• Pedro Silva Pereira, Embuste colossal:
- ‘Talvez por terem sido divulgados entre o Natal e a passagem de ano, ou por serem inconvenientes para a doutrina oficial (que alegou um “desvio colossal” supostamente ocorrido no 1º semestre), certo é que não foi dado o merecido destaque aos últimos dados publicados pelo INE sobre o défice em 2011.
Os novos dados, porém, são muito reveladores e não podem passar sem um comentário.
Segundo o INE, no final do 3º trimestre o défice (em contabilidade nacional) estava em 8.635 milhões de euros, correspondendo a 6,8% do PIB. A meta estabelecida com a troika para o final do ano é, recorde-se, de um défice de 10.068 milhões de euros, correspondente a 5,9% do PIB. Sendo assim, três conclusões ficam agora à vista de todos.
Em primeiro lugar, decorridos nove meses de execução orçamental (incluindo todo o famigerado 1º semestre, do Governo anterior), o défice está apenas 0,9% acima da meta acordada, isto é, o "desvio colossal" está reduzido a 9 décimas. E todos sabemos que a dívida escondida da Madeira contribuiu para isso com quase 5 décimas (mais de metade!), sendo que o restante não resulta de nenhum despesismo mas sim dos encargos financeiros não previstos que o País teve de assumir em consequência directa da rejeição do PEC IV (efeito da descida dos ‘ratings' sobre os empréstimos das empresas públicas e comissões pagas pelo pedido de ajuda externa). De qualquer modo, a tentativa de responsabilizar o Governo anterior por um "colossal" desvio na execução orçamental do 1º semestre, justificativo de duríssimas medidas de austeridade adicionais, está definitivamente reduzida a pó. Tudo não passou de um embuste do Governo. Um embuste colossal.
Em segundo lugar, os dados mostram que o Orçamento para 2011 impulsionou, desde o início do ano, uma dinâmica consistente de redução do défice, que se foi acentuando ao longo dos três trimestres. Assim, o que devemos esperar do Governo na execução do 4º trimestre é que esta dinâmica se mantenha e o défice continue a convergir com a meta fixada pela troika, aproximando-se mais dos 5,9%. Aliás, no último trimestre o défice até pode aumentar ainda mais 1.433 milhões de euros sem violar o tecto fixado (para termo de comparação, refira-se que no 3º trimestre o défice cresceu 1.615 milhões, pouco acima do que seria preciso conseguir no 4º trimestre). Trata-se, portanto, de uma tarefa que está longe de ser impossível - embora as desnecessárias medidas adicionais de austeridade tomadas pelo Governo só compliquem.
Em terceiro lugar, tudo isto põe gravemente em xeque a mais recente estimativa do ministro das Finanças, de que o desvio orçamental seria de 3.400 milhões de euros, correspondentes a 2 p.p. do PIB (Relatório OE 2012, pág. 27). Tendo em conta as metas referidas, isto significaria um défice de 13.468 milhões de euros no final do ano, equivalente a 7,9% do PIB. Ora, se o INE garante que no fim do 3º trimestre o défice está em 8.635 milhões de euros e 6,8 % do PIB, para que o ministro das Finanças tenha razão é preciso que no 4º trimestre o défice aumente 4.833 milhões de euros! Isto é, seria preciso que o défice do último trimestre fosse quase metade do previsto para o ano inteiro e três vezes superior ao verificado no 3º trimestre (de 1615 milhões de euros), rompendo com a trajectória de redução registada até aqui.
Em suma, das duas uma: ou o ministro das Finanças errou nas contas, como tudo indica, quantificando um desvio orçamental que os factos não confirmam e levando ao engano o País e o Governo, na imposição de graves medidas de austeridade completamente desnecessárias; ou o ministro das Finanças tem razão e o desvio de que fala aparece no final do ano - mas para isso será ele próprio a falhar no controlo da execução orçamental do 4º trimestre. De qualquer modo, já não haverá embuste que lhe permita disfarçar as suas próprias responsabilidades.’
13 comentários :
Seis meses após terem sido corridos do poder esta gentinha socrática continua impune e arrogante como se nada se tivesse passado.
Por favor tenham um bocado de vergonha na cara e algum decoro pois noutro país (Irlanda é um exemplo)estariam a contas com a justiça pela responsabilidade do estado em que deixaram o país, o resto são balelas e desculpas.
A tralha da meia laranja é uma cambada de habilidosos...são doutorados na vigarice
Acho, que é altura, do PS, marcar uma reunião com Sua Exc - o País está a caminho, uns emigrarem, outros a morrer de fome e de tuberculose, outros a vegetarem e a "ladrilhar",enfim, o Soares dos Santos deu o "mote" - a fuga financeira, já não acreditam no País - uma lambada na cara deste Governo de garotos - de trotinetes, capacete e galochas.
Valha-me Deus, este governo só sai com benzina
Pois é, quando um menino se arma em queixinhas e atira a culpa para os outros sem ter razão, o certo certo é que a porcaria lhe é sempre devolvida.
Agora toma e embrulha, povo português, que foste comido a 5 de junho que nem patinho.
Visto isto o que anda a fazer o Seguro? Népia...ou antes anda a fazer a figura do bom mocinho com um discurso ultrapassado depicado do modelo António Guterres mas sem a fabulosa inteligência do mesmo.
Hoje foi uma vez mais frouxo...Costa, oh Costa, apanha o metro pá!
