quarta-feira, outubro 04, 2006

Envelope 9 - Resposta ao(s) comentário(s) do José



Adolphe-William Bouguereau,
The Secret, c. 1876



Caro José:


Para não elaborar um texto demasiado longo, vou cingir-me às questões mais “técnicas”. Não me referirei, portanto, a diversos aspectos de que discordo de si, designadamente os que se relacionam com a actuação do Dr. Sampaio.

Acontece que muita conversa não esconde o Direito. Em primeiro lugar, o facto de haver ilícitos disciplinares, em que estejam implicados magistrados, serviços sob a alçada do Ministério Público e outras pessoas quaisquer, não permite concluir que não deve haver processo disciplinar. Era o que faltava.

Por esse andar, qualquer magistrado que cometesse uma falta disciplinar justificar-se-ia com a circunstância de ter um comparsa extraneus. Por exemplo, um magistrado que apresentasse um atestado médico falso não seria alvo de um processo disciplinar quando o médico tivesse conhecimento da falsidade…

O que está em causa no Envelope 9 é saber como é que magistrados do Ministério Público (não apenas um, mas vários), responsáveis por um processo sensível, e serviços dependentes do Ministério Público promoveram, permitiram ou não obstaram à devassa de dados referentes a um número elevadíssimo de cidadãos estranhos ao processo.

Boas perguntas que têm todo o cabimento, ao contrário do que diz o José, no âmbito de uma sindicância:

    • Afinal, por que razão foi pedido desta vez um suporte informático das chamadas efectuadas, em vez do habitual suporte em papel, que nunca teria permitido a devassa?
    • E, já agora, não é verdade que, em termos técnicos, a chamada “facturação detalhada” sai automaticamente em suporte de papel quando um telefone está sujeito a escutas?
    • Por fim, não seria de esclarecer qual foi o objectivo da reunião (amplamente noticiada, mas nunca desmentida) entre pessoas ligadas à investigação e técnicos da PT antes da entrega das disquetes?

Eis algumas perguntas que se coadunam perfeitamente com uma sindicância, nos termos do n.º 2 do artigo 211.º do Estatuto do Ministério Público [“As sindicâncias têm lugar quando haja notícia de factos que exijam uma averiguação geral acerca do funcionamento dos serviços.”].

Mas, caro José, não faço questão: como estão em causa factos determinados, um inquérito também não ficaria mal para descobrir os autores dos ilícitos disciplinares. É claro que nada disto faz sentido se se considerar à partida que ninguém do Ministério Público ou da polícia pode ter responsabilidade, não é verdade?

Por fim, no seu longo comentário, o José não enfrenta o problema essencial: as responsabilidades penais e disciplinares são cumuláveis. A haver indícios de faltas disciplinares, deve ser instaurado o correspondente procedimento.

Agora, meu caro José, deixemos os leitores em paz.

21 comentários :

Anónimo disse...

"Afinal, por que razão foi pedido desta vez um suporte informático das chamadas efectuadas, em vez do habitual suporte em papel, que nunca teria permitido a devassa"

O "Miguel" nunca viu o volume que uma listagem de papel dá? Nunca ouviu falar do SIMPLEX? Magistrado inteligente, boa ideia, resultado desastroso (ou talvez não, ná óptica da malta rosa...).

Sai uma cortina de fumo, para os amigos das crianças...

Anónimo disse...

"Agora, meu caro José, deixemos os leitores em paz."

Querias dizer - agora José, deixa-me trabalhar, que o patrão já não está a gostar disto...

Deixa-te de merdas, Miguel - olha que ainda te chamam o Especialista Instantâneo outra vez...

josé disse...

Caro Abrantes:

Não vamos deixar os leitores em paz, por enquanto, porque a sua resposta exige uma pacificação de conceitos e preconceitos, também.

