segunda-feira, novembro 06, 2006

Castela



Aljubarrota


Inferi do caso Suéter que, na Espanha, a luta contra o crime económico não se faz sob os holofotes da TV — nem há a mania de lançar mão do fax.

O Carlos acha que eu laboro num monumental erro. Para o demonstrar, enfeita a Grande Loja de fotografias da invasão espanhola das dependências do BES, uma das quais eu próprio já reproduzira, mas esqueceu-se da minha alusão a essa arma de destruição massiva da investigação que é o fax. E, para me calar de vez, atira um argumento irrefutável: as redondezas das agências do BES estavam pejadas de polícias, o que só por si prova que se tratava de um segredo de polichinelo.

Dito isto, o Carlos despediu-se à francesa. Em boa hora, regressou. Fica-se a perceber que não é a defesa do Ministério Público lusitano que o move, como um leitor apressado poderia concluir, escrevendo ele na Grande Loja. É a pátria que corre perigo — e o Carlos oferece-se para avançar para as trincheiras.

As palavras do insuspeito Ricardo Salgado ao Expresso comoveram-no. E ficou fora de si ao ler a amordaçada imprensa espanhola: a investigação, do outro lado da fronteira, tem a desfaçatez de querer saber se o BES está envolvido na “trama” ora descoberta.

É verdade, Carlos, a Espanha nunca desistiu de invadir Portugal. E, para tanto, todos os pretextos são bons. O Juiz Baltasar Garzón, peão de brega desta inconfessável estratégia, se ferra o dente no “mexilhão” (nem tanto assim…), é para, em seguida, atingir os símbolos da pátria lusitana. A judicatura de Castela não respeita o Espírito Santo. Nós, por cá, respeitamos.

Um grande abraço também para si, Carlos.

PS — Não conhecia os seus dotes artísticos. Fiquei surpreendido.

4 comentários :

o sibilo da serpente disse...

O que importa é saber quem vai ser mais eficaz nos resultados. É o que digo no Anónimo.

Anónimo disse...

É, portanto, mentira, que as televisões se colocaram, a postos UMA HORA antes dos fiscales entrarem no Banco.

Ou não, Miguel?

Anónimo disse...

Pareceu-me ver entre os mirones o Pina Moura.

Anónimo disse...

A questão não é essa:
A questão é que Castela e o seu Cavaleiro Garçon (ou Garzon ou lá o que é)respeitam a banca espanhola.
Tanto assim que se lembraram de prender o português que andava a fazer concorrência com o negócio de selos.
Também é um problema de alguns socialistas e deste governo. Perderam a noção de pátria.
Os espanhóis não (nem os socialistas).
Tão traidor é o que trai a Pátria como o que não sabe que a trai.
O Vasconcelos - que não sei a qual dos dois grupos pertencia - pagou o erro com a queda da janela.
Os traidores, uma subespécie do género dos cobardes, geralmente acabam mal.