segunda-feira, junho 22, 2015

Delírio


• João Dias, Delírio:
    «(…) Este delírio da Coligação não tem reflexo em parte alguma do mundo. Na Alemanha os subsídios representam quase 40% do custo do transporte público.

    Concessionar o Metro e a Carris sem estas indemnizações acentuará ainda mais a redução do serviço público (rotas e frequência), o número de passageiros (que só entre 2010-13 recuaram cerca de 30% nas duas empresas) e a perda das externalidades positivas (como a diminuição do congestionamento e tempos de deslocação, poluição do ar e consumo de combustíveis).

    Percebe-se bem porque o Município de Lisboa pretende a gestão destas empresas, para assim ter o nível de serviço público que mais beneficia a mobilidade na cidade.

    Esta Coligação, que tem amputado o país, ficará na história como a destruidora, por dentro, do serviço público de transporte.»

11 comentários :

Anónimo disse...

Pois sim, mas este delírio actual só foi possível porque as nossas "grandes" empresas publicas de transportes, as urbanas de Lisboa e Porto, e a CP e a Refer (e a própria EP) há muito se tornaram polvos sem rumo. Nelas se chegou ao grau zero da desfaçatez politica. Nelas se verificou o cumulo da incúria accionista. Nelas se verificou a total inépcia gestionária, pesem embora algumas boas vontades. Minadas pela politiquice, pela corrupção contratual e pelo vicio sindical, cada cabeça sua sentença. Muito boa gente deu o seu melhor nestas instituições. Milhares de trabalhadores e quadros deram dedicação e competência, para serviços com qualidade e orgulho. Mas muita dessa gente já foi sacrificada. E mais gente vais ser queimada nesta fogueira de destruição e privatização a cem à hora. Nada acontecerá aos verdadeiros responsáveis do mau governo e da feira das vaidades. Uma longa dinastia a quem não se pediram contas, com muita lábia, alguns deles ainda a farejar o poder, sem nenhuma vergonha. Muito se varreu para debaixo do tapete. Primeiros ministros, seus Ministros das Finanças e das Obras Publicas, Secretários de Estado dos Transportes, magos do Tesouro e Finanças,.. , bancos, financeiras, escritórios de advogados, SWAPS, ... todos conduziram o sector à pura insustentabilidade. Vimos como nada se corrigia, antes se agravava, às camadas, como nas lixeiras. Numa década e meia, todo o sector dos transportes, ficou institucionalmente obsoleto, sujeito a sucessivos planos e a reformas organizativas sem nexo, algumas até caricatas, arrastando-se sem visão, agarrado a velhos paradigmas, apenas virado para gastar em obra de fachada. Todo o sector ficou refém de gigantescas dividas publicas(17 mil milhões!) enrolado em fretes políticos às empresas fornecedoras internacionais e aos empreiteiras nacionais, atulhado em juros dessas dividas, enrolado em clientelas, em gurus universitários e suas intrigas, em eternos conflitos com meia dúzia de sindicatos falsamente temíveis. Empresas importantes para a nossa escala, respeitáveis e portadoras de competências notáveis, foram assim dissipadas, agora vulneráveis e ingovernáveis. Sem qualquer orientação do accionista, a fazerem os fretes do costume. Foi-se Lino, Campos e Vitorino, alivio das más praticas. Então o Governo Passos-Portas fechou o grande ministério todo poderoso, mas balofo. Foi buscar o jovem e fanático gestor de SWAPS à CGD e deu-lhe carta branca para baralhar e voltar a dar. Monteiro rodeou-se de jovens turcos e de gestores liquidatários, apoiados nos gabinetes e escritórios do costume, que os estudos são sempre os mesmos sucessivamente revendidos. Em 4 anos, foi só deixar andar, degradar, exacerbar, atar e pôr ao fumeiro. Enforcados na sua corda, já é só embrulhar e ir-se curar. Até as Camaras de Lisboa e Porto se iludiram, coitadinhas, julgando que iam poder dançar...sem se prepararem para a valsa - "Une valse a trois temps"... Ah Ah Ah!

Anónimo disse...

Com os dois últimos governos do PS, nunca houve um pingo de coragem ou vontade de reformar com realismo as empresas de um sector social que merecia cuidados. Exigir desafios sérios, obrigar a redesenhar a partir da realidade. Cortar a muita parra e pouca uva. Dizer o rei vai nu, na conflitualidade laboral, na promiscuidade financeira e no encobrimento da divida publica. Desperdiçarem dez anos de oportunidades para endireitar um sector, cancro de endividamento insustentável do estado. Depois de insistirem em investimentos desnecessários, orientados por lóbis inconfessáveis, e de deixarem cair na rua, em querelas reles (entre "especialistas") os únicos investimentos essenciais para o futuro de Portugal, na altura possíveis, oportunos e estrategicamente importantes (como o TGV Lisboa-Badajoz, a linha de mercadorias Sines-Elvas, ou um novo aeroporto, fosse onde fosse).... Estávamos em 2007 e já íamos a caminho da Grande Crise e do declínio da europa alemã... Os piores cegos são aqueles que não querem ver.

Anónimo disse...

Nem sei nada do que esta no programa do PS para o sector dos transportes e suas infra-estruturas, mas se é que já existe, só deve ter as habituais banalidade, imaginando-se quem o redigiu.

Anónimo disse...