Em primeiro lugar, não tem que chamar à colação a qualidade profissional do josé.
Interessa muito pouco, para o caso, saber que se trata de um magistrado do MP, porque como já ficou esclarecido vezes sem conta, o josé não escreve nessa qualidade, por aqui, em blogs. Não pode escrever nessa qualidade, por tal ser impossível. Mas ser-lhe-á sempre possível escrever a sua opinião pessoal, no uso alargado da liberdade de expressão, sem sujeição ao escrutínio acerca do que faz ou não faz profissionalmente.
Isso é para mim líquido e perceptível por quem vem por bem.
A não ser assim, e mediante argumentos que me convençam do contrário, exijo que publicite também a sua qualidade de eventual servidor do Estado e em que serviço…porque embora não escreva nessa qualidade, isso pode ter o seu interesse, segundo a sua própria lógica, em contextualizar as referências e as inferências. Tal como V. pretende identificar o que escrevo com algo que terá a ver com uma qualificação profissional, assim também acho útil e até necessário que se identifique na sua própria qualidade de profissional que conheço mas não publicito, por julgar espúrio e irrelevante quanto àquilo que habitualmente escreve.

Dito isto que me parece importante, vamos ao ponto fulcral:

1. Da necessidade de um processo disciplinar, em matérias que envolvem eventuais práticas de crimes, por funcionários.
Como escrevi antes e V. não se deu à canseira de comentar ou rebater ( por excesso de trabalho, calculo eu, porque também estou com o mesmo problema…), um processo disciplinar não se instaura assim sem mais nem menos e logo após uma denúncia veiculada por um jornal confessadamente dedicado aos assuntos dos “famosos, do dinheiro e do crime” e ainda por cima no contexto em que o foi.
Antes de um qualquer procedimento disciplinar terá que existir uma averiguação sobre os fundamentos para tal. Imagine-se agora que alguém se lembraria de escrever por aqui e por ali, referindo-se ao serviço de um servidor do Estado ( por exemplo hipotético, um em que V. mesmo serviria), que tinha ocorrido uma falta grave violadora de deveres funcionais…acha por bem partir imediatamente para um processo disciplinar sem previamente haver um processo de averiguações, ou seja um inquérito?
Como compagina tal situação, com o Direito que diz conhecer?
Se ainda por cima, a acusação for da gravidade de colocar em crise o Estado de Direito, no que se refere à actuação dos magistrados, teremos que verificar que magistrados; quantos magistrados; se teriam sido apenas magistrados e se além disso, os factos terão ocorrido em tempo de se poder ainda fazer o Inquérito. Como saberá muito bem ( já que refere conhecimentos de Direito) o prazo de prescrição de procedimento disciplinar ocorre em prazos relativamente curtos…
Assim, quanto a magistrados sabemos que teriam sido vários, incluindo magistrados judiciais e do Ministério Público. Acha que é tudo farinha do mesmo saco e que pode ser misturada quanto a responsabilidades disciplinares, assim, sem mais?
Terá o PR esperado também que o apuramento da responsabilidade disciplinar fosse comunicada ao Conselho Superior da Magistratura?
No caso do MP, haveria sempre necessidade de instauração de um Inquérito disciplinar ( artº 211º do Estatuto) cujas regras de organização seriam as dos procedimentos disciplinares. Sabe que poderes têm os investigadores no âmbito de um Inquérito? Sabe se serão admissíveis os recursos que o processo penal consagra? Sabe o que vem a seguir a um eventual apuramento de responsabilidades? Sabe quanto tempo demoraria um Inquérito deste género, sujeito a segredo também e quais os direitos dos visados?! A resposta a estas questões talvez lhe traga a resposta à aparente insensatez da sua proposta simplista.
Mas, como optou por esta via de análise muito estreita, deixe-me recordar-lhe o que aconteceu com um caso que envolveu matéria disciplinar de jornalistas.
No Caso Moderna, em 4.6.1999, a direcção do Sindicato dos Jornalistas propôs ao Conselho Deontológico a realização de um inquérito disciplinar contra vários jornalistas por factos indiciados e concretos. Sabe quanto tempo demorou a resposta do Conselho Deontológico?! Veja aqui, sff…
Também poderá ler no site da Ordem dos Advogados a parte do estatuto que contempla o procedimento disciplinar. Mais ágil, mas nem por isso mais rápido ou menos garantístico.

