• Pedro Silva Pereira, A esquerda, Louçã e os detalhes:
- «(…) Certo é que Francisco Louçã, patrono da liderança bicéfala e eterno inspirador do Bloco, acusou o toque. A tal ponto que esta semana teve de vir a terreiro, num longo mas interessante comentário no Público, para confirmar a ortodoxia bloquista e definir a doutrina oficial, explicando que "a esquerda" (leia-se: o Bloco e o PCP) não só fez muito bem em chumbar o PECIV em 2011 e derrubar o Governo do PS abrindo o caminho à direita e ao FMI, como deve tornar a fazer o mesmo se no futuro um outro Governo "do centro" (leia-se: do PS) insistir na "continuação da austeridade". E é o próprio que desfaz todas as dúvidas: "não estamos a falar do passado, estamos a discutir como se deve comportar a esquerda perante um governo de António Costa".
Os argumentos de Louçã para justificar a posição do Bloco no derrube do Governo socialista são fundamentalmente dois. O primeiro, é uma questão de fé: com o PEC IV "continuaria a pressão financeira e haveria sempre uma posterior intervenção da troika". Não terá grande interesse especular sobre a realidade virtual e menos ainda discutir a fé de cada um. O que sabemos, de ciência certa, é que o PEC IV tinha o apoio formal do BCE e foi esse apoio do BCE que permitiu a outros países, como a Espanha e a Itália, evitar a intervenção da 'troika'. Até hoje. E nisto é que não há nenhuma questão de fé: são factos. O segundo argumento de Louçã merece mais discussão: a esquerda não podia apoiar o PEC IV, diz ele, porque esse programa "não era uma alternativa à austeridade" e não era diferente do programa da 'troika' senão em "detalhes menores". Deixemos de lado o "detalhe menor" que era todo o contexto da discussão do PEC IV (numa omissão muito reveladora, em nenhum momento Louçã situa as escolhas governativas da época no contexto da resposta europeia à crise das dívidas soberanas, como se fosse possível discutir alternativas em abstracto, independentemente da sua viabilidade concreta) e recordemos apenas alguns dos "detalhes", que Louçã apelida de "menores", e que fizeram a diferença entre o PEC IV e o programa da 'troika' aplicado pela direita: corte do 13º e do 14º mês dos funcionários públicos e dos pensionistas; aumento do IVA da restauração e da energia para a taxa máxima; "enorme" aumento de impostos, incluindo o aumento de 30% no IRS. Estes e muitos outros "detalhes" levaram à execução do dobro da austeridade inicialmente prevista no Memorando e, sem dúvida, a muito mais sacrifícios do que resultaria de um programa moderado como era o PEC IV, destinado a vigorar enquanto a zona euro acertava o passo, como veio a fazer, na resposta à especulação nos mercados financeiros.
A argumentação de Louçã, como seria de adivinhar, leva-o a uma conclusão taxativa: para aprovar as medidas propostas pelo Governo do PS (o anterior e provavelmente o próximo) a esquerda teria de tornar-se "igual à direita". Não deixa de ser uma conclusão extraordinária. Depois de três anos de governação feroz da direita, frontalmente contra a Constituição e o Estado Social, perante um retrocesso histórico na economia e um brutal agravamento do desemprego, da pobreza e das desigualdades, uma certa esquerda continua a recusar-se a reconhecer a diferença entre o PS e a direita. Mas é aqui que Louçã parece deixar escapar um detalhe que talvez não seja menor: se é para ter quem se limita a repetir esta conversa contra o PS, a esquerda já está servida há muito tempo. Não precisa do Bloco para nada.»
17 comentários :
Como aquando do PEC IV, o que silva Pereira quer agora é que seja o clube dele a aplicar a austeridade, vendendo CTT, mais PPP, mais códigos Vieira da Silva, Vitorinos e Coelhos em todo o lado e coisas assim.
Com o olho no poder, querem PCP e BE como filiais do PS e sem direito a ideias próprias.
Para servir essa conversa da direita assim, não era preciso o PS já bastavam os outros dois
É sempre a mesma estória, como Goebbles repetir até se tornar verdade.
Mas o PEC IV, como os anteriores como os que seguiriam, traduziam uma direcção política da Alemanha, uma direcção política de direita. Até podem dizer que não tinham alternativa mas na realidade o que estavam a fazer era uma política de direita.
Louçã não é burro, mas é mais teimoso do que um burro. E burro velho não aprende línguas: se não aprendeu com o chumbo do PEC4, nunca vai aprender com nada. Vai morrer burro.
A "esquerda" à Esquerda do PS é uma completa INUTILIDADE.
António Costa que se ponha a pau e não lhes dê esperanças de espécie nenhuma!
Essa cambada de acéfalos, estéreis e convencidos, a ÚNICA linguagem que entende é a da INDIFERENÇA e o único respeito que merece é o que dedicamos aos mosquitos que nos invadem a cozinha: é tratá-los à SAPATADA e jogar-lhes os restos mortais diretamente para o caixote do lixo (da História).
Louçã não passa de um político falhado e o Bloco de Esquerda já não representa mais do que uma irrelevância histórica, um resquício serôdio do último estertor do Séc. XX português.
