quarta-feira, outubro 15, 2014

Pior a emenda que o soneto

É uma questão séria: saber se houve ocultação de informação ao mercado no caso que culminou com a resolução do BES. A Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia deu a notícia a 30 de Julho. O governador do Banco de Portugal comunicou-a ao país em 3 de Agosto. Entre um dia e o outro, e até na semana que precedeu a operação, vários investidores se desembaraçaram de muitos milhões de acções do BES.

Tarde e a más horas, a CMVM foi informada da situação. E suspendeu a negociação descontrolada em bolsa quando as acções já se tinham desvalorizado 65% entre 31 de Julho e 1 de Agosto e nos últimos 42 minutos antes da suspensão foram transaccionadas em bolsa nada menos do que 80 milhões de acções.

A circunstância de a Direcção-Geral da Concorrência ter estado ao corrente da operação antes da CMVM põe em xeque as autoridades nacionais — o Governo e o Banco de Portugal. Daí que a Direcção-Geral da Concorrência se venha pautando por um comportamento ridículo, ora atendo-se à realidade, ora procurando camuflar o conhecimento antecipado da resolução do BES.

A informação constante, a 30 de Julho, no site da Direcção-Geral da Concorrência era esta:


Posteriormente, quando o Diário Económico revelou a informação constante do site, a Direcção-Geral da Concorrência alterou o que nele constava (para mais tarde voltar à informação inicial), assumindo a data de 3 de Agosto:


É caso para dizer que foi pior a emenda que o soneto.

3 comentários :

Derrapando para o precipício disse...



Mas o que é que se passa com o PS?

Anónimo disse...

Ocultação da informação???

Pelos vistos os tubarões viram a DESOCULTAÇÃO da informação em tempo útil.

Anónimo disse...

Ainda não apareceu o BESSA a arrotar postas de pescada?