domingo, maio 04, 2014

Notícias da banca

Nem os cogumelos selvagens se multiplicam a uma tal velocidade: 17 offshores para, de acordo com o Ministério Público, ocultar prejuízos de cerca de 490 milhões de euros, o que resultou na manipulação do valor das acções do BCP (em 2000, negociadas a 5,9 euros e, em 2002, a 1,5 euros).

O tribunal não acompanhou a tese do Ministério Público: «Não está demonstrada a existência de actuação concertada das offshores no mercado e nem é possível concluir que a sua actuação no mercado visava melhorar o desempenho do título BCP». Mais: segundo o acórdão, não ficou demonstrado «que as offshores tenham sido constituídas por ordem dos arguidos» ou que a decisão de as financiar partiu dos ex-gestores ou que o BCP controlava as sociedades, nem que os administradores do BCP incorreram no crime de prestação de informações falsas (contas inverídicas) aos reguladores.

A notícia do Público não esclarece por que então foram condenados os administradores do BCP. Teremos de aguardar pela publicação do acórdão no jornal económico de maior tiragem no país e no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Apenas se sabe que o tribunal decretou que lhes fossem infligidas umas reguadas como castigo.

Com efeito, enquanto o Ministério Público pedia a condenação dos ex-gestores do BCP a uma pena de cadeia até cinco anos e ao pagamento de dez milhões de euros no caso de Jardim Gonçalves e de três milhões de euros para os restantes administradores, o tribunal condenou-os à inibição de actividade no sector financeiro por quatro anos e a uma pena suspensa de dois anos mediante a entrega de compensações a instituições de caridade: Jardim Gonçalves terá de pagar 600 mil euros (menos 9,4 milhões de euros do que o valor pedido pelo Ministério Público) e Filipe Pinhal e António Rodrigues 300 mil euros cada (menos 2,7 milhões de euros).

Estando «esta gente» envolvida no Opus Dei, só falta que as compensações lhe sejam confiadas, podendo então ser devolvidas aos doadores no âmbito de um programa de assistência caritativa. Seria um final feliz para esta história.

4 comentários :

Anónimo disse...

Como eles ainda vão recorrer, lá vai tudo prescrever.É a impunidade que acabou quando a loira burra, parente próxima desta cambada de ladrões, tal anunciou!

S. Bagonha disse...

Justiça incompetente?
Eu diria (digo)corrupta!

Anónimo disse...

A justiça portuguesa está podre e cheia de gentinha bem que se comporta como fraldas sujas. E mais não digo, para bom entendedor...

Anónimo disse...

Olhem-me só para a pose diletante deste idiota que nem como assistente da FDL foi reconhecido.

A arte dele consistia, pelo contrário, em movimentar-se extremamente bem entre bancos e fundações.

Quanto a sapiência e pedagogia era uma autêntica nódoa.