terça-feira, dezembro 17, 2013

O Estado assistencialista explicado às criancinhas


Só hoje li a última prosa do pequeno grande arquitecto Saraiva, que agora disputa com sofreguidão o nicho de mercado d’O Diabo, e fiquei toldado com os argumentos. É um libelo contra o Estado social.

O título não engana: Utilizador-pagador. Jura Saraiva a pés juntos: “A grande causa da exaustão do modelo social português - e europeu - é exactamente ter-se afastado demasiado do princípio do utilizador-pagador.” Eis os maus hábitos das pessoas na “sociedade ocidental”: “Quase não pagam a saúde (nos hospitais públicos). Quase não pagam a educação (nas escolas públicas).” Talvez mais grave ainda: “Não pagam a rádio, nem a televisão generalista, nem muitos media online, nem serviços como o Google.” Ora estes vícios são a prova provada de que a “sociedade capitalista evoluiu no sentido socialista”.

Que fazer? A receita é simples: “A aplicação a toda a sociedade do princípio do utilizador-pagador seria uma revolução. Mas uma revolução que resolveria boa parte dos problemas que hoje nos afligem.” Mas não se conclua que o pequeno grande arquitecto tem um coração de pedra: “É óbvio que, uma vez aceite o princípio, seria necessário fazer aqui e ali alguns ajustes, abrir uma ou outra excepção. Mas seriam as excepções – e não a regra.

Saraiva revela-se um ignorante? Sim. Saraiva é ridículo? Sim. Mas é isto o que a direita no poder defende (e está a procurar aplicar) desde que se alçou ao poder — e a falta de sofisticação do pequeno grande arquitecto é uma bênção, porque nos ajuda a perceber a monstruosidade em (des)construção.

9 comentários :

João Santos disse...

A grande admiração é haver alguém que ainda se admire com o que a direita pretende e sempre pretendeu.
Já se eaqueceram do tempo em que o Cavaco foi primeiro ministro? O abuso de poder das polícias, as forças de bloqueio, o controlo da comunicação social a destruição do SNS pela Leonor Beleza e seu secretaário de Estado (Costa Freira) que deram tudo e mais alguma coisa à Associação Nacional de Farmácias, tc., etc...

Anónimo disse...

Ainda não lhes ensinaram a pegar num copo de Champagne?
Esta direita é pouco civilizada.

Anónimo disse...

O neurótico do Saraiva com dois espertalhucos saloios.

Anónimo disse...

O homemzinho está com Alzheimer ou veio de outro planeta e não sabe que pagamos impostos dos mais elevados da Europa, taxas a montes (conta da água cheia de taxas, electricidade idem,taxas de saúde etc.etc.etc.)? Nada mas nada mesmo, nos é oferecido. Não sabe que somos nós que estamos a pagar aos ladrões do BPN, BCP,BPP, Submarinos, tudo gente conhecida/amiga dos Sóis deste mundo? Estes canalhas do calibre do "Deus do Sol" falam de barriga cheia!

Anónimo disse...

A canalha a festejar o "pote"!

Anónimo disse...

Eu cá não pago o Sol. Não utilizo, prefiro Renova.

Anónimo disse...

Fala mesmo de barriga cheia esse traste do Saraiva.
Porque não dizem logo ao que vêm?
Fartos de emprendedorismo que dá trabalho, o que essa gente quer mesmo é meter a mão em sectores económicos da sociedade onde as rendas são garantidas ( as pessoas pagam para não morrerem e para se educarem, é só ganhar).
Todo o resto, toda a ideologia colada com cuspo e discursos sobre a liberdade de escolha, o libertarismo, o laisser faire, tudo, mas tudo se resume a tentar esconder aquilo que sempre foi evidente na direita : gente sem escrupulos interessada apenas numa coisa, o lucro fácil.
O resto é para enganar tolos.

Anónimo disse...

E>pá, vocês ainda ligam a este gajo? O homem está maluco há anos. Se continuam a citar o que o gajo escreve dão-lhe a audiência que lhe falta no jornal. Ignorem o gajo pá!

Anónimo disse...

O tão propalado e outrora luminoso Sol de que o pequeno arquiteto é o "escrevedor" mor, de facto ninguém o quer, porque, na passada sexta feira fui ao Cinema no Norte Shopping e havia imensos jornais para entregar (de borla) às poessoas e ninguém lhe pegava (se calhar cheirava mal...). Não é de estranhar que mente tão conspurcada possa vociferar alarvidades como as que agora li. "Perdoai-lhes Senhor...".