Assim, ao contrário do que o Miguel Abrantes escreve, eu não descuro a hipótese de cumulação de responsabilidades criminais com as disciplinares. Foi isso aliás que escrevi, ao dizer que eram compatíveis os dois tipos de processo. Normalmente as disciplinares seguem-se às criminais, embora não seja regra...
Agora, o que eu escrevi e que o Miguel Abrantes passa como cão( salvo seja) sobre vinha vindimada, é que não via, no caso concreto vantagens de espécie alguma para tal acontecer. Não via vantagens em face da matéria em causa e não vejo sequer vantagens de celeridade. Basta atentar nos prazos para exercício de garantias no procedimento disciplinar e basta ver o que tem acontecido com a prática dos vários procedimentos disciplinares por factos graves e quantos anos demora a serem resolvidos.
Acresce ainda por cima que a eventual responsabilidade disciplinar não poderia nem deveria neste caso concreto cingir-se apenas aos magistrados do MP. Contudo, a ler o Miguel Abrantes e outros, a opção há muito que está feita: as responsabilidades, a havê-las, teriam que ser sempre dos MP´s! São “ os suspeitos do costume”?! E nem sequer se lhes dá o beneficio da dúvida. Com a agravante de secundar opiniões veiculadas pelas sabonárias do costume cujo ofício maior é branquear comportamentos, no mínimo duvidosos, de apaniguados.
Assim, mais uma vez reafirmo que aquilo que foi feito ( e que conheço apenas pelos jornais e comunicados da PGR) foi muito bem feito, processualmente falando.

No entanto, Miguel Abrantes pretendia uma sindicância! Acha que se justificava num caso destes! Ah, leão!
E isso para se esclarecer o seguinte:
"Afinal, por que razão foi pedido desta vez um suporte informático das chamadas efectuadas, em vez do habitual suporte em papel, que nunca teria permitido a devassa? " E ainda: “em termos técnicos, a chamada “facturação detalhada” sai automaticamente em suporte de papel quando um telefone está sujeito a escutas?”

A Sindicância sugerida seria a todos os serviços da PGR e de quem dirigia o Inquérito e ainda aos serviços da PT, pois claro. Sindicância para isto?! Desculpar-me-á, mas seria um disparate. E não são estes casos que justificam o que diz a lei.
Por fim, insinua o mesmo que Pacheco Pereira e tutti quanti a propósito da honorabilidade de quem dirigiu o Inquérito, aventando uma teoria de conspiração baseada em factos obscuros e dignos das melhores teorias sobre o afundamento das torres gémeas por implosão… e escreve:
“ Por fim, não seria de esclarecer qual foi o objectivo da reunião (amplamente noticiada, mas nunca desmentida) entre pessoas ligadas à investigação e técnicos da PT antes da entrega das disquetes? “

Sabe que mais, Miguel Abrantes? Give me break! Aliás, give us all a break! É que nem argumentos sólidos arranja, para além da teoria conspirativa. Da cabala, obviamente. Olhe que até o Rui Pereira já disse que não acredita em cabalas...

Anónimo disse...

