Comissão Política do PSD não se entende

Já não se trata do caso de a presidente da Comissão Política afirmar uma coisa e surgir, logo de seguida, Morais Sarmento, presidente do Conselho de Jurisdição, a dizer algo oposto ao que a líder eleita sustenta. Agora, o desacerto acontece no seio da Comissão Política Nacional — e os jornais dão muito jeito para enviarem recados uns aos outros.

Ao contrário de Manuela Ferreira Leite que defende que não pode haver redução dos impostos, Paulo Marcelo, vogal da Comissão Política do PSD, sustenta:

“Perante este excesso de carga fiscal [nos combustíveis], só o Presidente Sarkozy teve a coragem de perguntar: «se o petróleo continua a aumentar, não devemos suspender em parte a fiscalidade sobre o preço do petróleo?». Talvez com a presidência francesa da UE haja uma resposta, inclusive não aplicar IVA a partir de um certo limite, como se defende pelos lados do Eliseu.”

Mas o próprio Paulo Marcelo admite que, perante este terceiro choque petrolífero, o Governo não tem grande margem de manobra a curto prazo:

“O problema é mais económico do que concorrencial. Só existem soluções de longo prazo: consumir menos petróleo e procurar alternativas energéticas. Tudo o resto é cavalgar a onda populista do choque petrolífero.”

A falta que Pacheco lá faz.