quarta-feira, novembro 14, 2012

A linha geral segundo Passos Coelho


    1. Ontem, foi o comedido Banco de Portugal a distanciar-se das previsões do Governo. Quando no Boletim de Verão admitia que, em 2013, o crescimento da economia portuguesa deveria estagnar, o Banco de Portugal corrige agora a sua estimativa no Boletim de Outono. Tendo em conta o efeito previsível das medidas constantes do Orçamento do Estado de 2013, o Banco projecta agora uma contracção do PIB de 1,6%, reconhecendo que a situação poderá ainda agravar-se: “a actual projecção está condicionada por elevada incerteza”.

    Neste contexto, assume uma especial ênfase a contracção do consumo privado e do investimento. No Boletim de Verão, o Banco de Portugal antecipava um recuo de apenas 1,3% nos gastos das famílias, e agora projecta uma queda de 3,6%. No investimento, a revisão em baixa é maior: de um recuo de 2,6% passa-se a uma queda de 10%, que o Banco de Portugal atribui às “expectativas de redução da procura interna, ao elevado nível de incerteza e à restritividade das condições monetárias e financeiras”.

    2. Hoje, é o INE (cf. INE - PIB e INE - Desemprego) que nos dá mais um belo retrato da situação do país. Com efeito, ficou a saber-se que o PIB recuou 3,4% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e que a taxa de desemprego em Portugal subiu para 15,8%, o que significa que, desde que o Governo tomou posse, há mais 200 mil desempregados.

    3. Entretanto, o Eurostat dá conta que a produção industrial recuou 2,5% na zona euro em Setembro, em comparação com Agosto, e 12% em Portugal, a segunda maior descida entre os Estados-membros.

Questionado acerca destes dados aterradores, Pedro Passos Coelho confirmou aquilo que todos suspeitávamos: os resultados e as previsões macroeconómicas revelados entre ontem e hoje estão bastante em linha com as previsões do Governo, ou seja, o alegado primeiro-ministro andou a mentir repetidamente quando anunciou com solenidade que a crise iria acabar em 2013. Como poderemos levar a sério as pantominices que disse durante a visita de Merkel?

É evidente que Passos já sabe que a receita que está a aplicar irá aumentar o desemprego, empobrecer os trabalhadores e perpetuar a recessão. A pergunta é: por que mente Passos Coelho?

3 comentários :

Anónimo disse...

A pergunta deveria ser, "Porque ainda és primeiro ministro?"
DEMISSÃO para este palhaço e toda a trupe de palhacetes, JÁ !

Anónimo disse...



A resposta é: porque é preciso beberem o cálice até à última gota. Sobretudo quem neles acreditou há menos de dois anos. Neles, os patetas do PSD e do CDS, mas também nele, o paspalhão-mor do casal Mariani.


Não, não vamos agora afastar deles este cálice, nem pensem...

Anónimo disse...

Sinceramente, duvido que ele perceba alguma coisa do que se passa no país, na Europa ou no mundo. Como boneco articulado ou artista de castings da TVI, que sempre foi, limita-se a balbuciar aquilo que alguém lhe escreve num papel fazendo de tempos a tempos uns trejeitos com os ombros ou com a cabeça para parecer que entende do que fala.