domingo, julho 19, 2015

Mais uma reforma estrutural

Ontem no Jornal de Notícias

Quando cerca de um milhão de famílias começa a preparar o novo ano lectivo, surge esta denúncia do Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares: há escolas pressionadas para não criarem bancos de livros, há professores que marcam falta de material a quem não tem o manual novo.

Governos anteriores incentivaram a partilha e a troca de manuais. A peça do Jornal de Notícias não esclarece quem «pressiona» escolas e professores a colocar obstáculos à reutilização dos livros escolares. Mas a verdade é que, por acção ou por omissão, o actual governo estimula ou, pelo menos, permite esta sórdida prática.

Está em causa um mercado que vale mais de 200 milhões de euros. Nuno Crato não é um ser insensível.

5 comentários :

Anónimo disse...

Editoras e ministério são os únicos culpados. O= que não ganham as editoras todos os anos...

Luís disse...

Como professor, permitam-me um alerta. Desde já, declaração de princípios, sou contra as metas do MEC. Mas, este ano, o ministério resolveu que as metas de 7º ano eram para usar. Então tenho o caso curioso de estar a dar a aula com 2 manuais (o novo já com as metas e o adoptado no ano anterior, ainda pelo modelo anterior). Problemas: a página 150 de um corresponde à página 195 do outro; conteúdos que eram abordados e que deixaram de o ser de forma autónoma; conteúdos que nunca foram leccionados e passam a sê-lo. Resultado: um caos para resolver em 45 minutos. Optei por fazer guiões de estudo (até porque os alunos que forma ao Banco de Manuais não têm como estudar muitos dos novos conteúdos), mas estou limitado nas cópias que posso tirar. Para terem uma ideia, no programa antigo dava-mos apenas o modelo de Atenas, agora damos também o modelo de Esparta e as conquistas de Alexandre Magno... O livro de fichas é diferente. Dei nega numa ficha de trabalho de um aluno por respostas completamente descabidas e tive que anular a ficha porque a ficha dele era diferente da dos colegas... Esta "palhaçada" é para continuar por mais 4 ou 5 anos!

Luís disse...

lapso, onde se lê "dava-mos", deve ler "davamos"

Júlio de Matos disse...


«(...) em Portugal não pode haver Revolução que mereça esse nome (…) Revolução pressupõe propósitos, firmeza e força moral. O que aqui não há. Portugal é um país eunuco, que só vive de uma vida inferior para a vileza dos interesses materiais e para a intriga cobarde»


(Antero de Quental)

Essa é que é essa disse...



Antero conhecia já (e de ginjeira...) o Portugal atual muito melhor do que a maior parte dos próprios portugueses de hoje...