sexta-feira, setembro 04, 2009

A palavra aos leitores - "Uma irreprimível vontade de fazer chi-chi pode estragar um casamento"

Um excelente contributo do leitor Joaquim RS:
    Acho curiosa a vozearia que por aí vai, acerca do epifenómeno "jornalístico" que nos últimos tempos se atribuiu aos desígnios de uma personagem menor, já que, em boa verdade, para além dos reiterados esforços para desencantar putativos escândalos e sucessivas minudências de escarcéu, a figura pouco ou nada tem acrescentado às dignidades da comunicação portuguesa. Por isso trago alguns dados da esfera do métier que acrescentam informações e pontos de vista até aqui pouco divulgadas ou abertamente comentados.

    Refiro-me a Moura Guedes, tida no "meio" como figura truculenta, à italiana, ex-miss, ex-artista de variedades, ex-política de bancada, ex-animadora de programas e noticiários, mas, em todo o caso, (ai, dela!) pouco fiável e pouco serena comunicadora, personagem instável e eriçada, tão incontinente histriónica e imoderada verbal nos plateaux, como sobretudo, no backstage.

    Desde sempre à boca "pequena" considerada sem atributos específicos suficientes para o desempenho das funções que lhe foram sendo prendadas e muito mimada pelo marido – rendido (como será até, compreensível) aos encantos que nela via – a moça, autoconvencida pelas surpreendentes circunstâncias que lhe caíam no regaço, foi-se (literalmente) impondo sem qualquer sentido ou fundamento técnico, no restrito circuito das redacções e logo das chefias, e aos massacrados ouvidos dos seus infelizes sujeitos, pela via exclusiva – diz-se – do favorecimento sistemático do consorte.

    Conta-se que a Moura Guedes explodia. Que a Moura Guedes berrava. Que a Moura Guedes se enfurecia e clamava, vociferava e insultava. Imune e impune, sempre que a Moura Guedes perdia o verniz e se passava dos carretos, fosse com quem fosse, parece que além de dar cabo dos ouvidos de quem a ouvia, com o nervoso estragava até, a própria pele… Mas nunca fazia mal porque, mesmo nas mais acabadas euforias, falava-se à boca "cheia" que lá vinha sempre quem lhe passasse a mão pelos pêlos, acalmando-a e fazendo-lhe reduzir a intensidade dos berros desbocados.

    Terá sido, ao que relatava exaustivamente a imprensa cor-de-rosa desse tempo, um decisivo período para o retempero plástico-espiritual, que havia de permitir, no final de 2008, o espalhafatoso retorno da coquette à antena, revestindo-se da pele de intérprete-maior do "conceito" do "jornalismo botock", em que se dispara primeiro e só depois se investiga.

    Cavalgando ora a velha mula do "jornalismo rigoroso", ora a traquitana do "gosto do público", a estação de Queluz-de-baixo matraqueava o embuste. A moda pegou e a Moura Guedes transformava-se (graças ao zelo marital, claro!) na "campeã das audiências".

    Dizem-me que, apesar do agitado verão familiar (em que a súbita erupção de benfiquismo do extremoso esposo, afinal, rapidamente foi vencida pelos nutridos carcanhóis de uns accionistas mais simpáticos…), pelos vistos, a Moura Guedes se terá erroneamente convencido de que poderia continuar à solta na TVI, já sem o protectorado que sempre lhe sustentara os caprichos. Mas, sinal de megalomania, essa terá sido a sua pior avaliação…

    Tal como em qualquer empresa estruturada e fiável, a TVI viria a ter de recentrar as suas adiadas regras. Tanto mais que, numa casa de Comunicação, tanto há que atender expressamente a modelos comportamentais de natureza ética e deontológica dos profissionais do front-office jornalístico, como aos princípios da coerência e sustentabilidade da oferta comunicacional, que escora a performance comercial duma estação.

