domingo, novembro 11, 2012

Adeus, Urso de Ouro

É realmente triste que o produtor Marcelo e o realizador Moita de Deus não tenham qualquer hipótese de ganhar o Urso de Ouro do Festival de Berlim. E também não devem poder ganhar o Urso de Prata. Quem sabe, talvez o Urso de Latão.

Confesso que não consegui ficar indignado com a feia atitude dos alemães, que vetaram a exibição pública do filme de Marcelo e Moita de Deus. Se a razão da recusa alemã foi não terem gostado da ideia de que o povo alemão é pouco solidário, que é alegadamente passada pelo filme, acho que é um acto de “censura” inaceitável. Mas para além dessa crítica, a verdade é que o filme é de um Kitsch e de um mau gosto confrangedores, que contrasta vivamente com o vídeo elegante e de bom gosto que foi mandado fazer quando a Finlândia ameaçava inviabilizar a ajuda a Portugal.

Moral da história:

Que Marcelo finja que leu livros que se limita a apalpar com os dedos nas homilias dominicais (e, quem sabe, nas arguições universitárias), vá que vá. Que Moita de Deus enfie um capacete na sua tola monárquica e ande por aí com uma bandeira azul a trepar pelos telhados no intervalo das suas aventuras na comissão política do PSD, vá que vá. Mas, por favor, não se metam naquilo que não conhecem. Cinema e publicidade são assuntos sérios para gente realmente criativa e com bom gosto. Se quiserem contribuir, abram os cordões à bolsa e façam a única coisa que está ao seu alcance: ajudem a financiar um filme, mas não metam lá o bedelho.

10 comentários :

Anónimo disse...

Talvez um urso de pechisbeque

ignatz disse...

para mim ganham o urso da lata, o marcelo averba mais uma ideia para pendurar à janela, o moita empocha uns cobres à pala, os tótós de cascais pagam a despesa e enquanto se fala desta pepineira ignora-se o que é importante. governo & merckla associados agradecem.

Anónimo disse...

O urso de lata já para o filme!

Quanto à inqualificável censura alemã ao filme tenho de admitir que pelo menos evitou que esta "bosta" fosse exibida num local que apesar de mau gosto é muito frequentado por alemães mas também por turistas

RS

Anónimo disse...

Por mim, penso que há males que vêm por bem. A proibição só nos beneficiou perante a opinião pública alemã.Que ninguém veja esta 'scheizer'!

Júlio de Matos disse...



Ganharam, sim (e merecidamente), o famoso urso que deu origem à conhecida expressão "FIGURA DE URSO"

Anónimo disse...

ao contrário do vídeo para a Finlândia que nos encheu a todos de orgulho esta merda enche-nos a todos de vergonha.

que atitude mais lastimável.

esta gentinha só porque se anda a lambuzar toda no pote (porque fez um assalto ilegítimo ao poder) pensa que pode fazer tudo.

bem, eles realmente quando começaram a ocupar os lugares para onde foram nomeados diziam todos: "agora estamos cá nós".

Anónimo disse...

Que "vídeo para a Finlândia" nos encheu a todos de orgulho?! Quem são esses "todos"?

Estão bem um para o outro (os videos, entenda-se...), são bons exemplos da parolice que grassa cada vez mais nesta terra. O video "finlandês" era uma pepineira proto-nacionalista barata, ainda por cima com vários "erros factuais" (fica mais chique do que simplesmente lhes chamar mentiras). O video "marteleiro" é só mais um marco numa longa epopeia do anedotário nacional.

Anónimo disse...


Finalmente vejo uma obra de um cineasta neoliberal! - tão bom.

E veja o Miguel como o imbecil reagiu à não exibição do filme por uma concessionária que é, note-se bem, privada: berrou logo "CENSURA!" e foi fazer queixinhas ao embaixador. Lindo.

Acho que os cineastas deste país deviam fazer uma vigília em solidariedade com este colega, à porta da embaixada - o mercado entende lá a arte deste jovem génio!

Anónimo disse...

Que "vídeo para a Finlândia" nos encheu a todos de orgulho?! Quem são esses "todos"?

A minha ironia vem no seguimento da ironia do post onde se pode ler que este vídeo "contrasta vivamente com o vídeo elegante e de bom gosto que foi mandado fazer quando a Finlândia ameaçava inviabilizar a ajuda a Portugal".

Anónimo disse...

Mil perdões, então, pois ter-me-ei deixado enredar na ausência de entoação de que a palavra escrita sofre regularmente.

Ironia anotada... e apoiada!