É próprio, de quem não tem argumentos, desqualificar as ideias e opiniões contrárias. Eu ouvi o António Marinho, na SIC, dizer que o assunto revestia toda a natureza de uma conspiração. Estou de acordo, porque se fosse em outros países, com democracias mais consolidadas, como os EUA, o assunto seria tratado como uma conspiração e muita gente seria imediatamente demitida. O PGR estaria demitido no próprio dia em que se soube da coisa. Mas aqui em Portugal acusaram-se 2 jornalistas.
Vejamos o que se passou e o que se passa em Portugal. A generalidade dos magistrados, com os do MP à cabeça, tem um ódio de morte aos políticos. Para eles (embora alguns que muito falam andam também à procura de um taxozito), estes são todos corruptos que deveriam, sem excepção, ir parar à cadeia. Os magistrados fazem tudo o que podem para acusar, julgar e condenar políticos ou pelo menos para os desqualificar e achincalhar perante a opinião pública, com o recurso a «jornalistas» (os eduardos dâmasos, as tânias laranjos, as paulas azevedos, os octavios ribeiros, etc…) bem posicionados nos OCS, com os quais traficam toda a sorte de favores recíprocos. Eles, os magistrados, é que são puros, ungidos com os óleos sagrados, e com a bênção de Deus. Eles, para si próprios – são a única reserva moral da nação.
Sentem-se no direito de vasculhar a vida de todos, abusam das escutas telefónicas, da duração das penas, da prisão preventiva, dos gastos nos tribunais (Portugal é o país da Europa que, proporcionalmente, mais gasta com os tribunais e com os magistrados) e da preguiça (são dos que menos trabalham na Europa) – conseguir uma decisão de um magistrado é mais difícil (à vezes demoram anos) e mais caro (trazem sempre acopladas várias UC’s de custas pelo «incidente anómalo») do que ir à estação orbital.
Os magistrados gozam de privilégios inacreditáveis (veja-se estes dois: (i) recebem de forma permanente 8.400 euros por ano como subsídio de habitação, totalmente isentos de IRS, mas um desgraçado de um reformado se auferir 7.500 euros num ano já tem de pagar IRS; (ii) 95% das reformas da função pública superiores a 5.000 euros são deles). Por isso, aquilo em que mais se empenham os nossos magistrados é a tentar manter (já que, depois do fiasco das greves, ampliar é cada vez mais difícil) estas regalias todas. E só o conseguirão se paralisarem as ideias reformadoras do governo e do principal partido da oposição. Como? Enlameando-os, enxovalhando-os, «demonstrando» que são todos corruptos, pedófilos ou homossexuais.
No tempo do Outro, as coisas corriam bem porque eram bem feitas. Ele, o Outro, era inteligente e maquiavélico (ainda mais do que o Noronha Nascimento) geria tudo isso muito bem, em seu próprio proveito e no da corporação (vejam as investigações do Fax de Macau - chegaram a Belém? E as daquele secretário de estado que deu mais de 50.000 contos de publicidade ao irmão da ministra da saúde – chegaram mais acima? Não, ela só foi incomodada depois de já não ser ministra e por outra razão. As coisas eram tratadas assim e tudo corria bem. Agora não. Agora mal fazem uma escuta telefónica vão logo a correr dar a transcrição ao Eduardo Dâmaso, ao Ocátivo Ribeiro, à Paula Azevedo ou Tânia Laranjo. Conclusão: acabaram tramados. Meteram-se numa guerra para a qual não têm nem armas nem soldados. Só têm generais que se odeiam de morte uns aos outros.
Foi neste contexto que, no âmbito do processo Casa Pia, se fazia aquilo que o Pacheco Pereira designa por «pesca de arrasto de políticos», na tentativa de envolver e enlamear o maior número deles no processo de pedofilia. Alguém acredita que os dados telefónicos das pessoas do Envelope 9 foram parar ao processo por acaso? Alguém acredita? Alguém acredita que esses dados não foram visionados por magistrados ou pelos investigadores da PJ? Alguém acredita que esses dados estiveram mais de um ano sem ser vistos? Alguém acredita que eles (os investigadores da PJ, pelo menos) não foram avisados por quem remeteu esses dados para o processo?
Eles queriam envolver o máximo de políticos e de figuras públicas afectas ao PS. Procurem juntar as respostas a estas perguntas: Quem escolheu a ministra da justiça? Quem escolheu o director da PJ? Quem escolheu os dois principais inspectores do processo Casa Pia? Quem escolheu o juiz do processo (vejam a propósito o acórdão da Relação de Lisboa sobre a forma como o processo caiu no colo de um Juiz que, estando de turno no sábado, estava «por acaso» no TIC na véspera, 6ª feira à noite, e recebeu (vejam a sorte do homem..!!!!) o expediente vindo do MP e da PJ e que iniciou o processo Casa Pia e por isso ficou titular do processo)? Foi por acaso que o processo foi distribuído a um magistrado do MP era um judeu ortodoxo, reaccionário e ultra-fundamentalista? Quem escolheu a administração da Portugal Telecom? A que partido político pertencia e pertence o seu presidente de então? Juntem tudo num refogado centrista e depois riam-se da tese da conspiração que o António Marinho defendeu na SIC. Só há uma coisa com que eu não concordo, em tudo o que ele disse. É que o crime seria de violação de segredo de estado. Mas pior do que isso foi dizer que o único crime foi o cometido pelos dois jornalistas que divulgaram o caso.