Não têm qualquer Futuro.
Que fique desde já bem claro: o PS não precisa do Bloco nem do PCP para nada. Nem deve NUNCA confiar neles!
Precisa é de conquistar a confiança de quem se vê como democrata e socialista mas já votou neles, tantas vezes de raiva, ou por exclusão de partes...
O tempo se encarregará de vermos com quem o PS fará alianças, partindo sempre da mesma conversa e essa sim é hábito do PS, que o PCP não está interessado em alianças, que o Bloco de Esquerda a mesma coisa, porque não abdicam disto e daquilo, mais o PECIV e aqueda do governo bla …bla…bla enfim será sempre o PS que tem a verdade absoluta. O que veremos isso sim depois das eleições é o PS fazer aliança com o PSD de Rui Rio e se não resultar haverá sempre um Marinho Pinto, ou um Paulo Portas CDS que aliás já começou a trabalhar nesse sentido. Infelizmente depois das eleições, uns voltarão a recuperar tachos perdidos, outros encontrarão novos e quem paga as favas são sempre os mesmos.
É revoltante ver estes gajos que toda a vida corporizaram as "verdades absolutas" virem agora acusar indignadamente o PS, sim, o PS, os "amarelos", de terem... "a verdade absoluta"!
Bastardos. Não vêem a trave que têm no OLHO mas vêem o argueiro no dos outros...
Para o anonimo das 12:14: - Diz este rapaz indignado com o PS: "querem PCP e BE como filiais do PS". Digo eu: será dificil, rapazinho, porque o PCP e o BE há muito que se transformaram nas filiais mais solidárias do PSD/CDS! É vê-los, o Jerónimo, matalurgico sem bigorna, e o Louçã, economista sem empresa, a disparar contra Antonio Costa, recém eleito pelo PS, deixando livre a escumalha da direita que eles tanto dizem hostilizar. Estamos fartos de conversa fiada e desta esquerda às direitas! Essa é que é essa!!!!!!
Franc.º Louçã: sempre "à esquerda do possível", mas à direita do desejável.
Louçã é o exemplo acabado da angústia que jamais terá fim: a dor de, nos momentos decisivos, terem de juntar sempre os seus votos à direita, oferecendo-lhe o poder.
Louçã ainda esbraceja para se justificar, Jerónimo, coitado, não passa de uma fraude.
O projeto de deliberação do PCP a pedir mais esclarecimentos a Passos Coelho sobre o registo de interesses, no caso relacionado com a Tecnoforma, foi aprovado esta sexta-feira, graças à abstenção da maioria PSD/CDS-PP e do PS. Podem gritar, arrancar cabelos, não se iludam a festa continua o novo PS mantem a sua vocação abstencionista.
O Passos está-se a cagar para isso - desde que tenha o contramestre em Belém, amarrado, deste modo, mesmo que tenha medo da rapaziada e lançem algumas rabichas a mete-lo em sentido
Zé da Adega
Notável a falta de cultura democrática no PS.
Dantes BE e PCP não podiam defender as suas próprias ideias e ideias e conceitos e opções políticas e económicas pq o Executivo PS caía e ia para lá outro Governo (uma coisa "ainda pior" no que tocava a agir à direita.
Agora, que o Governo é outro, vêm estes iluminados silvas pereiras querer proibir BE e PCP de mesmo na oposição defenderem e exigirem políticas e economias diferentes.
Valha-nos a cultura política e democrática que tão bem permite aos outros o direito à diferença.
O rapazito de "sex Out 03, 03:26:00 da tarde" bem podia explicar atendendo à esmagadora convergência de votos e políticas entre PS, PSD e CDS-PP se não andará baralhado?
É que pelos números, bem se vê que será o PS a ser filial desses partidos. só falam grosso quando andam afastados do poder de lançar PPP, tratados porreiros e contratos para os amigalhaços Coelhos e Vitorinos.
Este Silva Pereira é um artista. O PS de Sócrates governou com o apoio parlamentar da direita para aplicar a austeridade. Quando a direita lhe tirou o tapete no parlamento e os banqueiros o encostaram à parede, demonstrando o esgotamento da estratégia, afinal a culpa pela aplicação da austeridade passa a ser da esquerda parlamentar. Haja paciência. A propaganda e as dificuldades internas de alguns outros (BE, por exemplo) poderão dar algum oxigénio a esta nova direção do PS. Mas quando Merkel e Draghi vierem apresentar a fatura, o que fará Costa? Cá estaremos para ver se não faz o que TODOS os socialistas europeus têm feito - austeridade. Uma aposta: os dias de glória de João Galamba e Pedro Nuno Santos como apóstolos do fim da austeridade dentro do PS estão a chegar ao fim. Se mantiverem coerência, não poderão estar no próximo governo. Nem Costa lhes poderá dar essa oportunidade.
Aliás, a minha aposta é que Silva Pereira já lá tem lugar garantido - insistindo nesta conversa não pode falhar.
Sou "fã" dos dislates de PSP. Tanto para dizer mas por falta de tempo: comparar Espanha e Itália a Portugal no âmbito do PEC IV - AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHahahahahahahahahahahahahahahaha!!
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