segunda-feira, abril 08, 2013

“Gaspar teria de renegar a sua própria identidade”

• João Galamba, Gaspar na América:
    ‘Gaspar acha que a resolução da crise passa por reconstruir uma ordem perfeita e imaculada, que existiu no passado, mas foi posta em causa pela indisciplina e inércia reformista de uns quantos países. Realizado o ajustamento, não há qualquer razão para que a economia não cresça. Mais do que acreditar na realidade, Gaspar acredita piamente nas virtudes da arquitetura institucional da zona euro, na eficiência de mercados desregulados, flexíveis e concorrenciais, e na dimensão regeneradora da austeridade. Esperar que Gaspar pense de modo diferente, e que reconheça que a zona euro está a caminhar para o abismo, é pedir-lhe demasiado. Para que tal fosse possível, Gaspar teria de renegar a sua própria identidade.’

2 comentários :

josé neves disse...

Precisamente. Gaspar, tal como Platão no Sec.IV(a.C) e o tio Karl no Sec.XIX, face ao mal estar e decadencia da civilização voltaram-se para o passado à procura do paraíso perdido. Ambos propuseram um regresso ao comunitarismo familiar (para o tio Karl, comunismo)dos tempos pré-arcaicos praticados nas gens, séculos antes de nascer a pólis.
É fatal, quando os tempos se conturbam os paraísos perdidos são a miragem logo ali à mão.
No nosso caso actual a miragem tem nome: salazarismo. Com um pouco de habilidade e apoios comunicacionais (que não faltam) até podem vender um "salazarismo democrático".
Convoquem o VGM, o VPV, o PP e outros do mesmo calibre e a coisa poderá ser vendida ao povo como mezinha curativa de todos os males.

Anónimo disse...

É precisamente nos mercados concorrenciais que está o problema : estes não são concorrenciais, de todo. Um mercado só pode funcionar correctamente com as mesmas condições e regras para todos á partida. Ora o que não falta por essa economia globalizada é concorrencia desleal.
A alemanha bem pode assobiar para o lado. Mais cedo ou mais tarde vai levar em cheio com o problema que ela própria criou á zona euro.