quarta-feira, dezembro 27, 2006

Tiradas arrojadas

Não se pode dizer que Pedro Arroja tenha, desta vez, surpreendido na entrevista que deu à última edição da Sábado. Aparentemente, até parece mais moderado: admite, por exemplo, que o Estado continue a fazer uma perninha na educação, na saúde e na segurança social. Bem, a compra dos votos já não é novidade. Mas, quando Arroja assegura que “se os ricos mandassem não haveria corrupção”, parece que fica mais clara a natureza das suas propostas. É o que também resulta da sua proposta de extinção do imposto sobre o rendimento (IRS e IRC) e do agravamento do IVA, que atinge — pelos menos, nos bens essenciais de consumo — de igual forma “ricos” e “pobres”.

Mas o que verdadeiramente me pareceu surpreendente na entrevista foi a forma “ligeira” como comparou o crescimento económico no Estado Novo com o que ocorre na democracia. Nem uma leve referência à situação interna ou externa. A jornalista comeu e calou. E ainda mais surpreendente foi esta tirada relativamente ao clima político, social e económico do Estado Novo:

    “As pessoas não tinham liberdade política, mas tinham muitas outras liberdades, não vamos exagerar. Quem não se metesse na política [sic] podia fazer o que quisesse. Aos olhos de um economista era um excelente Estado.”

O condicionamento industrial, aos olhos do economista Pedro Arroja, nunca existiu.

4 comentários :

Adriano Volframista disse...

O Pedro Arroja esgotou a sua capacidade criativa com a proposta de privatização dos rios.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Saberá o Arroja que as orientações do sistema económico dependem das políticas económicas!!??? E isso não é política??!!! E os disparates que afirma acerca da privatização e do controlo do estado pelos ricos, não é política!!!' Para este Arroja. política é defender os mais desfavorecidos, será!!! Então ainda bem que temos políticos e não supostos apolíticos como o botas e Arroja!!??? Irra, que a ignorância ainda produz bichos destes!!!!!!
O Advogado do Diabo

Portas e Travessas.sa disse...

O Pedro é toto, levar á letra o que escreve é para taramelgas.

Ele não é economista, arma-se, ou entao tirou o curso por correspondencia - nenhum estudante de economia sai do ISEG a dizer disparates, muitos deles fazem carreira no Canada, Australia, USA, não precisam do MBA para nada.

MAs merece estudo a economia antes do 25 de Abril, lá isso merece, mas um estudo, uma analise, fora do contexto politico - nalgumas coisas, ate posso estar de acordo com o Toto, não li a entrevista, nem tenho intenções de o fazer .

Parece que a Petroquimica de Sines tem futuro - pois.

Enfim...

Portas e Travessas.sa disse...

Ainda acerca do tema e vem a proposito, um encontro há dias pouco com um meu familiar, que já não o via há algum.

A conversa acabou por cair no seu filho mais velho, eng de telecomunicações na Soponata - Soponata, segundo me disse, foi vendida a uma empresa americana - chamaram-no á sede nos EUA - o conselho do Pai foi "negociar duro" - pois bem, esse jovem portugues licenciado no IST, é o responsavel maximo em comunicaçãoes para a frota de petroleiros que a empresa tem espalhados por todo o mundo - diz o Pai - que o filho, pode estar hoje em Singapura, como no dia seguinte no Japão ou na semana seguinte, na Noruega.

Trabalho duro, - mas bem pago, aos 45 anos fica estabelecido na sede da empresa, gozar uma vida mais calma, com a familia por perto.

Isto vem a proposito, do muito que se diz, que as nossas universidades preparam mal os alunos para o mercado de trabalho - O País é que é pequeno, na verdade, soponatas ja não temos, alias, a marinha mercante tambem não.

Isto não é demagogia, é uma realidade.