quinta-feira, maio 16, 2013

Exportações, emprego e emigração,o caminho do mau reequilíbrio

• Manuel Caldeira Cabral, Exportações, emprego e emigração (que merece ser lido na íntegra):


    ‘O caminho de reequilíbrio ideal passaria por aumentar a produção, e para isso aumentar o investimento, em particular nos sectores transaccionáveis, para que aumentassem as exportações. O ajustamento teria de passar não apenas pelo aumento da produção de transaccionáveis e pelo aumento do investimento, mas também pela redução dos gastos públicos e do consumo. O reequilíbrio externo seria feito tanto pelo aumento das exportações como pela redução das importações.

    Isso foi o que aconteceu entre 2010 e 2011. Os gastos públicos desceram mais que o consumo privado. O PIB caiu, o desemprego aumentou, mas a produção e o emprego na indústria transformadora e na agricultura aumentaram. Não se estava a seguir um ajustamento fácil, mas estava-se a caminhar no sentido correcto.

    No último ano, o ajustamento económico em Portugal não só está a ser mais duro, mas não está sequer a seguir no sentido correcto. O Investimento, que devia estar a aumentar, está a cair. O emprego nos sectores transaccionáveis, que devia estar a aumentar, está não só a cair, mas a cair de forma muito mais acentuada do que o emprego nos sectores não transaccionáveis – ver quadro.

    Os dados de Março também revelaram que as exportações, que deviam estar a aumentar, estão a cair. O reequilíbrio externo que, em 2010 e 2011, se estava a fazer mais pelo aumento das exportações do que pela redução das importações, está-se a fazer agora apenas pela redução das importações.

    Mesmo no que toca ao reequilíbrio da despesa interna, ao contrário do que aconteceu em 2010 e 2011, em 2012 a queda do consumo privado foi superior à queda dos Gastos públicos, situação que se deverá repetir no corrente ano. Os privados estão a fazer mais pelo ajustamento do que o Estado.

    O principal problema que o país enfrenta neste momento não é a instabilidade dentro do Governo, nem a lentidão a que se está a processar a consolidação, é o facto de as medidas socialmente muito duras que estão a ser impostas não estarem a gerar o ajustamento da economia no sentido necessário. Portugal precisa de investir mais, produzir mais e exportar mais. E nada disto está a acontecer.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Portugal precisa de investir mais, produzir mais e exportar mais. E nada disto está a acontecer.’

E não vai acontecer enquanto estes meninos lá estiverem, pois a intenção é mesmo rebentar com o estado de forma total e irremediavél.
Depois entregam os sectores protegidos que ainda estavam nas mãos do estado ( saude, educação e pensões) aos privados do costume (geronimo martins, sonae, banca e seguros e os pires de lima desta vida).
Só nessa altura se sentirão satisfeitos com o desastre operado e sairão pelo próprio pé ( porque o povo é manso e CORNO, e vai deixa-los fazerem o que quiserem pelo tempo que quiserem), com chorudas posiçoes garantidas nas empresas amigas ou num qualquer lugar obscuro de burocrata europeu.

Eu não quero ter razão, mas infelizmente não tenho tido eu outra coisa nos ultimos dois anos.
Creiam, meus caros, que este dom da clarividencia ( no fundo chama-se vulgar atenção ao que se passa á nossa volta)é uma autentica praga .