sexta-feira, fevereiro 21, 2014

A CPLP na hora da vergonha


• Editorial do Público, A CPLP na hora da vergonha:
    “Oitavo governante mais rico do mundo e ditador há quase 35 anos num dos países mais pobres do mundo, a Guiné Equatorial, Teodoro Obiang conseguiu finalmente o que queria: luz verde para a adesão do seu país à CPLP como membro de pleno direito. Adoptará o português como terceira língua oficial, a par do castelhano e do francês, e até instituiu há três dias uma espécie de moratória que suspende a pena de morte, sem contudo a abolir. Os ministros dos negócios estrangeiros da CPLP deixaram-se seduzir por tais “mudanças” e recomendam a sua aceitação. Em troca, Obiang ganhará cobertura para, integrado numa organização a que até pertencem Portugal e o Brasil, poder mostrar ao mundo uma face diferente da que realmente tem. Para ele, é um bom negócio. Para os que, ignorando as atrocidades e a corrupção reinante, lhe cobiçam a fortuna, é também um bom negócio. Mas para a CPLP é apenas isto: uma vergonha.”

4 comentários :

Ricardo Pinto disse...

Que nojo! Gente sem valores, para quem só o dinheiro interessa. Vendo bem, desde que, com os vistos gold, a nacionalidade portuguesa passou a ter um preço, para que se haveria de fingir que se tinha vergonha na cara? Um asco, é o que isto é.

Anónimo disse...

Mas naaaaaõoo, o Socrates é que era amigalhaço de gente pouco recomendável...
A hipócrisia desta gentinha reles não conhece limites.
Evito por tudo desejar mal a outrém, mas caramba, para estes, um piano atirado para cima, dum 10º andar , ainda era pouco.

RFC disse...

Assino por baixo e tenho apenas reservas sobre a frase onde se diz que «Para os que, ignorando as atrocidades e a corrupção reinante, lhe cobiçam a fortuna, é também um bom negócio», como compreenderão a seguir. Deixo no fim dois páragrafos de um artigo que a Ana Dias Cordeiro escreveu no P. que contextualizam o assunto (e recupero a seguir um comentário que fiz algures, em cima da hora, porque me parece que ajuda a explicar o que poderá estar em causa). Nota: o artigo integral está online, para os/as interessados/as.

A notícia do P. não o diz, mas estão a servir um cocktail da Lusofonia Global (o ex-ministro do oásis JBM e actual presidente do IICT é o teorizador, se interessar) que é do melhor: à frente do Banif está um ex-MNE do PS, Luís Amado, nome do bloco central de interesses; a isto soma-se que o Banif tem uma dívida de 1100 milhões ao Estado português (por conta de um empréstimo amortizado numa décima parte). Jogada simples num xadrez aparentemente complexo: joga-se a mão à CPLP, a Guiné Equatorial lava uns milhões no Banif que, assim, poderá pagar a dívida ao Estado português. No fim, nem se pode dizer que o Passos Coelho esteja a tratar de interesses privados. Ou seja, e como garantiu ontem, irá pessoalmente à cimeira da CPLP, em Dili, para abraçar a trupe do Obiang. A sujidade sai com Skip...

...

Negócios com a Guiné Equatorial ajudam a perpetuar poder repressivo de Obiang Nguema

Ana Dias Cordeiro | 02/2014 - 16:23

Numa investigação publicada em 2013, académica espanhola [Alicia Campos-Serrano, da Universidade Autónoma de Madrid] denuncia o "despotismo predador da família Nguema", acusada de lucrar com os ganhos do petróleo em detrimento da população. Empresa estatal deste país está prestes a entrar no capital do Banif.

A petrolífera estatal da Guiné Equatorial GEPetrol é, segundo o Diário Económico, uma das duas empresas através das quais a ex-colónia espanhola – que quer juntar-se à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – deverá entrar no aumento de capital do Banif. A outra é a empresa nacional de gás, que o jornal refere como Enagás, mas que poderá ser a Sonagás.

[...]

No P. online (com chamada à primeira página no dia seguinte).

Anónimo disse...

E quanto ganhou Rui Machete com esta negociata? Já agora, o palacete entre São Bento e Santa Catarina onde vive é propriedade de quem? Como adquiriu tudo aquilo? Como fez as obras monumentais?