- - Na «guerra» entre Cavaco e Sócrates, o pano de fundo foi o seu jornal. O então director do Público tinha uma agenda política escondida?
- [Silêncio] Não sei... Para nós, ter um jornal é serviço cívico. Não para influenciar, que fique claro. Mas está a ficar caro, muito caro. E há jornalistas que abusam. Devia haver directores mais fortes para que, de facto, se passasse uma imagem de independência.
- A saída de José Manuel Fernandes foi lida como cedência da Sonae ao Governo...
- Errado. Não houve cedência, mas sim uma guerra entre jornalistas, com culpas para as partes. Um director pode sentir-se cansado. Terá sido uma das razões, pois José Manuel Fernandes deixou de lutar para liderar. Ele era acusado - e bem acusado - de não criar climas de consenso no jornal. Deixou-se desautorizar.
- As razões de saída foram então internas e não propriamente políticas?
- Cansaço, se quiser. Provavelmente, concluiu, com o andar do tempo - e ele reconhece - que podia ter feito melhor. Perdeu poder. E quando um director, seja de que empresa for, deixa de mandar com alguma firmeza, cada dia que passa é pior. Ele concluiu que se tinha esgotado o seu tempo. Continua a colaborar, agora na qualidade de comentador. Escreve mais ou menos da mesma maneira, mas já não tem responsabilidade na linha editorial.
(…)
- Vai continuar a financiar o Público?
- Não digo isso. Há um programa para equilibrar aquilo, tentando dar mais força ao digital, em três ou quatro anos. É um sorvedouro de dinheiro e há-de ter um fim. Se me pergunta: é para o ano? Não é. Daqui por dois anos? Provavelmente, também não. Mas tem limites. De cada vez que o Público não ganha dinheiro, ponho-o eu. E isto cansa.
- Pode vender...
- Ninguém dá dinheiro que se veja pelos jornais, a não ser por motivações políticas. Houve uma transacção por um balúrdio de massa de um jornal que dá sempre prejuízo! Quem paga por algo que não gera dinheiro? Qual a motivação?
3 comentários :
O risco que se corre quando se atira pedras em todas as direcções é que algumas nos atinjam a nós.
Belmiro de Azevedo (BA), com toda a credibilidade que o seu sucesso lhe confere, dispara vários mísseis em várias personalidades do nosso país, umas com razão, outras nem tanto. O seu pecado está na ausência de um mea culpa e na não identificação dos seus defeitos.
Soa demasiado a cinismo quando BA diz sobre os trabalhadores, "para se ter uma sociedade coesa, os trabalhadores têm de ser bem tratados, não se podem explorar", todos nós conhecemos as condições que os trabalhadores do Modelo e Continente enfrentam.
É também curioso que BA afirme que é o único grupo que detém um jornal, que dá muito prejuízo, não por motivos políticos mas sim por dever cívico, todos os outros mantêm os seus jornais para influenciar, condicionar, o SEU NÃO.
Por muito que se concorde com BA quando diz que os políticos são uns jotinhas ou meros funcionários de partido, não será precisamente por isso que atingiu a dimensão económica que tem hoje? Influenciando, arranjando emprego para este e aquele, subornando quem sabe. Reparem que BA diz que a Sonae é incorruptível, não diz que a Sonae não corrompe.
Quanto ao primeiro ministro, desde que este vetou a OPA à Portugal Telecom, sabemos todos a cruzada que O Público tem empreendido.
Os amigos pessoais que o presidente Cavaco despediu com cartão vermelho directo, não seriam os primeiros a atender o telefone quando BA precisava de um favorzinho?
Confesso que o comentário sobre Marcelo Rebelo de Sousa foi para mim o mais original e engraçado, "[Marcelo Rebelo de Sousa] é pluri-pluri. Tem dez respostas, todas boas, para a mesma pergunta. Não sofre de pensamento único". Este teve piada.
FM
www.faroeomundo.blogspot.com
Porque será que ninguém compra o Público, o sorvedouro dos dinheiros do Belmiro!
Sr. Belmiro,
porque já todos descobrimos há muito que o Público está do outro lado da barricada, do lados que não conseguem ser isentos no Jornalismo.
O Público está irremediavelmente colado à imagem de opositor ao governo, «propaganda do contra», através do seu capataz: José Manuel Fernandes.
Falhada a tentativa de continuar a colocar ministros "amigos" no governo, Belmiro deita para fora um rancor proporcional à actual falta de força e "mando" pessoal.
Como sempre fez com quem se lhe opôe, mandou o seu mainate jmf comandar a organização do derrube do governo utilizando o seu "público".
Falhada, também, esta estratégia, mesmo assim está disposto ainda a perder dinheiro uns anos à espera de uma fresta de oportunidade.
Contudo, com entrevistas destas, desesperadamente nervosas e falhas próprias de velhos caducos, tudo indica que acabou o tempo.
Belmiro, sofre do sindroma comum a todos que vencem e chegam a importantes: a certa altura julgan-se como Midas que tudo em que tocam se transforma em ouro. Mas a vida, especialmente no ciclo de vida humano, è bem real e não mitológica. Chega uma altura que se perdem as "ligações" que levaram ao sucesso e com estas a percepção da realidade que entretanto mudou. E, deste modo, vai tratar a nova realidade com os métodos velhos que já não funcionam (as "ligações" fizeram agulha), e é o falhanço completo. Belmiro está próximo de atingir o feito contrário do mito de Midas.
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