domingo, outubro 26, 2014

«A mim não me causaram qualquer incómodo»,
diz o alegado primeiro-ministro


Isis ameaça matar jihadistas britânicos que querem voltar para casa

Isis threatens to kill British jihadis wanting to come home

Isis amenaza con matar a los yihadistas británicos que quieren volver a casa

Isis menace de tuer les djihadistes britanniques désireux de revenir à la maison

Isis droht britischen Dschihadisten wollen nach Hause zu kommen zu töten

Исида угрожает убить британских джихадистов, желающих вернуться домой

伊希斯威脅要殺死想回家英國聖戰者


      «No caso português já há dois ou três, sobretudo raparigas, que se deixaram encantar pelo entusiasmo dos noivos ou por um espírito de aventura, que agora estão a querer voltar. [No total] Há 12 ou 15 [portugueses no “Estado Islâmico”], não sabemos exactamente bem, mas é um número muito reduzido».
        Rui Machete, em entrevista à RR

A notícia do Guardian não deixa margem para dúvidas sobre a atitude do «Estado Islâmico» perante os jihadistas que mostrem o desejo de abandonar o terrorismo e regressar aos seus países de origem. Ora, dado o reduzido número de portugueses (e, em especial, portuguesas) que se juntou aos terroristas do «Estado Islâmico», o ministro dos Negócios Estrangeiros apontou a dedo os arrependidos, pondo em risco a sua vida.

Rui Machete já deu provas bastantes de que não é capaz de guardar segredos de Estado. Poucos meses após assumir funções, deu um passeio até Luanda, onde sossegou os dirigentes angolanos, assegurando-lhes que os inquéritos que corriam no Ministério Público português seriam arquivados. Mais tarde, num outro passeio a Nova Deli, desvendou que o número mágico que evitaria um segundo resgaste era a taxa de juro da dívida pública a 10 anos se situar abaixo de 4,5%. Agora, foi a Rádio Renascença que lhe pôs um microfone à frente e o ministro dos Negócios Estrangeiros não resistiu uma vez mais a mostrar que está ao corrente dos assuntos reservados do Estado. É obra para quem está no Governo há pouco mais de um ano.

O que agrava a situação é que se veio a confirmar tudo o que Rui Machete antecipou. Ele não mente. Divulga apenas segredos de Estado. Só que, desta vez, há pessoas que correm risco de vida.

Entretanto, o alegado primeiro-ministro — não estando em risco a sua própria vida nem a dos que lhe são próximos — esteve ao nível a que nos habituou: «tive o cuidado de ir ver as declarações que o Senhor Ministro fez e a mim não me causaram qualquer incómodo».

5 comentários :

Joaquim Moura disse...

O comportamento de Machete é criminoso e totalmente irresponsável. As declarações de Passos Coelho tornam-no cúmplice e co-responsável por delação e de porem em grave risco a vida de pessoas em situação de perigo.
Não há palavras para tanta irresponsabilidade e incompetência.

Fernando Romano disse...

O que carateriza fulanos como este é apenas cagança e roncar. Não prestam para nada.

Anónimo disse...

Que caricaturam! Este é mais um daqueles personagens da nossa elite do PSD, daqueles que foram prosperando e degenerando à sombra do Bloco Central de interesses e de conivências ao longo de 40 anos. Um escroque sempre simpático e aparentemente superficial (sabes muito!), que entretanto se encheu de massa e escorou toda a família. Aos 70 e tal anos ainda jurou ser útil. No caso transformando-se num tolo, mas na realidade um verdadeiro capo di mafia. Escritório de advogados e negócios, sempre ancorados em cargos públicos, fundações, múltiplas sinecuras privadas. às tantas era membro de mais de 15 órgãos socias de empresas, só superado por Catroga e Nogueira Leite.

Anónimo disse...

Em hong Kong há o Movimento "Occupy Central".
Torna-se urgente em Portugal um "Desoccupy Belém e S. Bento"....

Anónimo disse...

Se de facto existem portugueses que querem regressar a atuação de Rui Machete é criminosa.
Caso na realidade não haja nenhum interessado no regresso então o "deslize" de Machete é genial, porque os vira uns contra os outros. Nesse caso é de mestre. O tempo dirá...