    E como num banco, o gestor de um balcão não pode definir os juros do crédito a seu bel-prazer ou, como numa serralharia, quem estabelece o preço dos caixilhos é o patrão, também ali a Moura Guedes não podia continuar a disparar à toa, ou segundo o seu capricho, a lançar todas as bravatas conforme lhe desse na real gana, sem que o gestor de produção não lhe exigisse, pelo menos, moderação e bom senso. Até em nome dos interesses comerciais porventura mais adequados a conveniências dos anunciantes, por exemplo. Nada mais do que isso.

    Ora, pergunto-me: quantas vezes, em nome dos interesses da empresa que ambos serviam e no cumprimento das suas obrigações de todo-poderoso-director-geral, terá Moniz "falado ao ouvido" da esposa, recomendando-lhe prudência e caldos de galinha? E nessas circunstâncias, quantas vezes terá Moniz "baixado a bola", perante intempestivas reacções da desbocada mulher?

    Sem ponta de hipocrisia, confesso que hoje me surpreende muito mais a ingenuidade revelada pelos consortes que agora choram, os dois, sobre o leitinho derramado, do que o desfecho sucedâneo à brusca escapada do Moniz e à verdadeira escalada de insultuosas provocações dirigidas no último mês, por ele e pela mulher, à proverbial paciência espanhola.

    Se ambos pretendiam manter intactos todos os privilégios de casal que lhes teriam permitido conservar o sol na eira e a chuva no nabal, os Moniz deviam ter-se entendido previamente lá em casa. Contudo Moniz, inquestionado gestor mas imprudente cabeça-do-casal, terá afinal abandonado, indefesa, a adorada esposa às tempestadades da Comunicação.

    E, desse ponto de vista, fica a moral: se eu fosse a ele, teria aguentado mais um bocadinho aquela espécie de irreprimível vontade de fazer chi-chi que o levou a sair tão inopinadamente da TVI. Por mim, sabendo o que sei hoje, não teria trocado o poder de Queluz-de-baixo pelos misteriosos maravedis de Angola… Ou sequer teria ido "cheirar a sopinha" do Veiga, ao Benfica (o que, como se viu, teria sido uma derrota ainda mais vergonhosa e retumbante!)…

    Quanto a ela, se calhar, deveria ter-se imposto usando lá em casa, os assumidos galões da "generala": "– Se tu sais da TVI, mudo a fechadura da porta, que nunca me hão-de ver como uma funcionária-de-empresa! Tout court."

7 comentários :

Anónimo disse...

E mais: se já no final de Agosto, princípio de Setembro, de acordo com algumas notícias hoje publicadas, se sabia no círculo de poder da TVi que a Administração em Espanha não estava pelos ajustes com a Manuela, qual a razão para ela ter dado uma entrevista a dizer que "só se fossem estúpidos" é que iriam acabar com o jornal? Ela afinal pensou em tudo para sair como uma defensora da liberdade de imprensa e não como a jornalista que é. E fica a suspeição que o Sócrates teve envolvimento naquilo, embora a Prisa e o governo do "amigo" espanhol andem de costas voltadas. Mas as palavras de Sócrates há uns meses sobre o jornal da MMG, embora correctas, permitem hoje que fique essa dúvida. É que para alguns, se calhar muitos, o que parece é, mesmo não sendo.

Anónimo disse...

Brilhante1 e eu pergunto: que empresa de comunicação social aguentava um seu funionário (jornalista?) a apresentar notícias como o fazia Moura Guedes? A TVI, que tem possibilidades de lidera também na informação, estava a ficar completamente desacreditada por causa daquela senhora. Enquanto o Moniz lá esteve, é claro que a senhora fez o que lhe apeteceu, fez o inacreditável. Com Moniz fora, é evidente que a Administração da TVI teria que despachar aquela senhora caprichosa, ignorante, venenosa, om um jornalismo mais próprio do jornal "O Diabo" do que de um Jornal Nacional.

Manuel Duarte disse...

