Emulação governamental em torno da implosão do Estado

Paula Teixeira da Cruz não quis ficar atrás de Nuno Crato quando este contou que o seu projecto de vida era fazer «implodir» o Ministério da Educação.

As informações que chegam entretanto da linha da frente do PREC permitem concluir que já está declarado o estado de citius no Ministério da Justiça, como resulta designadamente dos seguintes factos:

• A Direcção-Geral da Administração da Justiça pediu aos utilizadores para não usarem o Citius (cujo funcionamento foi adiado sine die);
• Há tribunais que estão a funcionar em contentores (não se prevendo a curto prazo a conclusão das obras de reinstalação);
• O Código dos Contratos Públicos foi guardado na gaveta para fazer uma reforma por ajuste directo no valor de 35 milhões de euros.

Perante o estado calamitoso que se vive na linha da frente, Paula Teixeira da Cruz decidiu recorrer, uma vez mais, à estratégia do polvo: lançar muita tinta para para desviar a atenção do Estado de citius. Para o efeito, o órgão oficioso Correio da Manha colocou na agenda política a questão da lista de pedófilos para a ministra poder desaparecer por uns tempos.

Neste contexto, o Público dava ontem conta de que Teixeira da Cruz estava a faltar a compromissos assumidos: na sexta-feira, à tomada de posse do procurador distrital de Évora e, no sábado, às jornadas promovidas pela Ordem dos Notários. O seu ajudante assegura que a ministra está concentradíssima a “gerir directamente” o PREC. Nada garante, portanto, que a situação não possa ainda agravar-se mais.