação actual do país, consiga escrever esta crónica? Este país não tem realmente cura, pois para sermos grandes deveríamos prender este senhor e mostrar aos portugueses que estes hoje que aparecem como paladinos da justiça social, defensores dos mais fracos e dos oprimidos, foram exactamente aqueles que criaram injustiça social ao darem rendimento minimo a quem pode trabalhar em vez de aumentar as reformas miseráveis de quem arduamente trabalhou; que tornaram mais fracos aqueles ue acreditaram nas mentiras que a máquina de propaganda ía tramnsmitindo. Deveriam ter vergonha e estarem calados!!!!!
Este Passos Coelho é um pinóquio de todo o tamaho. Grande Aldrabão!
Fundo de pensões dos Bancos:
Temo que os bancos fizeram um "Bom negócio"... caro aos Portugueses e gravoso, para os trabalhadores bancários incluidos neste negócio.
O Minimo que se pode pedir, é que o Governo informe os Portugueses, deste negócio, e da solidez dos fundos de Pensões, e o valor dos seus ativos, não vá o povo ter que pagar mais um BPN!!!!.....
Os Sindicalistas dos Bancários,
ficam com a responsabilidade de terem acreditado na palavra d`um governo que já deu provas de se ter especializado na MENTIRA.
6 mil milhões, é muito dinheiro....
Temo que ,novamente, uma negociata do PSD dê origem a um tremendo buraco que terá de ser pago pelo contribuinte.
Quanto aos "buracos" do primeiro semestre, só vejo BPN e madeira. Adivinhem lá quem está metido nesses mesmos buracos...
Mas há alguém que sonhe que os bancos se tivessem à vista prejuízo no negócio ofereceriam ao Estado uma parte dos fundos de pensões?
Será que alguém neste país ainda é estúpido q.b. para pensar que os banqueiros existem para bem do povo?
Mais uma mentira COLOSSAL! Deste Coelho aldrabão, que envergonha todos os seus homónimos sérios e rectos!!
Com tantos e tais "ventos" a serem "semeados", é bom que vão desde já pensando num refúgio Seguro, para quando rebentarem violentamente as inevitáveis tempestades!...
Quemtavisa.
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