Filotémis

Anónimo disse...

Caro Filotémis:

O José respondeu ao Miguel - este deve responder. Aparecer, deus ex machina, uma resposta de um heterónimo, é um pouco infeliz e deselegante...

Anónimo disse...

Desculpe, caro -anónimo anterior, ter-me intrometido. Mas o meu comentário foi suscitado pelo post do MA e não pelo comentário anterior. Se fosse para responder ao comentário do josé eu diria, entre outras coisas, que é intelectualmente desonesto comparar um processo disciplinar instaurado por um (órgão de um) sindicato (jornalistas) com um processo disciplinar a instaurar por órgãos de regulação, gestão e disciplina de magistrados.
Calhou já lá estar o comentário do josé quando coloquei o meu.
Mas, lendo agora tudo, até que nem está mal «respondido», não senhor!

Filotémis

Anónimo disse...

caro filotemis, tem carradas de razão, os ratazanos que vivem escondidos nas catacumbas do mp, um dia serao confrontados com a verdade.e entao vai ser ve-los ungidos pelo SENHOR, a lamber as botas do poder politico.
kavako

Anónimo disse...

mas o abrantes dialoga com ele próprio?
e não se arranja um colete de forças?

Anónimo disse...

Há muitos Abrantes dentro do Abrantes - só ele sabe o sacrifício de ter de dialogar, constantemente, com eles...

Boa sorte, José.

Anónimo disse...

Olhem as respostas deles ao (grande) sr. Filotémis! Olhem como eles se calam e desviam a conversa! Olhem como eles se viram para as pessoas e fogem dos factos.
Como se dizia no meu tempo, eles não têm futuro histórico. O seu futuro é o caixote do lixo da história.

Anónimo disse...

Por que é que eles só ladram ao Miguel Abrantes e ao Filotémis e não apresentam ideias ou opiniões sobre os factos?

Anónimo disse...

Do rigor dos inquéritos que os magistrados se movem uns aos outros, quando não conseguem evitá-los, atesta a decisáo do C. S. M. sobre o despacho do Juiz da V. da Feira dobre o requerimento «asnático».

Anónimo disse...

Esta coisa do «eles», «nós», «eu», «tu» é um bocadinho perturbante. Muitas conjugações e poucos pensamentos. Bem hajam!

Anónimo disse...

Não houve a preocupação, por parte do senhor PGR, ser o Procurador de todos os Portugueses, mas sim de alguns - isso esta na cara, por muito que venha dizer que se fosse hoje, tinha contratado 500 assessores de imprensa, mas esqueceu-se de dizer, que quem tinha que pagar, a inabilidade politica e a defesa de um dos lados - eram os impostos daqueles que enchem os cofres do estado para lhes pagar os vencimentos - isto é inesquistionavel, foi um Procurador, que só olhou para um dos lados da conveniência, infelizmente para o País, sai pela porta de serviço - enquanto cidadão, o que gostaria é que saísse pela porta principal.

Quando um blog, publica uma peça de investigação e de acusação, em segredo de justiça, e sendo absolvido o Ministerio Publico nem tossiu nem rosnou, salvo seja - O PGR andava a banhos.