Sem grandes esperanças de que este comentário passe pelo crivo da censura que instituiram no vosso blogue, não posso contudo deixar de repudiar o vosso êxtase perante um texto a todos os títulos inaceitável.
Não tenho, nunca tive, qualquer simpatia pelo Jornal de Sexta da TVI (que aliás só muito raramente via e nunca na totalidade), mas acho absolutamente inaceitável um texto como este que publicam com tanto prazer, em que, para além de se referirem em termos jocosos e pouco consentâneos com as regras da civilidade, às características físicas da apresentadora do referido jornal, afirma de forma clara que MMG só apresentava tal peça jornalística por ser casada com quem é.
Como disse, não nutro qualquer simpatia especial por MMG, mas deve forçosamente reconhecer-se que é uma profissional com anos e anos de experiência, pleo que não vos fica bem demonstrarem a vossa alegria com o facto com a publicação de uma peça de tão mau gosto e tão vil.
A publicação de tal texto explica aliás parte do que se passou em todo este processo: quando a vontade de calar as pessoas é tão grande vale tudo, até mandar às malvas os princípios, achando-se muito bem que, num país que se pretende e afirma democrático, se cale um programa de informação, apenas porque critica (bem ou mal) o chefe. A isto, na melhor das hipóteses chama-se censura prévia (aliás disso o vosso blogue já sabe alguma coisa), apenas compaginável com uma tentativa de asfixia democrática e sinónimo de um acto ditadorial (aliás bem típico de José Sócrates).
É aliás estranho que, num blogue que tanto filtra os comentários, se aceite publicar um texto tão abjecto.
Enfim, típico de quem aceita o contraditório, desde que o Chefe seja devidamente reverenciado. Inenarrável e demonstrativo da massa de que, ao que parece, os autores do blogue são feitos.
Passem bem.

Ze Maria disse...

Oh Sr. Manuel Duarte, explique-se e sobretudo identifique um só, só um, "acto ditatorial" do Eng. José Sócrates. Depois confira a "larga experiência" de MM Guedes, antes do casamento com o Sr. Moniz e vai chegar á conclusão que não é assim tão vasta. Sabe uma coisa Sr. Duarte? José Sócrates nunca despediu ministros pelo telefone, nunca teve 5 ministros da Educação, nunca, durante estes 4 e 1/2 de governo se ouviu falar de alguma roubalheira, sobrinhos taxistas, controlos de telejornais ou das podridões que o Paulinho das Feiras, no Independente, fazia sair semana sim, semana..sim! Faço-lhe um apelo à reflexão: não acha que são tantas as corporações a vociferar que mais que provavelmente terá mexido em algum queijinho ou vaca sagrada? Sabe. sr. Duarte, podem acusar o Primeiro Ministro de Portugal de muita coisa; com verdade ou com falsidade e muita canalhice ou pior, a "verdade do PSD". Mas há uma coisa que não vão poder acusar José Sócrates: De Falta de coragem, repito, CORAGEM.
PS: pelos vistos publicaram o seu comentário... Oxalá na hora de ir à urna dessa vez não se engane e sobretudo não se deixe enganar.

Bruno S. disse...

Manuel Duarte,
Quem saiu foi a apresentadora, O Jornal Nacional não acabou, logo não existe um calar de "um programa de informação", e essa de gozarem com os atributos das senhora só seria censurável se a dita não o fizesse, e com uma inusitada frequência.

Anónimo, ainda existe uma empresa que tem um funcionário que se comporta de forma semelhante, só que não abre a boca, só escreve.

Anónimo disse...

http://dn.sapo.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=1353086&seccao=Media


quando a " boca " é grande demais...

Anónimo disse...

Tenho que manifestar o meu desacordo em relação à substituição da senhora.
E agora o que fazemos nós às sextas-feiras?
O que nós nos divertiamos com aquela fantochada.
O gozo que nos dava ver aquela "espécie de jornalista" a fazer azelhice atrás de azelhice.
No meio desta história toda, quem ficou prejudicado foi o PS e o pessoal que delirava com a senhora.
O que vai ser de nós...