• Pedro Santos Guerreiro, E depois do Adeus:
- ‘(…) não tivemos azar na destruição da procura interna da economia. Foi deliberado. O fracasso confesso de Gaspar é o fracasso de uma política económica dita liberal, que teve como ideólogos pessoas que aqui foram chamadas de estupidamente inteligentes, incluindo António Borges, Braga de Macedo e, claro, Vítor Gaspar. A lógica de destruição da má economia induzida pela escassez não se cumpriu. A lógica da virtude das reformas estruturais como purificação do ambiente depois da qual viria o crescimento espontâneo, e essencialmente privado, não aconteceu. Essa perspectiva económica supostamente evolucionista (em que os que melhor se adaptam são os que sobrevivem) tornou-se uma prática de extermínio (em que os mais poderosos permaneceram). A economia está a morrer. Em parte porque as previsões do modelo falharam. Mas a expiação é maior do que o bode. A economia está a morrer também porque o Governo falhou gravemente no desmantelamento dos interesses instalados, que afinal permanecem. A economia está a morrer também porque o Governo falhou gravemente no corte da despesa permanente e na reforma do Estado, o que levou a sucessivos golpes de austeridade, ora colossais, ora enormes. A economia está a morrer porque em vez de comando há desnorte, tira-se, repõe-se, retira-se, opõe-se medidas a medidas, prolongando a incerteza e aniquilando a confiança. A economia está a morrer porque além de semear o mal que era (e era) necessário semear, o Governo não teve uma ideia, uma proposta, uma política que surpreendesse. Houve muitas lâmpadas sem génios. E agora, o Governo recua, cede, e não só aos professores - a tudo. Como confessionalmente disse Miguel Relvas noutros tempos, o Governo não tinha Plano B. Nota-se.’
1 comentário :
Vão todos mas é atrás do Relvas e bem depressinha!
Todos em fila de volta para a Faculdade, cambada de ignorantes e incompetentes...
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