Isto não vai acabar bem [Nova série – 2]

Paulo Querido

O Público — sim, o Público — admite que esteja em curso um “golpe palaciano” no PSD. À sorrelfa, Aguiar Branco fez uns contactos e avançou para a liderança do grupo parlamentar. A comissão política, ainda de ressaca, foi apanhada desprevenida.

A Dr.ª Manuela, como é da praxe, remeteu-se ao silêncio num primeiro momento, para, em seguida, encarregar uma “fonte” de informar o país (e a comissão política) de que apoia “a título pessoal” o corredor de automóveis do Porto.

A Dr.ª Manuela, que impusera a um grupo parlamentar construído numa noite de nevoeiro o pinguim deslumbrado, vem candidamente dizer, através da tal “fonte”, que o líder da bancada laranja é uma escolha dos deputados e que a comissão política não é tida nem achada para o efeito. A nenhum outro político nestes 35 anos de democracia se aplica tão bem a máxima de Pimenta Machado, ao tempo presidente do Vitória de Guimarães: “o que hoje é verdade, amanhã é mentira.”

O Dr. Pacheco, a quem o Público chama “peso-pesado”, escreve, à falta de assunto, sobre uma doença que ele descobriu após a Dr.ª Manuela ter assumido a chefia do PSD. Numa leitura em diagonal, parece, mal acomparado, um auto-retrato.