terça-feira, abril 14, 2015

O reitor Sampaio da Nóvoa

• Isabel do Carmo, O reitor Sampaio da Nóvoa:
    «(…) A lei que protocolava a realização das provas datava do regime da ditadura, assinada ainda por Américo Tomás. A votação consistia na escolha de uma bola preta ou de uma bola branca por cada membro do júri e depois procedia-se à contagem. O que estava legislado e era escrupulosamente cumprido era que a votação fosse anónima, em urna fechada. Cada catedrático ia escolher sob as longas mangas da beca uma bola preta ou branca num recipiente onde estavam misturadas e depois colocava-a na urna. Esta cena medieval passada à porta fechada do conselho da faculdade dava lugar a todos os maus instintos, cobardias, vinganças pessoais e sobretudo políticas. E, naturalmente, a um grande stress dos candidatos. Finalmente abriam-se as portas e era anunciado o resultado. Poder absoluto e anónimo. Sampaio da Nóvoa, enquanto reitor, manifestou-se várias vezes contra esta lei, o que aliás deixou escrito em ata. Finalmente, por influência da sua orientação e por vontade de Mariano Gago, a lei foi abolida e substituída por outra, em que a votação deixou de ser anónima.

    Ora acontece que, quando a nova lei foi publicada, já as nossas provas, a minha, a do Saldanha Sanches e a de um colega da Faculdade de Ciências, tinham data marcada. Todavia, na publicação da nova lei estava escrito que só 15 dias depois passava a ser aplicada. Prevendo por razões óbvias o que se poderia passar comigo e com o Saldanha Sanches, o reitor Sampaio da Nóvoa telefonou--me, telefonou ao presidente do Conselho Científico da FML, telefonou ao Saldanha Sanches e chamou-nos, facultando a possibilidade de requerermos um adiamento para datas posteriores à aplicação da lei. Sou testemunha de que tivemos essa possibilidade, mas nem eu nem o Saldanha Sanches quisemos. Criaturas que gostam do risco... Saldanha Sanches chumbou. O júri dele foi presidido na Faculdade de Direito pelo reitor Sampaio da Nóvoa, o qual não podia votar. O que se passou na discussão dentro do conselho ninguém sabe, ninguém pode saber, mas os que lá estavam sabem com certeza. Perante isto Sampaio da Nóvoa voltou a telefonar-me, mas eu insisti em ir a provas nessa data. Ele resolveu então ir assistir às minhas provas "à paisana", para testemunhar. (…)»

7 comentários :

Ricardo António Alves disse...

Comentário 1: e assim se desmascara um palerma;

Comentário 2: diz-se que a criatura é dada a hóstias. Vai ter boas contas a prestar a Nosso Senhor.

ignatz disse...

o zé luis queria mazé armar barraca e conseguiu, antes e depois.

Anónimo disse...

Se a direita não gosta nadinha de Sampaio da Nóvoa e anda com tanto medo dele, então é por que ele é mesmo o candidato adequado para ser um verdadeiro e bom Presidente da República, coisa que já não temos desde que um outro Sampaio foi PR. M.

Anónimo disse...

Vocês leram o Viriato Soromenho Marques, hoje, dia 14, no Diário de Notícias? O homem falava de José Sócrates ao nível do Correio da Manhã. Miserável. No mesmo jornal, outro miserável, Manuel M. Carrilho, também condenava à morte política e à morte moral o engenheiro José Sócrates. De Manuel M. Carrilho, pura matéria negra, não vale a pena falar. Viriato S. Marques, porém, coloca-me uma dúvida ou uma interrogação:como é que um homem que escreve artigos admiráveis de sabedoria e lucidez, sempre que fala de José Sócrates se transforma num imbecil sem ética?

Anónimo disse...

Procederam com inteligência a Isabel do Carmo e o Saldanha Sanches ao não alterarem a data da sua prestação de provas: deram à direita marcelosa uma oportunidade única de se portar bem. Portou-se mal, com baixeza e cobardia, como é seu timbre. A prova aí está diante de todo o país. Sampaio da Nóvoa mete medo à direita marcelosa precisamente porque é um homem de bem e de coragem. Isto tem de ser dito, em bem alta voz, por todo o país. Os jornais estão vendidos e pejados de mercenários, mas então façam-se panfletos, como no tempo da ditadura, usem-se os jornais regionais e as redes sociais, escreva-se nas paredes, rerpita-se nos comícios. Porque quem criou a actual situação do país foram os filhos dos fascistas. E eles têm nome.

Anónimo disse...

O Carrilho não esconde o despeito por ter sido corrido de Paris, em virtude do seu comportamento pouco ético (já que fala em ética)! Sempre que pode e lhe dão espaço, desata a verter o verdete da sua frustração e do seu ódio sobre o Sócrates e o PS. Noutros casos, deixa vir ao de cima, o seu instinto animal de macho rejeitado em fascículos cor de rosa, para fascínio da imprensa de comadres (tipo CM)! Quanto ao VSM, subscrevo o quer diz o anonimo da 01:26. O homem tem tiques bipolares consoante o dia da semana, é um facto, mas n posso deixar de registar o tiro nos pés q os advogados do Socrates de vez em quando vão dando. N havia necessidade!

Rosa disse...



Vi, num programa da RTP2, "Elogio da Paixão" um programa em jeito de conversa "moderado" por Gabriela Moita, conhecida psicóloga portuense, creio.
Os convidados eram Maria Antónia Palla e António Sampaio da Nóvoa...
E, como de paixão se tratava, a destes dois cidadãos era nem mais nem menos do que a Liberdade!Pena o tempo ser sempre pouco para tratar assuntos tão importantes e vastos como este...mas valeu bem a pena...