quarta-feira, maio 13, 2009

Uma tarde como as outras na redacção do Público

Esta notícia da Lusa saiu às 17:26 do dia 11 de Maio de 2009:

Lisboa, 11 Mai (Lusa) - O jornal Público vai extinguir o seu suplemento de Economia no final deste mês devido à concorrência dos diários e sites dedicados ao tema e à queda das receitas publicitárias, disse à Lusa o director.
"Decidimos descontinuar o suplemento no final deste mês", disse à Lusa José Manuel Fernandes, explicando que "o peso [do suplemento] tem vindo a decrescer".
Quando foi criado, "há 20 anos, não havia sites de economia e os suplementos económicos tinham outra importância", lembrou, adiantando que, hoje, o mercado destas publicações já "quase desapareceu", sendo "o Público o único diário grande com um suplemento de Economia".
O diário da Sonae reforçou, em Janeiro do ano passado, o seu suplemento dedicado aos assuntos económicos, passando a incluir textos do New York Times Syndicate (NYTS), ou seja, trabalhos realizados por profissionais de escolas de gestão e empresas de consultoria a nível mundial.
Além disso, passou também a divulgar análises efectuadas pela Companhia Portuguesa de Rating sobre algumas das principais empresas nacionais.
Um reforço que se juntou a "outras fórmulas" para tentar reavivar a publicação, mas que não tiveram sucesso, como admitiu o director.
"Primeiro mudámos o dia de saída de segunda para sexta-feira, porque percebenmos que à segunda-feira os executivos já tinham muitos jornais em cima da mesa. Depois tentámos perceber se passar a revista era uma solução, mas percebemos que não", disse.
Por isso, "e por causa dos tempos que correm", a decisão foi extinguir o suplemento, o que não implicará, segundo o director, dispensar nenhum jornalista, já que estes "continuarão a trabalhar para a edição diária e para o on-line".

Às 18:45 do mesmo dia, ou seja, 1:19 depois, a notícia foi repetida pela Lusa. Mas com ligeiras alterações:

Lisboa, 11 Mai (Lusa) - A direcção do jornal Público quer definir o papel da secção de Economia no jornal e no site, na sequência da decisão de extinguir o suplemento e remodelar o subsite, divulgou hoje em comunicado interno.
"É neste quadro que reabrimos o novo processo de discussão sobre o que deve ser a
nossa secção diária de Economia em papel e que o subsite de Economia será o próximo a sofrer uma profunda remodelação", refere o comunicado hoje divulgado.
O director do Público, José Manuel Fernandes, adiantou hoje à Lusa que o suplemento de Economia vai ser extinto no final deste mês devido à concorrência dos diários e sites dedicados ao tema e à queda das receitas publicitárias.
"Decidimos descontinuar o suplemento no final deste mês", disse à Lusa José Manuel Fernandes, explicando que "o peso [do suplemento] tem vindo a decrescer".
Quando foi criado, "há 20 anos, não havia sites de economia e os suplementos económicos tinham outra importância", lembrou, adiantando que, hoje, o mercado destas publicações já "quase desapareceu", sendo "o Público o único diário grande com um suplemento de Economia".
O diário da Sonae reforçou, em
Janeiro do ano passado, o seu suplemento dedicado aos assuntos económicos, passando a incluir textos do New York Times Syndicate (NYTS), ou seja, trabalhos realizados por profissionais de escolas de gestão e empresas de consultoria a nível mundial.
Além disso, passou também a divulgar análises efectuadas pela Companhia Portuguesa de Rating sobre algumas das principais empresas nacionais.
Um reforço que se juntou a "outras fórmulas" para tentar reavivar a publicação, mas que não tiveram sucesso, como admitiu o director.
"Primeiro mudámos o dia de saída de segunda para sexta-feira, porque percebenmos que à segunda-feira os executivos já tinham muitos jornais em cima da mesa. Depois
tentámos perceber se passar a revista era uma solução, mas percebemos que não", disse.
As mudanças obrigam a direcção "a estudar quais os recursos humanos necessários depois da reorientação das prioridades e dos formatos em que queremos e devemos oferecer a melhor informação económica aos nossos leitores", conclui o documento.

Ou seja, no espaço de uma hora, as garantias do director de que não seria dispensado nenhum jornalista foram substituídas pelo crueza de um comunicado da direcção, no qual esta afirma que vai "estudar quais os recursos humanos necessários depois da reorientação das prioridades e dos formatos".
Perante tais factos, várias hipóteses se colocam:
a) o Público tem direcção nova e ninguém teve coragem de avisar José Manuel Fernandes;
b) José Manuel Fernandes só despede por comunicado, nunca pessoalmente;
c) a gestão do Público obedece aos mesmos critérios rigorosos com que o eng.º Belmiro comenta a política nacional;
d) foi uma tarde normal no Público - os assuntos internos são tratados da mesma forma que a notícias.