Faz bem em defender-se e fico á espera do seu livro

Anónimo disse...

Não houve a preocupação, por parte do senhor PGR, ser o Procurador de todos os Portugueses, mas sim de alguns - isso esta na cara, por muito que venha dizer que se fosse hoje, tinha contratado 500 assessores de imprensa, mas esqueceu-se de dizer, que quem tinha que pagar, a inabilidade politica e a defesa de um dos lados - eram os impostos daqueles que enchem os cofres do estado para lhes pagar os vencimentos - isto é inesquistionavel, foi um Procurador, que só olhou para um dos lados da conveniência, infelizmente para o País, sai pela porta de serviço - enquanto cidadão, o que gostaria é que saísse pela porta principal.

Quando um blog, publica uma peça de investigação e de acusação, em segredo de justiça, e sendo absolvido o Ministerio Publico nem tossiu nem rosnou, salvo seja - O PGR andava a banhos.

Faz bem em defender-se e fico á espera do seu livro

Anónimo disse...

Caro Miguel:

É uma pena que seja a personagem Filotémis a responder ao Miguel - não acha um bocadinho infeliz essa subdivisão em muitos nomes e muitos estilos? Eu, um simples funcionário do estado, que não tem nada a ver com o Min. da Justiça, acho que o seu caso é tratável, mas, com este governo, vai ter dificuldades em obter vaga no local correcto.


"É próprio, de quem não tem argumentos, desqualificar as ideias e opiniões contrárias. Eu ouvi o António Marinho, na SIC, dizer que o assunto revestia toda a natureza de uma conspiração. Estou de acordo, porque se fosse em outros países, com democracias mais consolidadas, como os EUA, o assunto seria tratado como uma conspiração e muita gente seria imediatamente demitida. O PGR estaria demitido no próprio dia em que se soube da coisa. Mas aqui em Portugal acusaram-se 2 jornalistas."

As Teorias da Conspiração são fantásticas - quase tão boas como o desempenho em Tribunal do Marinho, o homem que para se safar teve trabalhar para a Ordem, à pala do PS e do GOL... Cocordo apenas que faltou punir alguém da PT que mandou dados a mais e o Advogado de Defesa que passou material cá para fora.


"A generalidade dos magistrados, com os do MP à cabeça, tem um ódio de morte aos políticos."

Esta triste ideia do Miguel, da perseguição dos pobres políticos pela Justiça (ou pelo que vai restando dela) é um erro - repare nos casos de convívio entre alguns Juizes e Políticos (o cachecol, os telefonemas, as conversas dos Pedrosos, etc.). Se dissesse "A generalidade dos PORTUGUESES tem um ódio de morte aos políticos." aí já concordava. Mas é de estas absurdas generalizações que radica o seu erro e o do Blog - vê a preto e branco o Mundo (sendo o preto a Justiça dos Juizes e o branco o PS) quando há muitos cinzentos pelo meio (e, se calhar, vê as cores P/B invertidas...).


"Os magistrados fazem tudo o que podem para acusar, julgar e condenar políticos ou pelo menos para os desqualificar e achincalhar perante a opinião pública"

O Presidente ouviu-o e não concordou consigo - porque será? Aliás parece ponto consensual (excepto para alguns barões do PS e PSD, que fizeram um pacto que trava esta luta no que diz respeito a... políticos...).


"Os magistrados gozam de privilégios inacreditáveis"

Se, para não haver corrupção na Justiça, for este o preço (e, curiosamente, o Miguel poderia comparar esses privilégios com os dos políticos, no activo e em comissões de enriquecimento, vulgo Empresas Públicas...) é um preço baixo...


"E só o conseguirão se paralisarem as ideias reformadoras do governo e do principal partido da oposição. Como? Enlameando-os, enxovalhando-os, «demonstrando» que são todos corruptos, pedófilos ou homossexuais."