Anónimo das 11:18, tem como negar o que está espelhado no post? Têm dados do INE que neguem o que Pedro Silva Pereira explana? Têm outra cassete que não a que lhe ensinaram a repetir na JSD?
Não têm? Olha a novidade...
Ainda há IDIOTAS e ANALFABETOS e BLOQUEADOS como o anónimo das 11:18?
E vota como os outros...SAFA
Vamos percebendo porque queria a socratice dominar a comunicação social em pleno. Ter opiniões diferentes das viúvas ou dos orfãos do filosofo e da sua seita como se pode ver pela amostra dá direito a tudo.
Este senhor tem toda a razão ao referir que existe um embuste colossal. Deixa de ter razão é quanto ao conteúdo do mesmo. Senão vejamos:
o orçamento de estado para 2011, apresentado pelo governo de que este tipo fez parte, previa um défice inicial de 4,6%, bem contabilizados e argumentados.
As medidas previstas no pec iv, de menor efeito tanto no aumento da receita (para não penalizar o povo com mais impostos) como no corte da despesa (para manter o caos escondido e os direitos dos trabalhadores) que as acordadas no memorando celebrado com a troika, destinavam-se ao cumprimento do referido défice de 4,6%.
por via do memorando celebrado com a troika, para além de apoio financeiro (que não era preciso como este senhor parece continuar a defender pelos vistos), a portugal foi-lhe ainda concedida a possibilidade de suavizar a consolidação orçamental, motivo pelo qual o objectivo para o défice orçamental em 2011 passou para 5,9% (daí a folga ....).
o novo objectivo para o défice orçamental permitiu por si só acomodar uma derrapagem próxima dos 2.250 milhões de euros em 2011 e mesmo assim só foi cumprido com recurso a medidas extraordinárias (fundos de pensões da banca), sem as quais teria ficado próximo dos 8% (sem propaganda mentirosa .... só com a verdade).
dos factos atrás expostos, é evidente que o pec iv seria apenas o quarto de muitos pec dada a clara impossibilidade de com o mesmo se atingir o objectivo inicial para o défice.
De duas uma, ou este senhor é um ignorante ou é um aldrabão.
Os dados do INE estão certos, a desonestidade intelectual é que continua a querer enganar os Portugueses.
opiniões?? Debitar generalidades antisócrates como que por desporto é tudo menos uma opinião. O post tem tanto de evidente como de chocante...o pior mesmo é ser obrigado a defender o Sócrates e a sua comandita, de quem eu não gostava mesmo nada
O anti mediocre esquece-se de alguns pormenores que influenciaram negativamente o crescimento do defice, pormenores esses exclusivos desta governação e para a qual o orçamento do PS não tinha sido feito.
Esquece-se que o pedido de ajuda á troika têm custos, custos chamados juros. E são altos.
Esquece-se do buraco da madeira, mas esse, concedo, cairia em cima de Socrates na mesma se ele lá se encontrasse.A forma como ele lidaria com esse buraco é que já poderia implicar menos sacrificios aos do costume.Esquece-se do buraco BPN que foi pura e simplesmente resolvido passando a totalidade do dito buraco para pagamento pelos contribuintes.Talvez Socrates resolvesse a coisa de modo diferente, talvez não, nunca saberemos.Sabemos é que este governo que lá está resolveu mal. Ponto.
Esquece-se da conversa dita " verdade" de descalabro financeiro do país e da consequente contracção enorme da economia a que deu origem , com consequente quebra de receitas, particularmente evidente desde que este governo tomou posse.
Por ultimo não é Silva Pereira mas sim o INE que confirma que o desvio até ao terceiro trimestre é inferior(6.8%) ás previsões de deficite final que gaspar invoca : 8%. Isto significa que algo de muito mal correu no ultimo trimestre, a serem verdade os numeros finais avançados por Gaspar.É um aumento de defice de 1,2% só no ultimo trimestre.Quase aposto que se analisarmos o 3ºtrimestre sozinho também chegaremos a um aumento...
E a coisa só vai piorar daqui para a frente: as receitas estão a diminuir porque a economia não consegue descolar.
Se quer continuar a acreditar no pai natal, bom, então não há nada mais a fazer do que admirar a sua fé mas avisa-lo de que no fim o irá conduzir a uma grandessissima desilusão.
Para o anónimo das 11,18H:
Está a falar em justiça ? cuidado, se a justiça funcionasse, Só o caso BPN, com acusados, todos altos dirigentes e ex dirigentes do PSD!!!!.... Neste caso, não parece É!!!! Os Roubos atingem já os 6 mil milhões, mas quer comtabilizar os créditos considerados "Bons" que se vão tornar maus?? e os 6 mil milhões crescerão, e o ZÉ vai pagar...
Não defendam o "indefensável" esta governação permitiu que "pequenos gangues de rua" se tornassem em "matilhas" terrivelmente perigosas....
Cps.
Interessante análise, pena que não se possa evidenciar o comportamento do país se o PEC IV tivesse ido para a frente.
Os anti-pec's já engoliram pelo menos mais alguns a começar pela vinda troika (pode chamar-se pec V) e vai engolir ainda outros tais como o recurso a medidas extraordinárias (pec VI) a alienação de património lucrativo (pec VII) e aumento de impostos (pec VIII) e ainda o corte dos subsídios à função pública, reformados e pensionistas (pec IX).
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