O nosso problema, é que o artigo em causa acha normal, num pais endividado e pobre como o nosso, haver dando um prejuízo de 40% da exploração ao estado ou a poderes públicos. Este senhor não está
a a ver bem. Mesmo pior, pensando que o investimento nessa rede e nos veículos lhes era oferecido de bandeja por todos nós de uma fonte de capital qualquer, a longo prazo Fico aterrada!




Anónimo disse...

estarrecedor é ver os artolas que vêm aqui reclamr dos 40 por cento, acredintando que não vai ser o público a pagar o privado.

R disse...



Claro que é sempre, em última instância, o Zé a pagar...público ou privado (que é bastante mais grave, mesmo inconcebível...)

Anónimo disse...

Os delírios ladram e a caravana passa.

Pedro Carrilho disse...

pois é, vcs são todos uns gurus impressionantes, só falta candidatarem-se para nós os elegermos e o país ficar tipo nórdico, vocês chafurdam no mesmo esterco dos que acusam, mas depois,porque acham que não tiveram as prebendas a que tinham direito querem sair e são muito moralistas, só não explicam como e porquê o governo vai pagar a título compensatório por uma exploração de concessão de 8 anos mais de mil milhões de euros, assim até eu ficava com a carris, e pelos dez milhões da tap tb ia à cgd dizia que era psd ou ps e conseguia os dez milhões para depois vender a frota, passar a alugar aviões, e metia lá uns milhões e ficava com o resto, que grande povo este se tornou, realmente com cerca de 40% a votar nestes vendilhões já não se trata só de um problema económico/ finaceiro, trata-se sim de um autêntico declínio de valores e civilazacional de um povo que ao fim de 8 seculos de histório se vergou ao seu umbingo e vai votar nos mesmos mentirosos que lhe venderam o país a dizer que era a única forma de ficarem com ele!

Júlio de Matos disse...

Para o aterrado ou aterrada debilóide que escreveu esta pérola de ultra-liberalismo (e de iliteracia...): "O nosso problema, é que o artigo em causa acha normal, num país endividado e pobre como o nosso, haver dando um prejuízo de 40% da exploração ao estado ou a poderes públicos. Este senhor não está (...) a ver bem":

- Acha bem que haja Hospitais Públicos e Centros de Saúde? E sabe qual é a percentagem "da exploração" que cabe "ao Estado ou a poderes públicos"? É muito mais de 90%, vá informar-se.

- Acha bem que haja Escolas e Universidades Públicas? E sabe qual é a percentagem "da exploração" que cabe "ao Estado ou a poderes públicos"? É muito mais de 75%, vá informar-se.

- Acha bem que haja Habitação Social? E sabe qual é a percentagem "da exploração" que cabe "ao Estado ou a poderes públicos"? É mais de 60%, vá informar-se.

- Conhece algum sistema de Transporte Colectivo em todo o Mundo que seja financiado a 100% pelas suas receitas próprias e não caiba nada "ao Estado ou a poderes públicos"? Vá informar-se e depois diga-nos qual é e onde, ok?

O que eu conheço mais próximo dessa situação era o SATU de Oeiras. Fechou no dia 31 de Maio. É isso que você quer que aconteça à CARRIS e ao Metro de Lisboa? Vá lá, diga-nos com sinceridade.


Ou não venha para aqui maçar-nos a todos com as suas boçalidades tipo-lavoira.

Anónimo disse...

Pergunta um comentarista muito azedo "Conhece algum sistema de Transporte Colectivo em todo o Mundo que seja financiado a 100% pelas suas receitas próprias e não caiba nada "ao Estado ou a poderes públicos"? Vá informar-se e depois diga-nos qual é e onde, ok?"
Eu respondo: claro que há na europa centenas de sistemas de transportes equilibrados financeiramente, ou perto disso. E há em todo o mundo milhares ou melhor, dezenas e centenas de milhares de sistemas que se bastam a si mesmos, e que se expandem e prosperam, mesmo com tarifas razoáveis, incluindo em grandes metrópoles. Nos últimos 40 anos os transportes públicos percorreram um longo caminho, rumo à sustentabilidade operacional, financeira e sectorial, sempre a progredir como industria social, a evoluir em termos empresariais, cobrindo por vezes parte da sua operação ou mesmo toda esta, até garantindo sobras para o auto-investimento. Aplicam-se formulas diferentes de regulação, com permanente responsabilização dos actores, com procura de equilíbrios e compromisso. Tudo isso é a moderna politica e moderna gestão. Com segmentos mais ou menos sociais e mais ou menos subsidiados, porque não?
A questão não é a de vir com listas de casos A e B rentáveis ou equilibrados, mas sim de comparar soluções históricas, estar aberto a pôr em causa um stato quo que em Portugal se mostra apodrecido. E estar disponível para trilhar novos caminhos, mudar praticas e criar soluções próprias, consistentes, quando tudo afinal já foi inventado!

Parole, Parole, Parole, disse...



Afirma um papagaio, muito delico-doce: "blá-blá-blá-blá"...


Mas, como é óbvio, NÃO INDICA UM ÚNICO NOME de um sistema de Transporte Colectivo, em todo o Mundo, que seja financiado a 100% pelas suas receitas próprias e a cujo financiamento "não caiba nada ao Estado ou a poderes públicos"! Pois é, choné. Tanta prosápia para nada. Que indigência...


Bem podes meter toda essa verborreia estéril no fundo do Rego, que com ela não convences nem a Santa Apolónia...