quinta-feira, outubro 11, 2012

Três falsidades

• Mariana Vieira da Silva, Três falsidades:
    ‘O Governo vem baseando a apresentação do seu Orçamento em equívocos sucessivos. O primeiro é o de que o agora apresentado substitui as rejeitadas mudanças na TSU.

    Esta falsidade é fácil de verificar. Por um lado, porque basta recordar a comunicação de Gaspar de 11 de Setembro para concluir que já no projecto inicial se previa o aumento de impostos mascarado de redução de escalões de IRS. Por outro, a mudança na TSU era grave mas, do ponto vista orçamental, pouco menos que neutra. O aumento de impostos já estava previsto, escusa o Governo de nos dizer que é culpa de quem criticou a medida da TSU.

    A segunda falsidade é que este OE será difícil, mas mais justo. Tal como tinha feito Vítor Gaspar na última semana, o PM promete a redução das desigualdades por via de um aumento médio de mais de 30% do IRS que, asseguram-nos, onerará mais os últimos escalões. Acontece que esses foram alargados e incluirão muito mais portugueses, não por estes terem realmente enriquecido mas porque o Governo decidiu "simplificar" o sistema fiscal.

    Como pode um sistema que reduz a progressividade para largos sectores ser mais justo? Como pode um sistema fiscal que inclui no mesmo escalão (com a mesma taxa máxima) rendimentos até agora no 8.º escalão (mais de 250.000€), no 7.º escalão (mais de 100.000€) e em parte no 6.º escalão (entre 40 e 100 mil) ser mais justo? Que o Governo resolva usar o argumento da equidade para justificar esta redução de escalões revela a farsa em que a sua politica orçamental se tornou. Por fim, um terceiro equívoco: prometem agora mitigar o aumento os impostos, cortando mais na despesa.

    Mas é preciso não esquecer que o último ano e meio nos trouxe um verdadeiro esmagamento da classe média; e que este ocorreu não apenas por via dos impostos e da redução do rendimento, mas também dos serviços públicos. Na verdade, cortes na despesa pública significam fundamentalmente cortes na despesa social e nos serviços públicos. Tentar fazer crer que o aumento dos transportes públicos, dos custos da saúde ou da educação podem mitigar a asfixia da classe média é de uma falsidade quase perversa.’

2 comentários :

Utópico disse...

Um Orçamento justo é o duro equilíbrio entre a austeridade e a promoção do emprego.

http://utopiarealista.blogspot.pt/2012/10/polivalencia-e-austeridade.html

OLimpico disse...

A Esperteza "SALOIA" vai funcionar???
Vou especular:
VITOR GASPAR anuncia Enorme aumento de impostos!!!! Deixou os POrtugueses Surpreendidos (?!)...mas a estratégia vai funcionar (?!) e será que vai salvar o governo e Portas ?

ENtretanto diversos membros do Governo e dos partidos que o apoiam, vão afirmando que tudo estão fazendo para "SUAVIZAR" o aumento de imnpostos. E vão fazê-lo, e assim passam de « enorme para elevado o dito aumento » O Povo "compreende" o esforço....Salva Portas e o próprio governo, vive mais uns tempos....digo eu, que estou a especular.....