terça-feira, junho 10, 2008

Pacheco Pereira já não quer saber do Casino Lisboa?

Quando ocupou a cadeira de José Manuel Fernandes no dia do aniversário do Público, Pacheco Pereira deu tanta importância à questão da propriedade do edifício onde está instalado o Casino Lisboa que lhe dedicou a manchete e mais umas tantas páginas — com bonecos e tudo:







O tema volta agora a estar na berra (por exemplo, aqui e aqui) com a divulgação de um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, no qual se entende que, face à alteração feita à lei ao tempo dos governos PSD/CDS-PP, e não obstante se tratar de um negócio “altamente lesivo”, o edifício do Casino de Lisboa não reverterá para o Estado no fim da concessão. Diz o DN que o Governo está apostado em contrariar esta situação.

Quando se esperaria que Pacheco Pereira agarrasse, de novo, no tema, a resposta é o silêncio. Será que esta ausência de reacção se deve ao facto de os principais intervenientes na doação do edifício à Estoril-Sol — como os ex-ministros José Luís Arnault e Morais Sarmento — fazerem agora parte do núcleo duro de Ferreira Leite?

8 comentários :

A.Teixeira disse...

Quando puder, Miguel Abrantes, e para lhe reconhecer a devida autoridade para criticar Pacheco Pereira como aqui faz, por ele ter exposto e explicado, mas não completamente a seu gosto, o caso do Casino, faça-me um "boneco" parecido com este que aqui afixou, mas com os fluxos do caso Eurominas...

É que eu não o segui e não percebi quão importante o caso era até o ver "eloquentemente abafado" na comissão de inquérito da AR...

MFerrer disse...

Esta sempre velha tentativa de justificar os golpes dos nossos, com os erros dos outros, mesmo quando nada se aprofunda e apenas se afloram essas malfeitorias, é como o gato escondido de rabo de fora.
Era como se o roubo se pudesse justificar porque há muitos ladrões. Oportunismo tem hora e PP é dono de uma farta dose dele. Costuma ser especialista em querer para os outros as medidas que recusa para os do seu partido.

Miguel Abrantes disse...

Caro A. Teixeira:

1. O “boneco” afixado não foi desenhado por mim, mas pelo Público sob a orientação de Pacheco Pereira, no dia em que o político/comentador/historiador "fez de" director do jornal.

2. O que está em causa não é o facto de Pacheco Pereira ter falado do Casino Lisboa – embora o seu boneco tenha colocado no mesmo plano pessoas que não “lesaram” o Estado com outros que o terão feito.

O que está em causa é o facto de Pacheco Pereira ter apontado na altura os nomes de Morais Sarmento, Arnault, Pedro Almeida e outros, mas agora, como eles fazem parte do núcleo duro de Ferreira Leite, assobia para o lado.

3. Eu não me debrucei sobre o caso Eurominas, nem sobre o caso SIRESP, nem sequer sobre o caso Casino Lisboa. O que questionei não foi o caso em si, mas a utilização do caso enquanto deu jeito. É uma coisa diferente, suponho.

Anónimo disse...

Pacheco foi à estranja, só por isso não sabe o que se passa com o casino. Senão ele ia-se a eles...

A.Teixeira disse...

Caro Miguel Abrantes:

1) Por acaso, sei perfeitamente onde e em que condições aquele gráfico foi originalmente publicado. E independentemente do seu autor (ou inspirador) e de não estar totalmente a seu gosto, acho que está muito explícito e muito bem conseguido. É uma boa fonte de inspiração para clarificar casos confusos e melindrosos como o Eurominas.

2) No gráfico, independentemente das culpas, ter-se-á feito uma identificação de todos os intervenientes que se consideraram relevantes. Mesmo à vista desarmada, vêem-se ali as fotografias de vários companheiros de partido de José Pacheco Pereira (Durão Barroso, Carlos Tavares, Santana Lopes, José Luís Arnaut). A análise terá talvez alguns dos defeitos que lhe aponta, mas trata-se de um método sistemático que prefiro ao seu, quando, para usar um exemplo recente, escalpeliza – e muito bem – as declarações “vazias” de Manuel Alegre, mas não guardou nem uma “palavrinha” para os comentários verrinosos (mas desmentidos) de José Lello dedicados ao mesmo Alegre…

3) Para quem me habituou a não utilizar "os casos que não lhe dão jeito” (o Eurominas foi apenas um exemplo...), lamento, mas não lhe posso reconhecer autoridade para criticar quem, na sua opinião, apenas utilizou “o caso (do Casino) enquanto lhe deu jeito”…

Ligado a notícias saídas no jornal do próprio dia, no seu poste nem teve a generosidade (que eu estou a ter consigo, em relação ao episódio Lello…) de esperar que se passassem alguns dias, antes de tirar conclusões…

E, pelos vistos, conforme a informação do anónimo de cima, não lhe teria feito mal esperar.

Miguel Abrantes disse...

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Caro A. Teixeira:



1. As notícias sobre o Casino Lisboa já têm alguns dias. Eu esperei, contrariamente ao que diz, para ver se Pacheco Pereira reagia. Mas ele não reagiu. O melhor é continuarmos a aguardar…

2. Quanto às estúpidas declarações sobre Manuel Alegre (foram feitas por três pessoas diferentes, que me tenha apercebido), falei delas em duas ocasiões:

http://corporacoes.blogspot.com/2008/06/da-srie-frases-que-impem-respeito-166.html

http://corporacoes.blogspot.com/2008/06/conversa-com-os-leitores.html

Numa delas escrevi isto:

“Relativamente a Manuel Alegre, é verdade que discordo de algumas das suas intervenções políticas. Não vem mal ao mundo. Em todo o caso, não o imagino noutro espaço político a não ser no PS. Deduz-se do que escrevo que as eventuais divergências devem ser discutidas politicamente e não através de ataques pessoais. Como um outro leitor do CC escrevia num e-mail, “custa até a perceber” certo tipo de reacções.”

Ando eu aqui a matar-me e V. só lê em diagonal…

A.Teixeira disse...

Caro Miguel Abrantes:

Quanto à questão menor, a “questão Lello”, olhe que quando empreguei a expressão “palavrinha”, pu-la entre aspas, não era para a interpretar à letra… De todas as referências que mencionou, fica apenas a locução “custa até a perceber certo tipo de reacções”. Se acha que se consegue extrair daquelas 8 palavras (36 letras) um severo desacordo com a conduta de José Lello… pronto! É a sua opinião… mas deixe-me dizer-lhe que já o vi muito mais eloquente. Com Alegre, por exemplo (242 palavras e 1.204 letras)

Mas isso pouco importa, se essa for uma promessa de desenvolvimento, com toda aquela perspicácia que o caracteriza, do caso Eurominas, incluindo todo o seu elenco principal (Vitorino, Lamego, Costa, etc.). Em vez de o ler na diagonal, prometo que porei o seu blogue debaixo do microscópio, “beberei” as suas palavras, “sorverei” as letras que teclar…

Miguel Abrantes disse...

Caro A. Teixeira,


V. insiste no caso Eurominas e eu não percebo porquê. Para ultrapassar o impasse, já que está tão preocupado com o assunto (e só com esse), sugiro-lhe o seguinte: escreva um post no seu blogue e eu, se achar que tem "sumo" suficiente, faço um link para o post (ou reproduzo-o no CC).