segunda-feira, abril 14, 2008

Em Roma sê romano?

Tolentino de Nóbrega, no Público, comenta (“Sob o florido tapete”) a visita do Presidente da República à Madeira:
    «(…) O reverso da medalha, da moeda boa ou má, só deverá ser mostrada quando receber os partidos da oposição, a pedido destes e não por sua iniciativa. Vai fazê-lo na quase clandestinidade do hotel onde está hospedado e não institucionalmente, como faz com o governo regional e patronato, na representação da República no Funchal, no Palácio de S. Lourenço, também interdito aos representantes dos trabalhadores.

    Para "manter contactos com as realidades económica, social e cultural da Madeira e Porto Santo", o programa da visita teria de ser outro.

    Poderia até seguir o formato dos roteiros que o Presidente da República, excepcionalmente, não adoptou nesta visita, e ter, por exemplo, a inclusão social como tema, incontornável numa região em que um terço da população vive, segundo o Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006/08, em risco de pobreza.

    O Presidente da República também não deveria prescindir de uma sessão na Assembleia da Madeira, pelas razões que invocou nos Açores: "Um parlamento é, por essência, a morada do pluralismo. Os representantes do povo, aqui reunidos, pertencem a diversas forças partidárias, perfilham sensibilidades ideológicas distintas, têm ideias próprias quanto aos destinos desta região autónoma. A nobreza do trabalho parlamentar decorre justamente da capacidade de representar de modo frutuoso a pluralidade das opiniões e das tendências existentes numa sociedade".

    Mas o Presidente da República aceitou passar sobre o florido tapete que Alberto João Jardim estendeu e sob o qual esconde questões essenciais como a qualidade da democracia, a situação das contas públicas e o modelo de desenvolvimento adoptado na região.

    E o presidente do governo regional desenrola o tapete na tentativa de encontrar no ex-"Sr. Silva" - cuja "ida para Belém seria nociva ao país e o PSD", agora apressadamente, no congresso próximo da vista, declarado "referência de Estado" (todas citações de Alberto João Jardim)- um aliado para, na previsível e já fastidiosa estratégia, "combater o inimigo externo", neste caso o Governo de Sócrates, atribuindo-lhe todos os males que fustigam a região.»
Cavaco Silva, a mais recente vítima do défice democrático na Madeira?

4 comentários :

Anónimo disse...

Mais um pitbull que se atira a um jovem. >O ministro torceu o rabo, e como quem diz, mudando o discurso.

Tem medo dos droguitas

Anónimo disse...

Este artigo do jornalista madeirense, é um espelho do que se passa na ilha.

A atitude correta do presidente, passaria por não fazer viagem nenhuma,mas sim obrigar a louco bokassa, a cumprir a constituição e só depois visitar os madeirenses.

A não ser assim, como se vê, estão todos metidos na pocilga de onde tudos comem e até parece que são muito bem.É vergonhoso este curvar perante um homem que nunca deixou de ser um fascista e tirano.

Tio Quim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tio Quim disse...

Até o Sr Silva se pôs de cócoras perante o iluminado do império da madeira. Ao que este país chegou onde toda a gente vai ao beija mão do cavalheiro.