Foram os Juizes que violaram, mantiveram os violadores nas instituições, denunciaram os casos e meteram alguns políticos nessa situação? Haja decência...


"Foi neste contexto que, no âmbito do processo Casa Pia, se fazia aquilo que o Pacheco Pereira designa por «pesca de arrasto de políticos», na tentativa de envolver e enlamear o maior número deles no processo de pedofilia. Alguém acredita que os dados telefónicos das pessoas do Envelope 9 foram parar ao processo por acaso? Alguém acredita? Alguém acredita que esses dados não foram visionados por magistrados ou pelos investigadores da PJ? Alguém acredita que esses dados estiveram mais de um ano sem ser vistos? Alguém acredita que eles (os investigadores da PJ, pelo menos) não foram avisados por quem remeteu esses dados para o processo?"

Tu acreditas em muitas coisas - já pensaste em criar uma Religião? Pois tudo em causa para safar uns quantos políticos mas o esforço não vale a pena - esses nomes estão definitivamente queimados pelo Povo e pela opinão pública - vox popoli, vox dei... Algumas vez os "investigadores da PJ" disseram alguma coisa sobre o assunto...? A obcessão gera estas tentativas doentias de justificar o acessório e fugir ao essencial.


"Procurem juntar as respostas a estas perguntas: Quem escolheu a ministra da justiça? Quem escolheu o director da PJ? Quem escolheu os dois principais inspectores do processo Casa Pia? Quem escolheu o juiz do processo (vejam a propósito o acórdão da Relação de Lisboa sobre a forma como o processo caiu no colo de um Juiz que, estando de turno no sábado, estava «por acaso» no TIC na véspera, 6ª feira à noite, e recebeu (vejam a sorte do homem..!!!!) o expediente vindo do MP e da PJ e que iniciou o processo Casa Pia e por isso ficou titular do processo)? Foi por acaso que o processo foi distribuído a um magistrado do MP era um judeu ortodoxo, reaccionário e ultra-fundamentalista? Quem escolheu a administração da Portugal Telecom?"

Insultar os funcionários capazes da PJ e Juizes para tirar da chuva algumas pessoas parece-me demais. Se o chefe é de direita os investigadores TODOS fazem o que ele diz? O chefe/barão da PT mete na disquete os números todos? Nem o mais alucinado maluco do Júlio de Matos conseguia tal coisa em tão poucas linhas.




Vai tratar-te, Miguel - a tua cabeça não aguenta com a luta entre os teus heterónimos e as ordens do teu chefe.

Anónimo disse...

Out 05, 08:18:19 PM:


O seu comentário não é normal na blogosfera. Tem algum problema pessoal com o Miguel Abrantes ? Acredire se quiser que não sou o autor deste blog que gosto de acompanhar se bem que nem sempre concorde com o é escrito.

Anónimo disse...

Que rebaldaria que para aqui vai .... Esqueceram-se de rebater o conteúdo do post ?

Anónimo disse...

"Tem algum problema pessoal com o Miguel Abrantes ?"

Se calhar sou uma das pessoas que foi, sucessivamente insultada e enxovalhada, a coberto do anonimato, pelo Miguel, versão anonimous...

Mas como já foram insultadas e enxovalhadas mais de uma dezena de pessoas, será difícil saber quem sou...

PS - o meu comentário era para a personagem intitulada "Filotémis". Doeu-te, Miguel?

Anónimo disse...

Afinal, a questão central é "quem tem medo da transparência?"
O facto de ser divulgado "quem telefona para quem" entre os detentores de telefones do Estado, é um facto tão grave que faça correr rios de tinta? Ou trata-se de um sound byts para enevoar a questão central que é o grave caso de abuso de menores?

Anónimo disse...

"grave caso de abuso de menores"

Aqui só se pode falar em casos desses se for nos Gaiatos ou nas Oficinas de S. José e não se referir amigos das crianças do PS.



E cuidado com o que se diz que o "Miguel" tem um lápis azul muito afi(n)ado.