- ‘Do que se trata é de uma lei que, no que à investigação criminal diz respeito, é um incentivo à preguiça. Uma vez em vigor, nos termos em que foi aprovada, ao Ministério Público basta considerar que determinado património é incompatível com o volume de rendimentos de um cidadão para o acusar, sem ter de se preocupar em fazer prova de que na origem está a prática de um ou mais crimes. Isto é, um sapateiro a quem, por sortilégio - porque passa a ser um azar dos Távoras -, saiu o Euromilhões decide comprar uma casa na Quinta do Lago, um iate e um carro topo de gama, mais uma casa num condomínio de luxo em Cascais, passa a ser presumível culpado de ter aumentado de forma exponencial a sua riqueza, de molde incombinável com os 650 euros que leva para casa todos os meses. E se, por infelicidade e má fortuna, se esquecer do talão premiado no bolso das calças que foram para a máquina de lavar, e sem ele não conseguir provar que o seu novo estatuto lhe foi conferido pela Santa Casa da Misericórdia, é obviamente um criminoso.’
sábado, março 17, 2012
“Obviamente um criminoso”
• Nuno Saraiva, Enriquecimento ilícito, um elogio para Cavaco:
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2 comentários :
o prémio é confiscado e ainda fica devedor das custas do processo e das multas
Francamente, que exemplo mais "pobre" e rebuscado. E o mais engraçado é, que não se encontram outros melhores para defender a posição que o CC e o pessoal do "PS" querem defender.
Cumps
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