sábado, fevereiro 04, 2012

Uma tempestade liberal

Miguel Sousa Tavares, Uma tempestade liberal:
    ‘Não sei o que o código liberal prevê para situações destas. A fé liberal sempre me fez a maior das confusões, porque assenta na crença da bondade da natureza humana: entregues a si próprios, sem árbitro nem juiz, os homens e os países não deixarão de encontrar o melhor dos caminhos e inventar o mais justo dos mundos. Isto é falso e perigoso: desde Reagan e Thatcher, pelo menos, que sabemos que esse maravilhoso mundo é uma ficção e que essa fé não derruba montanhas, mas sim nações. À nossa pequena escala, não sei em que é que desregular o mercado de trabalho e abandonar os empregados e os desempregados à sua sorte, aconselhar os jovens a emigrar, eliminar a classe média e deixar falir milhares de empresas sem capacidade financeira para resistir poderá ajudar-nos a voltar aos célebres mercados em 2013. É certo que do empobrecimento há-de um dia nascer qualquer riqueza: do nada nasce sempre alguma coisa. O problema é o que se destruiu para chegar aí. Se, do credo liberal, faz parte uma solução radical de arrasar tudo para recomeçar de novo, então entendo. Mas isso é uma fé de fanáticos. Não é uma solução económica nem uma política aceitável.’

5 comentários :

Aeme disse...

É...TERRÍFICO.

baladupovo disse...

DIVIDOCRACIA - vejam este documentário no Youtube - para quem quer entender quem criou esta crise e quem dela se aproveita.
E não, não foi o Sócrates!..mas este Governo-Criminoso de Passos Cuelho está-se a aproveitar bem dela.

Anónimo disse...

Isto até me custa a escrever:Tem razão o Miguel Sousa Tavares. (Pronto está escrito). Destruir tudo para construir de novo. Faz-me lembrar alguma coisa. Camboja, se não me engano.

Anónimo disse...

Faz lembrar o que um certo lider da Alemanha nos anos 30 profetizava : arrasar com tudo, criar uma nova ordem onde arianos de olhos azuis, trabalhadores e honestos, lideravam as nações ao paraiso...

Baltazar Garção disse...

Pena que este Tavares, Miguel de Sousa, seja tão mau a prognosticar como é bom a escrevinhar: para quê lê-lo, se o que ele nos diz hoje só era importante há sete meses atrás? Agora é como o Narciso. Só nos fala do que já não é preciso.

Calimeros já cá há muitos. Está-nos a faltar é o homem da ACME...