sexta-feira, outubro 12, 2012

Outro prémio pelo “sucesso” do programa: o “ajustamento” é pelo lado dos impostos e não das “gorduras”

Há menos de um ano, Vítor Gaspar dizia no Parlamento, na discussão na especialidade do OE-2012, que a consolidação orçamental feita a dois terços pelo lado da despesa é uma "característica definidora" do plano de assistência assinado com a troika.

Acontece que, tal como isso não foi cumprido em 2012 - "o ajustamento decorre em mais de 2/3 do lado da receita e em menos de 1/3 do lado da despesa", disse a UTAO em Março na página 30 do seu parecer técnico sobre o Orçamento Retificativo de 2012 -, não será cumprido em 2013.

Como vemos no gráfico seguinte, retirado do documento relativo à quinta atualização do programa de ajustamento português (enquanto não chega a versão final do OE2013), dos 2,9% do PIB que o governo vai retirar à economia no próximo ano, 2,1% virão do lado da receita e 0,8% do lado da receita. Mais precisamente: 72% do "ajustamento" - em bom rigor, quase 3/4 - de 2013 virá do lado da receita.
Só falta Gaspar vir dizer que esta "flexibilidade" também é prémio pelo "sucesso" do programa.
    Pedro T.

1 comentário :

Anónimo disse...

O estranho de tudo isto é que a oposição, e concretamente o PS não se aproveite disto para zurzir forte e feio. Eu sei que o secretário-geral não tem, manifestamente essa capacidade, nas deixe o J.Galamba, ou o Silva Pereira intervir, para desmascarar as atoardas, porque, também, o Zorrinho não o sabe fazer e aquele episódio das viaturas em nada ajuda. Terão de ser muito mais combativos.