quarta-feira, outubro 16, 2013

Derreter dinheiro (III Acto)


      “O peso das medidas pontuais no défice deverá representar 0,1% do PIB, em 2013, o que se compara com 0,6% do PIB, em 2012. Assim, excluindo o seu efeito, verifica-se uma manutenção do défice em 5,8% do PIB em 2013.” [Relatório do OE-2014, p. 35, na versão em papel, ou p. 47, na versão online]

Sabemos que o défice orçamental de 2012 se situou em 5,8%¹ (segundo o critério "mãos largas" da troika). Significa isto que, em 2013 (tal como em 2012), o Governo andou a queimar dinheiro — neste ano, austeridade de 5.300 mil milhões de euros — sem conseguir fazer a consolidação orçamental. Se a receita falhou, agrave-se a dose de austeridade.

Mas convém ter presente, como Hugo Mendes põe em evidência aqui, que a cegueira ideológica não explica o essencial do comportamento do Governo. Atirar o país contra a parede vale bem o esmagamento dos custos do trabalho e o desmantelamento do Estado Social.

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¹ O défice orçamental de 2012 foi de 6,4% de acordo com os critérios da Comissão Europeia (Eurostat), tal como se prevê que aconteça ao de 2013.

1 comentário :

Rosa disse...



É mesmo atirar os sacrifícios para o caixite do lixo...