E os outros envelopes?!

Vamos ter uma comissão de inquérito ao Envelope 9, que espero que dê resposta, entre outros aspectos, às questões que coloquei há dias:

• Afinal, por que razão foi pedido desta vez um suporte informático das chamadas efectuadas, em vez do habitual suporte em papel, que nunca teria permitido a devassa?
• E, já agora, não é verdade que, em termos técnicos, a chamada “facturação detalhada” sai automaticamente em suporte de papel quando um telefone está sujeito a escutas?
• Por fim, não seria de esclarecer qual foi o objectivo da reunião (amplamente noticiada, mas nunca desmentida) entre pessoas ligadas à investigação e técnicos da PT antes da entrega das disquetes?

Atendendo a que é proibida a tortura em Portugal, Souto Moura será poupado — e bem — à provação de ter de dar explicações à Assembleia da República. Provação para o gato despedido e para os ouvintes, entenda-se.

Sem um inquérito sério, todas as pessoas estranhas a processos não estarão seguras de que, amanhã, não vejam os seus telefonemas devassados. Será bom, portanto, explicar, de uma vez por todas, por que sucedeu isto — sem invocar pela milésima vez a prescrição de responsabilidade dos funcionários da PT?

E, já agora, como Pacheco Pereira fez questão de pôr em relevo — “[as listagens do Envelope 9] não são excepção a muito mais informação em caixotes, que também lá está e não deveria estar porque nada tem a ver com o processo mas com a pesca de arrasto justicialista” —, não vai ser também esclarecido o que contêm os outros envelopes, a começar pelo… Envelope 8?