sexta-feira, dezembro 16, 2011

Vocação e obstinação

• Fernanda Câncio, Vocação e obstinação:
    ‘Parece pois inevitável concluir-se que, se o País continua a ser, a par com o Reino Unido, o mais desigual da UE (sexto na OCDE), os últimos anos foram de grande progressão, tanto mais significativa quando a generalidade dos países da organização, incluindo os menos desiguais (Norte da Europa), piorou no mesmo período. Esperar-se-ia, então, que o facto fosse abundantemente assinalado - e festejado -, comprometendo-se o Governo a continuar no bom caminho.

    Ontem, dez dias após a divulgação do relatório, o ministro da Solidariedade, Pedro Mota Soares, deu uma entrevista ao i. Mas o título não é "Vamos continuar a diminuir a desigualdade" ou "Portugal progrediu muito, temos de progredir mais" ou "Reforçaremos as políticas que permitiram este resultado". Não; o título é "O Estado não tem vocação para gerir instituições sociais". Sem espaço para saborear esta frase - desde logo, o que serão "instituições sociais" para o ministro? Um hospital, uma escola, um centro de saúde não são instituições sociais? - anota-se a declaração de incompetência do Estado no apoio social. Em que se baseia o ministro para afirmar tal, ao arrepio não só da evidência constante no citado relatório quanto a Portugal como das recomendações da OCDE no sentido do reforço da oferta de serviços públicos de alta qualidade como forma de combater a desigualdade? Não se sabe; não lhe foi perguntado. Quiçá o ministro não teve conhecimento do relatório, ao qual de resto não faz qualquer referência. Ou, quiçá, a sua vocação não passe por atentar a relatórios, estudos, minudências como a melhoria efectiva da vida das pessoas - e a verdade, com muita maiúscula, lhe seja revelada de outro modo.’

3 comentários :

Anónimo disse...

E eu que pensava ter o estado social surgido para atalhar precisamente a incapacidade dos privados e dos mercados para gerir os problemas sociais...estava enganado ao que parece, segundo este imbecil.

Zé da Minda sempre disse...

Fernanda Cancio, com os meus cumprimentos, peço desculpa por não comentar este post,mas fiquei muito chocado,quando soube que Paulo Portas está muito doente,pois segundo as suas palavras, foi em seis meses a 20 hospitais e todos em paises diferentes para tentar descobrir a cura da sua rara, e grave doença. "viajiteagudaapala" é o seu nome.De facto é rara, surge sempre quando ele está no poleiro...

Anónimo disse...

O i é um jornal fascistoide. Que queriam que fosse a entrevista quando a filha do Director do I foi há dias nomeda para o ministerio deste ministro? Favor com favor se paga !