5 comentários :

Anónimo disse...

Uns são filhos, outros enteados (do que se fala e o que se cala)

"
O actual Conselho de Estado tem 16 membros. Alguns estão lá por inerência dos cargos que ocupam, como é o caso do Presidente da Assembleia da República ou do Primeiro-Ministro, outros têm direito ao cadeirão por inerência dos cargos que já ocuparam, como é o caso dos antigos Presidentes da República, outros foram nomeados por Cavaco Silva. Uma das prerrogativas do Presidente é, precisamente, nomear os seus conselheiros… Um deles, o banqueiro Dias Loureiro, tem andado nas bocas do mundo por causa do seu envolvimento no caso BPN, um banco que andou a servir de veículo a aldrabices de todo o tamanho e que só se salvou da falência porque foi nacionalizado.
Toda a gente acha que Dias Loureiro se devia demitir, que a sua permanência no Conselho de Estado prejudica não só o órgão mas também a imagem do actual Presidente da República. Cavaco Silva não demite o seu antigo compagnon de route porque não pode. Os senhores Conselheiros não podem ser destituídos, diz a Lei. Também não sabemos se Cavaco quereria demitir o seu amigo de longa data. Ficaremos sempre com essa dúvida… não há forma de a esclarecer convenientemente. E Dias Loureiro não se demite porque enquanto lá estiver goza de imunidade… não pode ser detido nem julgado, portanto, não pode ser condenado, por maior ou mais grave que seja a trafulhice em que se envolveu.
Em rigor, diz o estatuto do Conselho de Estado:

CAPÍTULO III
Imunidades

Artigo 13.º(Irresponsabilidade)

Os membros do Conselho de Estado não respondem civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções.

Artigo 14.º(Inviolabilidade)

1. Nenhum membro do Conselho de Estado pode ser detido ou preso sem autorização do Conselho, salvo por crime punível com pena maior e em flagrante delito.

Ora bem, mas há outros que também estão no Conselho de Estado e que também estão envolvidos (não sei se em maior ou menor grau – não sou da polícia) em escândalos financeiros e de que ninguém fala…
Consultada a lista dos Conselheiros, o 16º nome que nos aparece é o do Dr.Balsemão. Este nosso amigo é dos tais que foi escolhido pelo actual Presidente. Ou indicado pelo PSD, vem a dar no mesmo. Toda a gente sabe que Balsemão é o principal accionista do BPP – Banco Privado Português, outro banco que está à beira da falência e a ser investigado judicialmente por alegadas trafulhices de gestão. Enquanto accionista de referência do BPP, o nosso amigo sacou lucros durante anos, lucros esses que, estamos agora a ver, foram obtidos através de uma gestão danosa dos interesses dos depositantes. Estranhamente, ou não, na última assembleia geral do Banco Privado Português um grupo de três dos maiores accionistas da instituição propôs "um voto de louvor e confiança" à administração liderada por João Rendeiro. Nessa proposta, Francisco Pinto Balsemão, Stefano Saviotti, ambos com participações de 6% na Privado Holding, e a Sofip, ligada à família Vaz Guedes, da construtora Somague, com uma posição de 3% no banco, sublinhavam "a forma eficiente e escrupulosa como foi conduzida a actividade da sociedade", bem como "o bom senso e rigor evidenciados na respectiva gestão".
Quer isto dizer que os principais accionistas do BPP aclamaram e beneficiaram despudoradamente dos actos de gestão praticados por João Rendeiro e que as autoridades judiciais indiciam como crime. São, no senso comum (face à Lei, não sei), comparsas, cúmplices, suspeitos de benefícios ilegítimos.
Mas disto ninguém fala, é claro. É muito mais fácil investigar o fripor."


http://blogda-se.blogspot.com/2009/04/uns-sao-filhos-outros-enteados.html

A. Moura Pinto disse...

Ontem ouvi o engenheiro a palrar contra as grandes obras, porque prefere as pequenas. E chegou mesmo a exemplificar com a brigada que abre buracos a que se segue outra que os tapa. Porque - argumentava - importante é manter a malta ocupada, mesmo que à conta de um abre e tapa buracos.
Então a receita é para os outros? E a Rua Viriato não é boa para abrir e tapar buracos?
E, por último, o preço da página às sextas vai manter-se em 1.50€?
Já agora: não se poderia dispensar o "Inimigo Público" quando já temos, por exemplo, os editoriais do JMF, as crónicas do Santa Castilho e do Cintra Torres?

Anónimo disse...

Bom post.

Anónimo disse...

E depois distribuem gratuitamente o "Público" às carradas nos hipermercados Continente.
Serão as sobras? mas são muitas...

jpp disse...

Mais um que está indo ao fundo, como estou feliz. Só quero ver esse fascista do JMF de motorista do belmiro.Para lá caminha.